As próximas máquinas de mineração da Bitmain, que planejam usar chips de computação menores em comparação com modelos mais antigos, estão enfrentando reações adversas entre os mineradores devido a preocupações com sua eficiência e produção, de acordo com a agência de notícias WuBlockchain.
Uma ideia do cofundador da Bitmain, Micree Zhan, as plataformas usam um minúsculo chip de computação de 5 nanômetros – semelhante aos usados em smartphones – para completar milhões de cálculos a cada segundo com a finalidade de minerar os bitcoins. A linha atual da empresa usa chips relativamente maiores de 7 nm ou 12 nm.
No entanto, os compradores para as novas máquinas são escassos. Zhan está promovendo a “primeira máquina de mineração de chips de 5 nm do mundo” para os mineiros chineses, os clientes não estão convencidos com o produto.
A matéria ainda acrescenta que os chips são eficientes em termos de consumo de energia, mas existe um potencial para “problemas graves” ocorrerem devido ao seu tamanho, ao lado de pouca garantia se eles poderiam de fato ter um desempenho ao nível dos produtos atuais.
Enquanto isso, Jihan Wu, co-fundador da Bitmain e atualmente CEO da Matrixport, disse que Zhan está perto da falência e está recorrendo à venda de máquinas de mineração problemáticas para sacar fundos, observou a reportagem.
Mineradores expressam suas preocupações
Os potenciais compradores confirmaram sua falta de interesse nas maquinas de mineração de 5 nm. “A mineração de Bitcoin é agora ultracompetitiva e players estratégicos têm horizontes de tempo mais longos do que nunca”, disse Thomas Heller, ex-diretor global de negócios da gigante de mineração de Bitcoin F2Pool, ao Decrypt.
Heller acrescentou que é muito arriscado apostar muito nas novas máquinas de 5 nm, já que outras alternativas, e até mesmo opções de segunda mão, ainda estão disponíveis nos fabricantes ASIC ou em mercados secundários.
Whit Gibbs, o CEO da empresa de mineração de Bitcoin Hashr8, compartilhou o sentimento. Ele disse ao Decrypt que “chips de 5 nm interessariam aos mineradores, mas duvido que alguém experiente alocaria muito capital para essa série de chips, visto que eles não foram comprovados”.
Gibbs acrescentou que a longa luta pelo poder entre Wu e Zhan, que terminou em 2019 com a saída de Wu da Bitmain, também afetou a eficiência de produção da empresa.
“É difícil colocar muita fé na Bitmain, considerando como a turbulência interna está fazendo com que os pedidos sejam atrasados. É possível que a Micree possa enviá-los e ter sucesso, mas não acredito que muitos mineradores estariam dispostos a arriscar suas operações com ele”, disse Gibbs.
A mineração de bitcoins é uma indústria com muitos recursos, que usa a mesma quantidade de eletricidade que sete usinas nucleares a cada ano. Os mineradores gastam muito com eletricidade, manutenção da plataforma e mão de obra, criando um setor onde os custos fixos são imensamente altos e os lucros baixos.
Como resultado, as mineradoras estão recorrendo a métodos novos para atrair clientes, como o uso de novos chips em suas plataformas ou até mesmo direcionando seus negócios para atender empresas de IA, que usam configurações de computação semelhantes.
E a Bitmain já está indo nessa direção – cortesia da subsidiária Sophon AI da empresa que foi lançada em 2018. Porque se o seu negócio de mineração de Bitcoin falhar, a resposta obviamente sera a Inteligência artificial.
*Traduzido e republicado com autorização da Decrypt.co