A notícia de que tropas russas atacaram uma usina nuclear na Ucrânia também atingiu o mercado cripto nesta sexta-feira (4). O Bitcoin (BTC) opera em baixa de 3,8% e negociado a US$ 41.616 nas últimas 24 horas, segundo dados do CoinGecko. O Ethereum (ETH) recua 5,3%, cotado a US$ 2.739.
No Brasil, o Bitcoin está no vermelho, com queda de 4,59%, negociado a R$ 211.043, mostra o índice do Portal do Bitcoin.
Outras criptomoedas também operam com estabilidade como Binance Coin (-2,3%), XRP (-3,1%), Cardano (-3,3%), Avalanche (-3,3%), Polkadot (-4,4%), Dogecoin (3%) e Shiba Inu (1,5%).
O governo ucraniano disse que a usina nuclear Zaporizhzhia, a maior da Europa e localizada na cidade de Enerhodar, foi atingida por projéteis russos, o que causou um breve incêndio. Serviços de emergência informaram que as chamas foram contidas e que ninguém ficou ferido. A Ucrânia disse à Agência Internacional de Energia Atômica que o incidente “não afetou equipamentos ‘essenciais’” e que não houve alterações nos níveis de radiação emitidos. Mas tropas russas teriam ocupado a usina, de acordo com o New York Times.
“O conflito geopolítico em andamento e a incerteza macro podem resultar em contínua volatilidade”, disse Sean Farrell, chefe de estratégia de ativos digitais da Fundstrat, em nota publicada pela Bloomberg. “Se virmos outra pressão significativa para baixo nos preços, o precedente recente nos dá certa confiança de que haverá compradores” na faixa de US$ 33.000 a US$ 35.000, disse em referência ao Bitcoin.
O BTC e outras criptomoedas subiram no início da semana com a expectativa de maior demanda durante a guerra entre Rússia e Ucrânia. Mas o mercado perdeu fôlego diante da perspectiva de que as sanções à Rússia reverberem nos criptoativos.
Análise da Bloomberg aponta que, embora o BTC seja visto como um porto seguro por parte dos investidores, a criptomoeda tem sido negociada em linha com ativos de risco, como ações dos Estados Unidos, nos últimos dois anos. A correlação entre o Bitcoin e o S&P 500 caiu em relação às máximas há um mês, mas ainda é alta na série histórica.
Outros destaques
Demanda cripto na Rússia: Dados da Chainalysis publicados pela Bloomberg mostram que a negociação de criptomoedas denominadas em rublos nas maiores exchanges somou apenas US$ 34,1 milhões em 3 de março frente ao pico de US$ 70,7 milhões em 24 de fevereiro e o recorde de US$ 158 milhões em 20 de maio de 2021. Para o Citigroup, o rali recente do Bitcoin foi impulsionado por apostas de investidores posicionados para uma maior demanda vinda da Rússia do que necessariamente um aumento do volume negociado no país.
Airdrop cancelado: O vice-primeiro-ministro da Ucrânia, Mykhailo Fedorov, cancelou a distribuição de criptomoedas no país “após uma análise cuidadosa”. Em vez disso, anunciou a distribuição de tokens não fungíveis para apoiar as forças armadas ucranianas, mas disse que o governo não tem intenção de emitir tokens fungíveis (que são diferentes de NFTs exclusivos, pois podem ser substituídos por outros itens idênticos, como moedas digitais).
Bitcoin em mercados emergentes: Investidores de mercados emergentes podem migrar para o Bitcoin em vez de ouro ou outros ativos tangíveis em meio ao aperto monetário nos Estados Unidos e depreciação cambial, pois as criptomoedas poderiam driblar os controles de capital impostos pelos governos, disseram especialistas ao CoinDesk.
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Tokens imobiliários: A construtora Vitacon começará a oferecer cashback em tokens para compradores de seus imóveis, ampliando o uso de ativos digitais na comercialização de seus empreendimentos, segundo a Reuters. Em 2020, a Vitacon começou a aceitar moedas digitais negociadas no Mercado Bitcoin como pagamento parcial ou total de seus projetos.
Varejo
Mercado Pago: A fintech, uma das maiores da América Latina, chegou à marca de 1 milhão de usuários ativos em operações com criptomoedas. O número foi atingido cerca de dois meses depois de a empresa começar a oferecer a negociação de ativos digitais aos clientes, informou a Exame.
Bitcoins por hambúrgueres: A Shake Shack está oferecendo Bitcoins como recompensa por compras feitas na rede de hambúrgueres usando o Cash App, uma carteira digital disponibilizada pela Block, conforme o Wall Street Journal. Os clientes receberão o equivalente a 15% da compra em Bitcoins usando o chamado Cash Card e comprando itens via Cash Boost, um programa de recompensas disponível para membros do cartão de débito.
Regulação e CBDCs
Sanções x criptomoedas: Japão e países ocidentais procuram reprimir transações de criptomoedas por russos que tentam evitar sanções impostas após a invasão da Ucrânia por Moscou, de acordo com informações do Nikkei e Valor. A Associação de Câmbio de Ativos Virtuais e Criptomoedas do Japão (JVCEA) começou a discutir novas regras na quinta-feira, incluindo a proibição de transações envolvendo a Rússia mediadas por casas de câmbio. Na sexta-feira, Coinbase e Binance reiteraram que não planejam proibir todos os russos de usarem suas plataformas, de acordo com a Reuters.
Regulação cripto: Coluna de Celso Ming no Estadão destaca que enquanto o possível uso de criptoativos para driblar sanções impostas à Rússia intensifica o debate sobre a regulamentação de criptomoedas, no Brasil há risco de o governo “acabar por exigir o que não tem condições de exigir e, assim, de desmoralizar-se”.
Salário mínimo na Venezuela: O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou que o salário mínimo do país será 50% atrelado à PETRO (PTR), a criptomoeda do país, informou a Bloomberg. O novo salário mínimo mensal será 18 vezes maior, equivalente a 126 bolívares (US$ 28).
Metaverso, Games e NFTs
Demanda em baixa: O nível das vendas e preços de tokens não fungíveis levanta bandeiras vermelhas, segundo a Bloomberg. O preço médio de venda de um NFT caiu para menos de US$ 2.000, em comparação com a máxima de quase US$ 6.900 em 2 de janeiro, de acordo com o rastreador de dados NonFungible. A média diária de vendas totais somou cerca de US$ 26,2 milhões em 3 de março comparada ao volume de US$ 160,2 milhões em 31 de janeiro. Fim do estímulo monetário, tensões geopolíticas e maior regulação poderiam ser fatores para o declínio.
Curso sobre metaverso: A Escola Superior do Ministério Público de São Paulo vai promover nos próximos três meses um ciclo de palestras para membros e servidores do MP brasileiro que desejem conhecer o metaverso, remodelado com NFTs e criptomoedas, e o impacto global da web3. O curso começa no próximo dia 22 por meio da plataforma Teams, conforme o Portal do Bitcoin.
Mulher maravilha: A atriz e empresária israelense Gal Gadot, que interpretou a Mulher Maravilha da DC Comics no cinema, acaba de entrar para o mundo das criptomoedas. Gadot e o marido, o holandês Yaron Varsano, participaram da rodada de investimento da iniciativa ‘AdaSwap’, que captou US$ 2,6 milhões, conforme anúncio da Cardano (ADA) na quarta-feira (02).