O banho de sangue continua nos mercados financeiros globais nesta sexta-feira (18), com traders se desfazendo de ações e criptomoedas diante das crescentes taxas de juros globais impulsionadas pela onda vendedora de títulos.
O Bitcoin (BTC), que chegou a cair abaixo de US$ 25 mil na quinta-feira, registra queda de 7% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 26.530,77, segundo dados do Coingecko.
Em reais, o BTC mostra baixa de 7,2%, para R$ 133.007,90, de acordo com o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).
O Ethereum (ETH) mergulha 5,8%, cotado a US$ 1.687,12.
As altcoins mais negociadas também operam em terreno negativo, entre elas BNB (-5,2%), Cardano (-4,7%), Solana (-4,9%), Dogecoin (-7,8%), Polkadot (-6%), Polygon (-6,9%), Shiba Inu (-7,8%) e Avalanche (-4,9%).
Algumas criptomoedas amargam perdas de dois dígitos nesta sexta, como a Litecoin, que recua 13,4%.
XRP também cai mais de 13% nas últimas 24 horas. Além de ser afetado pelo mau humor do mercado, o token pode estar sentindo a pressão de uma decisão judicial que pode prolongar a disputa da Ripple, emissora da criptomoeda, com a SEC, a CVM dos EUA, segundo a qual o XRP constitui um valor mobiliário.
Na quinta-feira (17), a juíza distrital dos EUA Analisa Torres autorizou a SEC a pedir um “recurso interlocutório”, o que poderia levar a batalha a um tribunal superior anulando partes de sua decisão de 13 de julho, que não considerou o XRP valor mobiliário em vendas no varejo, apenas em certas transações para investidores institucionais, segundo o Wall Street Journal.
Em uma notícia mais positiva para a Ripple, a empresa fechou uma parceria com a Mastercard para o desenvolvimento de projetos de moedas digitais de bancos centrais (CBDCs, na sigla em inglês). O programa também inclui a Consensys e a Fireblocks.
A gigante de pagamentos, o MB (Mercado Bitcoin), Genial Investimentos, Sinqia e a CERC também fazem parte do projeto piloto do real digital, batizado pelo Banco Central como Drex.
E o consórcio da Associação Brasileira de Bancos (ABBC) agora incluiu três novas instituições, de acordo com o Valor Econômico. A Stone, o Agibank e a Efí foram aprovados pelo BC para participar dos testes com os demais bancos que já faziam parte do consórcio, entre eles ABC Brasil, BMG e Bocom.
Bitcoin hoje
O Bitcoin saiu de seu estado letárgico na quinta-feira (17) com a venda acelerada de moedas digitais. A capitalização total do mercado de criptoativos encolheu 6,7% como resultado da fuga de ativos vistos como mais arriscados, mostram dados do CoinDesk.
O Bitcoin despencou cerca de 9% na quinta-feira e chegou a mergulhar abaixo de US$ 25 mil na Binance, a maior exchange cripto do mundo.
Traders buscam explicações para a onda de vendas, mas fatores macroeconômicos parecem pesar mais do que notícias corporativas.
A força da economia dos EUA, a dívida, os déficits fiscais e a constatação de que o Federal Reserve vai manter os juros mais altos por mais tempo levam os rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA de prazo mais longo de volta aos níveis mais elevados em mais de uma década, aponta análise da Bloomberg, porque investidores exigem um prêmio maior para manter esses títulos diante da perspectiva de aperto monetário.
O Bank of America já fala em um “novo normal” e estrategistas alertam investidores para se prepararem para um retorno às taxas de 5% vistas antes da crise financeira global.
“Rendimentos de títulos mais altos sinalizam uma tese de investimento mais fraca para as ações”, escreveu a analista macro Noelle Acheson em relatório publicado pelo CoinDesk.
“’Yields’ de títulos mais altos também sugerem uma tese de investimento mais fraca para ativos sem rendimento, como BTC e o ouro”, acrescentou. “Por mais forte que seja a tese do ativo tangível, rendimento é rendimento, e BTC e ouro não oferecem nenhum”, destacou.
Com a queda dos preços das moedas digitais, as liquidações superaram US$ 1 bilhão em posições desfeitas nas últimas 24 horas, segundo dados da Coinglass.
O maior pedido de liquidação aconteceu na Binance, no valor de US$ 55,92 milhões, mostram dados da Coinglass. O volume total de liquidações de Bitcoin foi o maior em um único dia desde a turbulência do mercado em junho de 2022, informou o CoinDesk.
Uma reportagem do Wall Street Journal com dados financeiros da SpaceX, empresa espacial de Elon Musk, gerou especulações entre traders como possível motivo para a baixa. A empresa vendeu suas participações em Bitcoin e registrou perdas contábeis de US$ 373 milhões. Mas o artigo não informa quando as vendas ocorreram, o que levanta dúvidas se esse seria um dos fatores para o movimento negativo.
Decisão sobre ETF da Grayscale
Enquanto isso, traders aguardam uma decisão judicial sobre a emissão de um fundo de índice (ETF) de Bitcoin pela gestora Grayscale, um anúncio esperado nesta sexta-feira, de acordo com a Fortune.
Um tribunal federal de apelações deve publicar sua decisão sobre o caso “Grayscale versus SEC”, no qual a agência é questionada por negar um pedido da gestora, controlada pelo Digital Currency Group (DCG), para transformar seu fundo de Bitcoin, o maior do mundo, em um ETF de BTC à vista.
Já no caso de ETFs de futuros de Ethereum, fontes disseram à Bloomberg que a SEC deve aprovar os pedidos de emissoras, embora o mercado pareça indiferente à decisão.
Outros destaques das criptomoedas
O Federal Reserve tomou medidas o contra o Farmington State Bank, uma instituição financeira com vínculos com a exchange cripto FTX e sua holding FBH Corp., de acordo com a Bloomberg. O Federal Reserve Board emitiu uma ordem contra as empresas e as orientou a tomar uma série de ações quando o Farmington encerrar suas operações, o que inclui preservar registros e não adquirir quaisquer depósitos intermediados por corretoras.
A SEC pode buscar a ajuda do governo sul-coreano para questionar o cofundador da Terraform Labs, Daniel Shin, e reunir provas da empresa de pagamentos Chai Corp., de acordo com decisão de um juiz dos EUA. A SEC quer questionar Shin e obter documentos da Chai para ajudar a provar seu processo que acusa a Terraform e seu ex-CEO, Do Kwon, de um esquema ilegal que eliminou pelo menos US$ 40 bilhões em valor do mercado cripto.
O marketplace OpenSea anunciou na quinta-feira (17) que em breve deixará de aplicar taxas de royalties aos criadores nas vendas secundárias de tokens não fungíveis (NFTs), uma decisão que afetará artistas e equipes que recebem renda passiva quando suas obras são negociadas após a venda inicial, informou o Decrypt.
A partir de 31 de agosto, os artistas que listarem novos projetos no OpenSea não poderão exigir que os compradores paguem uma taxa aos criadores.
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