Imagem da matéria: Manhã cripto: Investidores apostam em pausa de aperto monetário e Bitcoin (BTC) avança 4%
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A terça-feira (4) é de ganhos no mercado de criptomoedas, embalado pelo bom humor de investidores globais, que compram ativos com a expectativa de alívio nos aumentos das taxas de juros.  

O Bitcoin (BTC) sobe 4% nas últimas 24 horas, cotado a US$19.927, segundo dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH) ganha 4,3%, negociado a US$ 1.348. 

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Em reais, o desempenho do Bitcoin é mais tímido, com leve alta de 0,2%, cotado a R$ 103.400, mostra o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).   

As altcoins mais negociadas operam no azul, entre elas Binance Coin (+1,9%), XRP (+4,8%), Cardano (+2,1%), Solana (3,6%), Dogecoin (+0,8%), Polkadot (+2,8%), Shiba Inu (+1,4%), Polygon (+7,2%) e Alavanche (+4%).  

O token Luna Classic (LUNC) vai na contramão, em queda de 8,4% nas últimas 24 horas. O impacto do plano da Binance para a chamada “queima” da moeda digital ainda não surtiu efeito, mostra análise do CoinDesk, pois apenas 0,08% da oferta total foi queimada desde a semana passada. 

Bitcoin hoje 

Na segunda-feira (3), dados do setor de manufatura dos EUA vieram mais fracos do que o estimado, o que alimentou esperanças em Wall Street em um giro da política monetária do Federal Reserve. Para alguns observadores do mercado, os 3 pontos percentuais de aumentos de juros talvez já estejam esfriando a maior economia do mundo, aponta a Bloomberg.  

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Os mercados monetários agora veem a taxa básica do banco central americano atingindo um pico abaixo de 4,5% em março. A expectativa de que a onda global de aperto monetário possa estar perto de uma reversão foi reforçada pela decisão do Reserve Bank of Australia, cuja elevação dos juros foi a metade da projetada pelo mercado. 

Anastasia Amoroso, estrategista-chefe de investimentos da empresa de tecnologia financeira iCapital, disse ao CoinDesk TV que o preço do BTC talvez esteja mais próximo do piso do que investidores imaginam, mas “é improvável que o Bitcoin escape da faixa de US$ 19 mil a US$ 20 mil”, a menos que o Fed dê um giro na política monetária. 

No entanto, essa estabilidade também lembra o marasmo ocorrido entre setembro e outubro de 2018, que foi seguido de uma queda de 50% no preço do BTC, de acordo com comentários da comunidade cripto no Twitter. 

Outro novo ponto de instabilidade no mercado é a turbulência que atinge o Credit Suisse, diante da desconfiança dos investidores sobre a saúde financeira do banco suíço. Alguns já começam a especular sobre o impacto de um possível colapso da instituição financeira. 

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“Este pode ou não ser um momento do Lehman”, disse à CNBC Komal Sri-Kumar, presidente da Sri-Kumar Global Strategies, quando perguntado sobre a situação do banco suíço, fazendo referência ao colapso do Lehman Brothers em 2008, que desencadeou uma crise financeira global. 

Bitcoin no Brasil 

No mercado brasileiro, as negociações com Bitcoin voltaram a crescer em setembro apesar da baixa de 3% do BTC no mês, segundo dados do Cointrader Monitor divulgados pelo Valor. Foram negociados no país 36.591,81 BTC, o equivalente a R$ 3,794 bilhões, alta de 16,2% frente a agosto após dois meses de queda. Na comparação anual, o volume subiu 29,6%. 

A Binance manteve a liderança e respondeu por 44,46% das negociações de bitcoins no país. A novidade foi a NovaDax, que ultrapassou a BitPreço e ficou em segundo lugar, com uma fatia de 16,5%. 

Regulação pós-eleições 

A regulação do mercado de criptoativos brasileiro também está no radar dos investidores. O relator do projeto de lei das criptomoedas na Câmara dos Deputados, Expedito Netto (PSD-RO), não conseguiu se reeleger nas últimas eleições, o que torna o cenário para a aprovação do PL incerto, segundo o Valor, e também pela disposição da CVM de participação do processo regulatório. 

Bernardo Srur, diretor da ABCripto, disse ao jornal que a aprovação do projeto continua em pauta para 2022 e que, “independentemente da reeleição do relator Expedito Neto, ainda há espaço para que se discuta e se aprove ainda neste ano o marco regulatório”. 

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Em entrevista à Agência Estado, Reinaldo Rabelo, CEO do MB, destacou que a indústria cripto precisa de regras claras e que não criem barreiras de entrada. “O olhar proativo, colaborativo e positivo de reguladores como Banco Central e CVM nos indica que poderemos ter uma agenda combinada para acelerar a organização do setor”, diz Rabelo. 

Quem também ficou de fora foi o candidato Paulo Kogos (PTB), que disputava uma vaga a deputado estadual por São Paulo. Dentre as propostas de campanha, Kogos, que se descreve nas redes sociais como anarcocapitalista, prometia trabalhar em prol de pagamentos de impostos com ouro e Bitcoin. 

Outros destaques  

A Binance, maior corretora mundial de criptomoedas em volume de negócios, inaugurou na segunda-feira (3) escritórios em São Paulo, no bairro da Bela Vista, e no centro do Rio de Janeiro, “em continuidade ao seu movimento de expansão no país”, segundo o Valor Investe, que cita comunicado da exchange.  

A Binance também está implementando um programa de treinamento global para ajudar no combate a crimes com criptomoedas, disse Matthew Price, diretor de inteligência e investigações da exchange nas Américas, em entrevista ao CoinDesk TV na segunda-feira (3). 

A Celsius Network, em recuperação judicial, já definiu datas para o leilão de seus ativos. A plataforma de crédito cripto receberá lances em 17 de outubro e, se necessário, também um leilão em 20 de outubro, de acordo com documento enviado ao Tribunal de Falências dos EUA para o Distrito Sul de Nova York, informou a Bloomberg. 

Com o inverno cripto, mais de 12 mil tokens deixaram de ser negociados em meio aos US$ 2 trilhões evaporados em valor de mercado, segundo dados do provedor Nomics citados pela Bloomberg. 

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Flashbots, um serviço de infraestrutura alternativo do Ethereum usado por validadores que buscam lucros maiores, está dominando a nova versão proof-of-stake (prova de participação, ou PoS) da rede — algo que incomoda a comunidade preocupada com a crescente censura da segunda maior criptomoeda do mundo. 

Sob o sistema PoS, as receitas de validação de transações do Ethereum caíram mais da metade em setembro. Juntos, mineradores e validadores de staking faturaram US$ 406,86 milhões, uma queda de aproximadamente 51,7% na comparação mensal, de acordo com dados compilados pelo The Block Research. 

A Gavea Marketplace, uma bolsa digital de commodities em blockchain, já soma mais de US$ 3 bilhões em ordens de compra e venda desde a fundação, há cerca de um ano e meio. Em entrevista ao portal Finsiders, o CEO e fundador da Gavea, Vítor Uchôa Nunes, contou que a fintech agora aposta no Gavea Private Market, um mercado privado de commodities em blockchain e crédito toenizado. “O private market permite que qualquer empresa crie o próprio ambiente de negociação em blockchain”, diz Nunes. 

Regulação, CBDCs e Cibersegurança 

A celebridade de reality shows Kim Kardashian fechou um acordo com a SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos Estados Unidos) por promover em 2021 a criptomoeda EthereumMax. A influenciadora concordou em pagar uma multa de US$ 1,26 milhão para resolver o imbróglio. 

Segundo o comunicado, Kardashian cometeu uma infração ao não revelar que recebeu US$ 250 mil para promover o token EthereumMax em sua conta de Instagram. 

Após as acusações da SEC contra Kardashian, o presidente da agência, Gary Gensler, alertou para as regras que regem os influenciadores que promovem criptoativos nas redes sociais. 

Um comitê de reguladores dos EUA quer que o Congresso aprove leis para permitir uma supervisão mais direta dos mercados de criptoativos e para uma regulamentação abrangente de stablecoins, de acordo com um novo relatório focado em ativos digitais. 

A presidente do Federal Reserve de Kansas City, Esther George, afirmou na segunda-feira (3) que a instituição vai manter o foco nas moedas digitais, noticiou o E-Investidor. “Cerca de 90% dos bancos centrais estão avaliando moedas virtuais, e isso é verdade para o Fed”, comentou ao discursar no Simpósio de Pagamentos realizado pelo Fed de Chicago

Para a União Europeia, com a crescente aceitação dos criptoativos por investidores, futuros colapsos poderiam afetar mercados financeiros convencionais, de acordo com artigo publicado nesta terça-feira (4) pela Autoridade Europeia dos Valores Mobiliários e dos Mercados (ESMA)

Metaverso, Games e NFTs 

Como parte da Semana Mundial do Investidor, a CVM organiza nesta terça-feira (4), às 9h, o webinar “Metaverso e mercado de capitais: desafios e oportunidades”, que será realizado no mundo virtual e contará com a presença do presidente da autarquia, João Pedro Nascimento, conforme a Exame

Nesta quarta (5), a CVM promove palestras sobre finanças descentralizadas com especialistas como Bernardo Srur, da ABCripto, José Alexandre Vasco, da CVM, Paloma Alvares Sevilha, da BEE4, e com Juliana Facklmann, diretora global de regulação da 2TM, dona do MB. 

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