Eduardo Taiano, o principal procurador que investiga a suposta participação do presidente argentino Javier Milei em um escândalo financeiro envolvendo o token LIBRA, está analisando registros de chamadas telefônicas para estabelecer possíveis ligações entre os principais envolvidos no lançamento da memecoin.
Isso porque poucas horas do lançamento da moeda endossada publicamente por Milei — que persuadiu o público ao afirmar que o projeto ajudaria a economia argentina —, a LIBRA disparou em valor, atingindo uma capitalização de mercado de cerca de US$ 4,5 bilhões, desabando posteriormente mais de 90%, causando um prejuízo milionário aos investidores.
Segundo o La Nacion, pessoas familiarizadas com a investigação do caso LIBRA disseram à equipe de reportagem que, para cruzar as ligações e determinar possíveis contatos entre os alvos, Taiano contaria com a Diretoria de Assistência Técnica à Investigação Criminal (Datip), um órgão do Ministério Público que auxilia os procuradores em casos altamente complexos.
Além do presidente Milei, o lançamento supostamente criminoso, envolveu várias pessoas locais, como Mauricio Novelli, Manuel Terrones Godoy e Sergio Daniel Morales. De acordo com as investigações, pode ter havido um elo do grupo com o empresário americano e CEO da Kelsier Ventures, Hayden Mark Davies, e Julian Peh, diretor da KIP Protocol, a empresa por trás da emissão do token LIBRA.
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Entre os possíveis crimes cometidos estão fraude, suborno e tráfico de influência.
Procurador quer congelar US$ 100 milhões oriundos da Libra
Eduardo Taiano também pediu registros detalhados das transações da LIBRA e a cooperação de corretoras internacionais, autoridades policiais e reguladores para congelar os fundos, além da recuperação de postagens deletadas nas redes sociais, incluindo um tweet de Milei promovendo a memecoin. Portanto, uma das prioridades de Taiano é a preservação de evidências digitais.
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Taiano também é responsável por investigar o caso em que a ex-presidente Cristina Kirchner está sendo processada por supostamente acobertar os iranianos responsáveis pelo ataque à Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA). Além disso, informou o Infobae, o procurador investigou o ex-presidente Néstor Kirchner por enriquecimento ilícito entre 1995 e 2004 e a ex-procuradora-geral Alejandra Gils Carbó pela compra fraudulenta de um edifício.
Milei e caso CoinX
O presidente Milei tem sido um ícone entre eleitores de direita e entusiastas do Bitcoin que apreciam seus ideais libertários. O líder argentino também conquistou admiração ao cortar gastos do governo e implementar outras medidas que reduziram a alta inflação do país.
No entanto, o ex-economista raramente falou sobre Bitcoin e, em 2022 — antes de se tornar presidente —, investidores processaram Milei por promover outra plataforma de criptomoedas, a CoinX, que supostamente prometia retornos gigantescos de forma enganosa, como uma pirâmide financeira.
Memecoins e tokens ganharam manchetes recentemente desde que o ex-presidente dos EUA Donald Trump e sua esposa Melania lançaram seus próprios tokens digitais antes da posse de Trump, em 20 de janeiro. Ambos os tokens — TRUMP e MELANIA, baseados na Solana — dispararam em valor antes de despencar novamente.
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