O mercado de criptomoedas opera em baixa nesta terça-feira (2), em linha com a cautela nas bolsas globais, na esteira do aumento inesperado da taxa de juros na Austrália.
Após eliminar os ganhos de abril, o Bitcoin (BTC) registra queda de 2,1% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 28.014,51, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC perde 1,8%, negociado a R$ 141.539,68, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) recua 1,1%, para US$ 1.830,82.
As principais altcoins acompanham a tendência negativa, entre elas BNB (-3,2%), XRP (-0,4%), Cardano (-1,3%), Dogecoin (-0,9%), Polygon (-2,6%), Polkadot (-3,1%), Shiba Inu (-1,6%) e Avalanche (-3%).
Bitcoin hoje
O desempenho do Bitcoin neste ano tem sido beneficiado, em parte, pela turbulência no setor bancário americano.
Na segunda-feira (1º), o JPMorgan Chase fechou um acordo para comprar o banco regional First Republic que, apesar de ter recebido ajuda de gigantes no auge da crise, continuou a enfrentar queda dos depósitos.
No entanto, apesar da ação de reguladores e do empenho do próprio presidente Joe Biden para estabilizar o setor, a perspectiva de juros altos por mais tempo ainda freia o entusiasmo de investidores.
Prova disso foi a decisão do banco central australiano de subir os juros em 0,25 ponto percentual nesta terça, para 3,85%, argumentando que a inflação permanece elevada e que mais aperto pode ser necessário.
Nesta tarde, o Federal Reserve, o banco central dos EUA, inicia sua reunião de política monetária. A decisão sai amanhã (3) e a expectativa é de aumento da taxa básica em 0,25 ponto. Na quinta (4) é a vez do Banco Central Europeu, que também deve elevar os juros, de acordo com a projeção de analistas.
Apesar dos desafios no cenário macro, alguns especialistas ainda estão confiantes em mais ganhos para o Bitcoin.
O desempenho da maior criptomoeda se destaca “devido a vários motivos, incluindo a consolidação do mercado, baixo volume de negociação e incerteza bancária”, disse ao CoinDesk Joshua Frank, cofundador e CEO da plataforma de pesquisa The Tie. “No curto prazo, o Bitcoin está mais correlacionado ao ouro. No entanto, o ambiente regulatório dos EUA não anima e é negativo para as criptomoedas, contribuindo para a baixa liquidez.”
Em um reflexo do recente rali, a empresa de software MicroStrategy registrou menores perdas contábeis relacionadas a seus investimentos em Bitcoin no primeiro trimestre em relação aos últimos três meses de 2022.
Processos contra Coinbase
E além de travar uma batalha com a SEC, a CVM dos EUA, a Coinbase está na mira de investidores.
Em uma proposta de ação coletiva, a maior exchange americana é acusada de coletar impressões digitais e fotos dos rostos dos clientes, em violação da lei de privacidade de dados biométricos do estado de Illinois, conforme reportagem da Bloomberg.
Os dados seriam coletados a partir de cópias de documentos de identidade emitidos pelo governo e selfies que usuários são solicitados a enviar quando abrem uma conta na corretora, de acordo com processo aberto em um tribunal federal de São Francisco.
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Um porta-voz da Coinbase não quis comentar.
Em outro processo nos EUA aberto por um investidor, o CEO da Coinbase, Brian Armstrong, Marc Andreessen, membro do conselho, e outros executivos são acusados de conseguir evitar mais de US$ 1 bilhão em perdas usando informações privilegiadas para vender ações dias após a listagem da plataforma de criptomoedas há dois anos, antes de notícias negativas derrubarem o preço da ação.
“Como a mais popular e única exchange de criptomoedas com capital aberto nos EUA, às vezes somos alvo de litígios frívolos”, disse a Coinbase em comunicado à Bloomberg por e-mail. “Este é um exemplo de uma dessas queixas sem mérito.”
Multa contra Poloniex
Ainda nos EUA, a Poloniex LLC, uma entidade dos EUA anteriormente afiliada à exchange Poloniex, vai pagar US$ 7,6 milhões para arquivar alegações de violação de sanções emitidas pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC) do Departamento do Tesouro dos EUA, informou o órgão regulador na segunda-feira (1).
A plataforma foi acusada de quase 66 mil violações em vários programas de sanções, permitindo que clientes da Crimeia, Cuba, Irã, Sudão e Síria negociassem até US$ 15 milhões entre janeiro de 2014 e novembro de 2019, disse o OFAC em comunicado à imprensa.
Enquanto isso, a SEC aplicou uma multa de US$ 4 milhões à plataforma de Bitcoin Coinme, sua subsidiária UP Global e o CEO Neil Bergquist por uma oferta irregular da moeda digital UpToken em 2017.
Outros destaques das criptomoedas
A Paxos planeja expandir a oferta de infraestrutura para negociação de ativos digitais sob o modelo “cripto as a service” (CaaS) e ampliar o volume de negócios com os atuais clientes no Brasil, de acordo com o Valor Econômico. A empresa americana fechou uma parceria com a Mastercard com o objetivo de permitir a negociação de criptomoedas em qualquer banco, além de estar atenta a oportunidades na tokenização de produtos e serviços de empresas.
Nos próximos meses, a Paxos pretende lançar a plataforma “Crypto Source” para levar a negociação de criptoativos para os bancos participantes do acordo com a bandeira de cartões. O Brasil foi escolhido com Israel e EUA para testar o produto.
Aliás, a Mastercard também quer ampliar o programa de cartões de pagamentos vinculados a criptomoedas por meio de mais parcerias, contou à Reuters Raj Dhamodharan, diretor de criptoativos e blockchain da companhia.
Em um projeto com a Universidade Federal de Goiás, a Anatel estuda a tecnologia blockchain para combater a desinformação e discursos de ódio na internet. “Nosso objetivo é usar a tecnologia de algoritmos de geração de consenso descentralizados para criar uma solução comunitária e descentralizada de ‘fact checkers’”, disse ao Valor o presidente da Anatel, Carlos Baigorri.
Baigorri defende que a Anatel assuma a supervisão das plataformas digitais, competência que poderia ser definida no projeto de lei das “Fake News”, com votação esperada para esta semana na Câmara dos Deputados, de acordo com o jornal.
O Brasil está entre os quatro países que mais confiam em sistemas de inteligência artificial, segundo o estudo global “Trust in Artificial Intelligence” desenvolvido pela consultoria KPMG e publicado pela Forbes. A tecnologia inspira mais confiança em mercados emergentes: a Índia lidera em aceitação, seguida por China, África do Sul e Brasil. A Finlândia é o país mais desconfiado em relação aos benefícios da IA, de acordo com o mapeamento.
Em entrevista à Bloomberg no Dia Mundial do Trabalho, o CEO da IBM trouxe uma notícia não muito animadora para os assalariados: a gigante de tecnologia pretende substituir humanos em funções que possam ser desempenhadas pela inteligência artificial nos próximos anos.
A contratação em cargos administrativos – como recursos humanos – será suspensa ou adiada, disse Arvind Krishna. Essas funções não voltadas ao cliente totalizam cerca de 26 mil trabalhadores, disse Krishna. “Eu poderia ver facilmente 30% disso sendo substituído por IA e automação em um período de cinco anos”, acrescentou.
Enquanto isso, a Samsung proibiu funcionários de usarem ferramentas de IA como o ChatGPT após um vazamento de dados na semana passada.
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