Imagem da matéria: Mineração de bitcoin na China vai gerar 130 milhões de toneladas de CO2 até 2024, aponta estudo
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O consumo de energia provocado pela mineração de bitcoin na China pode atrapalhar os esforços do planeta para alcançar as metas climáticas, segundo artigo publicado pela revista Nature na terça-feira (6).

De acordo com o estudo, conduzido por pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências e da Universidade de Tsinghua, ambas em Pequim, a mineração no país asiático deve atingir um pico de 296,59 terawatts-hora (Twh) e gerar 130,5 milhões de toneladas métricas de emissões de carbono até 2024.

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Esses números são maiores que os registrados em países como Itália, Arábia Saudita e República Checa.

Os pesquisadores chegaram a esse resultado por meio de simulações de fluxos carbono emitidos por mineradoras de bitcoin na China, que concentra 70% das operações do mundo, segundo o estudo.

Energia limpa

No artigo, os pesquisadores disseram que o país asiático é um dos principais signatários do Acordo de Paris – tratado mundial contra o aquecimento global assinado em 2015 -, mas que a mineração poderia minar o esforço para reduzir a emissão carbono.

No entanto, segundo eles, esse cenário poderia ser evitado por meio de ‘intervenções políticas’ viáveis com foco no incentivo à produção de eletricidade com base em fontes de energia renováveis.

“Esses esforços e políticas relacionados à energia renovável podem afetar potencialmente o consumo de eletricidade e, subsequentemente, a quantidade de emissão de carbono relacionada gerada a partir da operação de blockchain de bitcoin”, escreveram.

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China e mineração

A China proibiu o comércio de bitcoin e altcoins em 2019 e começou a perseguir corretoras de criptomoedas ano passado, mas a mineração ainda é permitida.

O país concentra a maior parte das mineradoras do mundo porque tem energia barata — quando comparada a outras nações como o Brasil — e porque produz os equipamentos necessários para o processo.

As províncias chinesas, no entanto, não estão felizes com a atividade. No mês passado, por exemplo, o governo da Mongólia Interior — região autônoma que faz fronteira com a China e a Rússia – proibiu a prática e afirmou que iria mandar fechar todas empresas do setor neste mês de abril.

Hong Kong, região administrativa especial da China, também está de olho no contrabando ilegal de equipamentos para mineração. Na semana passada, a Alfândega apreendeu 300 placas de vídeo (GPU) para minerar criptomoedas.

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