Imagem da matéria: Mentira, o Bitcoin não é o vilão do consumo de energia
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Estudos afirmam que os mineradores de Bitcoin consomem a mesma energia que a Colômbia, um total de 72 TeraWhatt-hora. Este número é calculado conforme o hashrate, poder de mineração da rede, além do gasto energético médio de cada equipamento ASIC.

De fato, estas máquinas especializadas consomem muita energia, e na visão de alguns analistas, este esforço computacional é um desperdício. Isso porque existem outras criptomoedas utilizando mecanismos alternativos à Prova de Trabalho.

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Por que é necessário este gasto de energia?

Quando falamos de redes descentralizadas, ou seja, sem uma entidade ou grupo responsável por seu controle, é necessário algum mecanismo para garantir a segurança da rede. Em suma, evitar que o histórico seja adulterado, ou mesmo moedas movidas sem autorização.

Certamente existem outros modelos, como a Prova de Participação, utilizada pela EOS e Cardano (ADA). Nestes casos, os validadores são sorteados para analisar as transações colocando suas próprias moedas de garantia. A própria Ethereum (ETH), vice-líder de mercado, pretende migrar para este sistema.

Em resumo, afirmar que o gasto é necessário talvez seja meia-verdade. Entretanto, o Bitcoin só tem valor porque seus usuários buscam o processo mais seguro, e com o mínimo possível de pontos de falha. Tudo depende do quão valioso é a informação que está sendo armazenada.

72 TeraWhatt-hora é desperdício? 

Na realidade, as secadoras de roupa, só nos EUA, consomem esta mesma energia. São 89 milhões de máquinas, destinadas única e exclusivamente para poupar tempo de pendurar a roupa ao ar livre. Sem dúvidas, algo supérfulo, sem contar o descarte do equipamento, além de rejeitos de graxa e resíduos químicos.

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Quanto consome a produção de ouro? 

Se você nunca viu uma operação profissional de extração de ouro na vida, veja o exemplo acima. Esses pontinhos pretos são caminhões e retroescavadeiras. Tudo funcionando a base de diesel e combustíveis fósseis. 

Não obstante, é muito comum o uso do mercúrio e arsênio, altamente tóxico, especialmente em operações clandestinas. O segmento é reconhecido por apresentar as piores condições de trabalho, muitas vezes escravo, além de danos irreversíveis aos funcionários que trabalham sem nenhuma proteção.

Acima estão alguns destes exemplos de tragédias, dentre as que ganham destaque na mídia, pois, além disso, são frequentes os assassinatos dentre estas comunidades de trabalhadores.

E quanto ao sistema fiduciário dos Bancos Centrais? 

Se contabilizarmos apenas a energia gasta na impressão do papel-moeda, certamente o gasto energético é pequeno. No entanto, para este sistema funcionar, existem bancos, agências, caixas eletrônicos, escritórios, aviões, locomoção dos funcionários, escolta-armada, além de aparato jurídico, policial e prisional para manter a segurança da rede.

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Sim, George Floyd, aquele norte-americano brutalmente assassinado por policiais, estava sendo preso acusado de ter passado uma nota de US$ 20 falsa. Em resumo, o sistema atual gasta no mínimo 11x mais energia que o Bitcoin, e ninguém reclama.

Sobre o autor

Marcel Pechman atuou como trader por 18 anos nos bancos UBS, Deutsche e Safra. Desde maio de 2017, faz arbitragem e trading de criptomoedas.

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