Manhã Cripto: Bitcoin chega a US$ 98 mil, mas perde fôlego e volta a cair

Inflação acima do esperado nos EUA afasta cortes de juros do Fed e pressiona o Bitcoin
Imagem da matéria: Manhã Cripto: Bitcoin chega a US$ 98 mil, mas perde fôlego e volta a cair

Foto: Shutterstock

As últimas 24 horas foram de altos e baixos para o Bitcoin, mas a moeda chega na manhã desta quinta-feira (13)  com uma cotação quase idêntica à da véspera, em US$ 96.313 — uma alta de apenas 0,2% no período.

Isso não significa que o Bitcoin ficou estável ao longo do dia. A criptomoeda caiu para US$ 94,1 mil por volta das 10h40, após dados apontarem uma piora na inflação dos EUA, mas se recuperou ao longo do dia, atingindo um pico de US$ 98 mil no início da noite, à medida que o mercado digeriu o cenário econômico. 

Publicidade

No entanto, o BTC não sustentou essa alta por muito tempo e recuou para os atuais US$ 96 mil. Em real, a criptomoeda líder do mercado é negociada a R$ 557 mil nesta quinta, segundo dados do Portal do Bitcoin.

Na manhã passada, a expectativa do mercado era de valorização para o Bitcoin caso os dados do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) ficassem abaixo do esperado, sugerindo a diminuição da inflação nos EUA, o que tornaria ativos de risco, como criptomoedas, mais atraentes — mas não foi o que aconteceu. 

O relatório revelou que os preços ao consumidor subiram 3% nos 12 meses até janeiro, indicando que o ritmo da inflação acelerou após três meses de alta já acima do previsto. Economistas esperavam que o índice, que rastreia mudanças de preços em uma ampla gama de bens e serviços, mostrasse um aumento anual de 2,9%. 

“Cortes nas taxas do Fed estão fora de questão por enquanto”, constatou o chefe de pesquisa da Grayscale, Zach Pandl, ao Decrypt. “Isso não vai ajudar o Bitcoin no curto prazo, já que os mercados precificam cortes nas taxas do Fed ainda mais.”

Publicidade

Os analistas da QCP Capital apontaram que parte dos investidores aproveitaram a queda do Bitcoin para US$ 94 mil na manhã passada, seguindo a estratégia de que “a hora de comprar é quando há sangue nas ruas”.

“Comprar na queda foi a estratégia vencedora após a forte liquidação provocada pelo CPI. O índice de preços ao consumidor (CPI) veio acima do esperado, enquanto o núcleo da inflação também registrou uma leve alta. Isso alterou as expectativas do mercado, com a projeção de que o Fed adie seu primeiro corte de juros do ano para dezembro”, escreveram.

Para ter uma visão mais clara sobre as expectativas do mercado financeiro daqui em diante — o que pode impactar o setor de criptomoedas correlacionado — os analistas destacam que agora a atenção está voltada para a reação de Trump ao CPI mais alto.

“Trump continuará pressionando o Fed por cortes de juros neste ano ou permitirá que a instituição mantenha sua abordagem baseada em dados? Com sua credibilidade na ‘pouso suave’ da economia em jogo, espera-se que o presidente do Fed, Jerome Powell, permaneça conservador e mantenha sua postura dependente dos dados antes de qualquer decisão sobre cortes de juros.”