“Melhor forma de regular tokenização é caminhar junto com mercado”, diz diretor da CVM

Daniel Maeda destaca o vasto potencial da tokenização e as inúmeras oportunidades para preencher lacunas no mercado
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Painel “Transformando Mercados de Capitais com Tokenização” no Digital Assets Conference Brazil.

“Transformando Mercados de Capitais com Tokenização” foi o tema do segundo painel do Digital Assets Conference Brazil, evento promovido pelo MB (Mercado Bitcoin) em parceria com o CME Group, Fireblocks, e Deribit, que aconteceu em São Paulo na quinta-feira (3).

Conduzido Vanessa Butalla, Chief of Legal and People no MB, o painel contou com a participação de Daniel Maeda (CVM), Fabricio Bossle (Leste Capital) e Fernando Wosniak Steler (Delend).

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Vanessa Butalla enalteceu o crescimento acelerado da tokenização e dos ativos digitais, ressaltando a importância dessas novas tecnologias na criação de produtos financeiros inovadores, o que está transformando o mercado de capitais de maneira significativa.

Ao abordar o tema da tokenização, Vanessa Butalla questionou os especialistas sobre as principais ações que estão em desenvolvimento para impulsionar o avanço dessa tecnologia.

O diretor da CVM, Daniel Maeda, destacou o papel da agência na regulação dos novos mercados, enfatizando que a atuação do órgão ocorre somente após o surgimento de novos produtos no mercado. “A CVM sempre reage ao que já está acontecendo”, explicou.

Quando é identificado que a CVM deve agir, Maeda destaca que a melhor forma de regular o mercado é “caminhar junto” dos players, no que descreveu como uma “regulação coletiva”.

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Os benefícios da tokenização

Para Fabricio Bossle, quando se fala em tokenização, a palavra que melhor define o conceito é “otimização”. “Hoje temos um processo rápido, um custo mais adequado e um trabalho bastante cuidadoso que permite a democratização no acesso dos instrumentos que utilizamos pro mercado geral”, disse.

Fernando Steler fez uma analogia do que a tecnologia representa hoje e o que ela era em 2016, quando a conheceu. Conforme descreveu, na época era obrigatório assinatura via ICP, mas a blockchain estava bem encaminhada para esse tipo de solução.

A Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil) é uma cadeia hierárquica de confiança que viabiliza a emissão de certificados digitais para identificação virtual do cidadão.

Na visão de Steler, blockchain pode ser um complemento ou até uma alternativa mais eficiente para a ICP-Brasil, permitindo maior segurança, descentralização e automação nos processos de certificação digital, oferecendo uma nova forma de validar e proteger contratos no ambiente virtual.

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O que está por vir na tokenização?

Butalla então levantou a questão: “O que está por vir na tokenização?”

Para Steler, o que está por vir estão nos novos modelos de negócios, por exemplo, o mercado de recebíveis, “que é um negócio muito grande no Brasil e que está sendo transformado”.

“O mercado é criativo”, acrescentou Bossle. Ele acredita que a tokenização irá para onde não tenha um produto já criado. “Essa tecnologia vem pra cobrir esse espaço e de tantos produtos no futuro, você pode até ter um mercado paralelo… Por que não?”

Maeda encerrou o painel destacando o vasto potencial da tokenização, afirmando que há muitas oportunidades para essa tecnologia agregar valor, já que “existem lacunas significativas a serem preenchidas”. Ele reforçou que a tokenização possui um “potencial enorme”, inclusive para ultrapassar fronteiras, embora ainda seja “um tema de grande debate”.

“Tem muita coisa para que o crescimento da tokenização seja gigante”, concluiu.

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