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A Méliuz, empresa de cashback, anunciou nesta quinta-feira (6) que usou 10% do seu caixa para comprar Bitcoin. Com isso, tornou-se a primeira empresa brasileira listada em bolsa a adotar essa estratégia.

A compra totalizou US$ 4,1 milhões (R$ 23,6 milhões), correspondentes a 45,72 bitcoins adquiridos a um preço médio de US$ 90.296.

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A estratégia parece ter um foco amplo na criptomoeda: a companhia criou um “comitê estratégico de Bitcoin”, que tem como objetivo apoiar a análise da viabilidade da ampliação da estratégia, promover a operacionalização das compras e dar apoio na criação de diretrizes e governança para este assunto. O grupo irá divulgar seu primeiro relatório em 45 a 60 dias.

Além disso, o Conselho de Administração solicitou a Diretoria da Companhia uma análise detalhada sobre a viabilidade da ampliação dessa estratégia, incluindo:

  • Adoção do Bitcoin como principal ativo estratégico da tesouraria da Companhia
  • Possíveis formas de geração incremental de Bitcoin para os acionistas, seja por meio da alocação de caixa, do fluxo de caixa operacional ou de outras iniciativas estratégicas
  • Avaliação de alterações necessárias em seus documentos societários, políticas e procedimentos internos, incluindo estruturas e política de gerenciamento de riscos para fins de ampliação de limites para tal investimento em Bitcoin.

A prática de comprar Bitcoin com dinheiro da tesouraria como objetivo estratégico emula o modus operandi da Strategy, empresa de software dos Estados Unidos liderada por Michael Saylor que se tornou a maior detentora privada de Bitcoin do mundo, com 499.096 BTC, avaliado em cerca de US$ 45,3 bilhões.

Méliuz: risco é o real, não o Bitcoin

Em uma carta aos acionistas anexada no comunicado público sobre a compra de Bitcoin a Méliuz aponta que vê como mais arriscado manter as reservas em reais do que apostar na maior criptomoeda do mercado, por conta da inflação gradual que atua sobre as moedas fiduciárias.

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“Muitas pessoas enxergam o Bitcoin como um ativo de alto risco. O que é mais arriscado: manter reservas em dinheiro sujeito a desvalorização devido a políticas públicas de forte expansionismo monetário ou investir em um ativo verdadeiramente escasso, que valorizou nos últimos 10 anos cerca de 77% ao ano em dólar?” questiona a companhia.

Além disso, a companhia deixa claro que quer de fato migrar para um modelo como o da Strategy: “Acreditamos que como pioneira a adotar o Bitcoin como principal ativo estratégico da nossa tesouraria, o Méliuz atenderia a uma demanda crescente por exposição ao Bitcoin enquanto aproveita a infraestrutura nanceira robusta do Brasil. Com isso, investidores institucionais, que não querem se expor diretamente ao Bitcoin, ou até mesmo têm restrições regulatórias para tanto, poderiam realizar seus investimentos em uma companhia que se valoriza tanto por suas atividades enquanto empresa de tecnologia, como pelo retorno do investimento no Bitcoin”.

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