Bitcoin na corda bamba
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O mercado de criptomoedas opera sem um rumo definido na manhã desta sexta-feira (12), enquanto investidores de ações aceleram as compras em meio a apostas de aperto monetário mais brando nos Estados Unidos. 

Dessa forma, o Bitcoin (BTC) registra baixa de 1,3% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 24.042,80, segundo dados do CoinGecko. Na contramão, o Ethereum (ETH) sobe 1%, negociado a US$ 1.901,32. 

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No Brasil, o Bitcoin opera com pouca variação, em queda de 0,7%, cotado a R$ 123.881,66, segundo o Índice do Portal do Bitcoin (IPB).   

As altcoins são negociadas entre perdas e ganhos como Binance Coin (-1,5%), XRP (-0,7%), Cardano (-0,4%), Solana (-1,5%), Polkadot (-0,4%), Dogecoin (+0,2%), Alavanche (1,8%) e Shiba Inu (+0,4%).  

Bitcoin hoje 

O mercado acionário mantém a perspectiva de aumentos dos juros menos agressivos pelo Federal Reserve, depois de dados que mostraram desaceleração da inflação em julho nos EUA. Esse movimento aumenta a demanda por ativos de risco e ajudou a sustentar o Bitcoin acima de US$ 24 mil em grande parte da sessão na quinta-feira (11). Em sete dias, a maior criptomoeda mostra alta de 6%. 

Mas a presidente do Fed de São Francisco, Mary Daly, disse em entrevista à Bloomberg Television que a inflação está muito alta e que prevê uma política monetária mais restritiva em 2023. Ela defende um aumento 0,5 ponto percentual dos juros em setembro, mas está aberta a outra alta de 0,75 ponto, se necessário. 

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Fusão do Ethereum 

Apesar da desaceleração dos ganhos nesta sexta, o Ethereum acumula valorização de 18% em sete dias. A tão aguardada atualização pode ocorrer antes do esperado, em 15 ou 16 de setembro, de acordo com Anthony Sassano, cofundador do site de pesquisa EthHub e membro de destaque na comunidade da blockchain. A chamada “Fusão”, que resultará na migração da rede para o sistema de validação por proof of stake (PoS, na sigla em inglês), estava inicialmente programada para 19 de setembro. Sassano obteve a informação a partir de uma reunião com desenvolvedores do Ethereum na quinta-feira (11). 

Destaques das criptomoedas 

O CEO da Binance, Changpeng Zhao “CZ”, disse nesta sexta-feira (12) que a exchange congelou ou recuperou US$ 450 mil que foram roubados do protocolo DeFi Curve no início desta semana. 

Leon Li, fundador e CEO da exchange de criptomoedas Huobinegocia a venda de uma participação majoritária na empresa. O acordo pode avaliar a Huobi em até US$ 3 bilhões, e a venda de uma fatia de 60% poderia render US$ 1 bilhão, disseram fontes à Bloomberg. Sam Bankman-Fried, da FTX, e o fundador da Tron, Justin Sun, teriam conversado com a Huobi sobre a aquisição das ações. 

Grandes gestoras de recursos têm redobrado a aposta no mercado de ativos digitais, apesar do inverno cripto. Nesta semana, a Abrdn, com 508 bilhões de libras em ativos, comprou uma participação na Archax, uma exchange de ativos digitais com licença no Reino Unido, informou o Financial Times. 

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Nessa onda, a BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, lançou um fundo privado de Bitcoin para clientes institucionais nos EUA. Segundo comunicado da empresa, o fundo vai acompanhar o preço da maior criptomoeda e atende à demanda de clientes que buscam exposição ao ativo mesmo com a desvalorização dos ativos digitais. 

Com cerca de US$ 8,5 trilhões sob gestão, a BlackRock já havia fechado uma parceria com a corretora cripto Coinbase na semana passada para oferecer negociação e custódia de Bitcoin a clientes institucionais por meio de sua plataforma Aladdin. 

E por falar em Coinbase: a ação da empresa dobrou de preço desde o fim de junho, mas a participação de mercado da maior exchange cripto dos EUA tem encolhido. Segundo dados da CryptoCompare citados pela Bloomberg, a fatia da Coinbase caiu de 10,7% em janeiro para 6,3% em julho. A Binance segue como a maior corretora cripto do mundo, com participação de 54% em julho. 

A Structure.fi lançou um aplicativo de negociação que combina ações tokenizadas e criptoativos com a meta de “remover barreiras ao investimento”. O app foi lançado em El Salvador, mas o objetivo é disponibilizá-lo em 98 países à medida que a empresa receba o sinal verde de agências regulatórias, contou ao The Block Bryan Hernández, cofundador da Structure.fi.  

A negociação de derivativos de criptomoedas em exchanges centralizadas atingiu US$ 3,12 trilhões em julho, um aumento de 13% na comparação mensal, mostram dados da CryptoCompare divulgados pela Reuters, um reflexo da recuperação dos preços. 

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Um bar com o tema ‘Bitcoin’ na praia de Lagos, em Portugal, é o novo empreendimento da “Família Bitcoin”, que há cinco anos vendeu tudo o que tinha e comprou BTCs para viajar pelo mundo. A família perdeu mais de US$ 1 milhão em investimentos em cripto em meio à volatilidade do mercado nos últimos meses, disse ao The National Didi Taihuttu, que é casado e tem três filhas. 

Temporada de balanços 

A Stronghold Digital Mining adiou a teleconferência sobre resultados do segundo trimestre do dia 11 para 15 de agosto. A mineradora de Bitcoin não detalhou o motivo do adiamento, dizendo apenas que fará um “anúncio significativo” e, por isso, precisa de mais tempo, segundo o The Block. A Stronghold segue a Riot Blockchain, outra mineradora que adiou a divulgação do balanço esta semana. 

Ainda no setor de mineração, a Core Scientific anunciou a demissão de 10% da equipe após registrar prejuízo trimestral de US$ 862 milhões. A mineradora registrou perdas contábeis de US$ 840 milhões para refletir a desvalorização de ativos, de acordo com o CoinDesk. 

Regulação e CBDCs 

A regulamentação dos criptoativos no Brasil é tema de debate nesta sexta (12), a partir das 9h30. Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central; Ricardo Villas Bôas Cueva, ministro do STJ, e João Pedro Barroso do Nascimento, presidente da CVM, estão entre as autoridades que participarão do evento organizado pelo escritório Figueiredo & Velloso e transmitido pelo canal TV Migalhas no YouTube: https://www.youtube.com/c/tvmigalhas 

Durante participação na Febraban Tech na quinta-feira (11), Campos Neto disse que o regulador não pode entrar com “mão pesada” na regulamentação dos criptoativos, segundo citado pelo Valor. “Temos preocupação que tenha transparência nos produtos ofertados aos clientes”, afirmou o presidente do BC. 

Otto Lobo, diretor da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), disse em evento recente da OAB do Rio de Janeiro que todo produto financeiro ofertado no Brasil e que “traz risco para a economia popular local” é algo que atrai o interesse da agência. Respondendo a uma pergunta da plateia, Lobo disse: “Está tendo muita discussão que, às vezes, o site não tem [versão] Brasil, mas tem em português de Portugal, e está sendo ofertado aqui”, em suposta alusão a produtos de derivativos antes oferecidos pela Binance. 

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A equipe do AfroBit_Lab, programa de educação financeira com o tema Bitcoin voltado para a população negraliberou as aulas para todos os inscritos no curso, antes disponível apenas para os selecionados. O programa recebeu mais de mil inscrições nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. Os novos participantes, no entanto, não terão direito ao auxílio de R$ 1,3 mil oferecido aos bolsistas. 

Nas Filipinas, o banco central vai suspender o recebimento de pedidos de novas licenças de provedores de serviços de ativos virtuais por três anos a partir de setembro, informou a instituição em memorando. O objetivo é “encontrar um equilíbrio entre promover a inovação no setor financeiro e garantir que os riscos associados permaneçam dentro de níveis gerenciáveis”. 

Cibersegurança 

A Polícia Federal e o Ministério Público Federal lançaram na quinta-feira (11) a Operação Flyer One, que visa novamente Glaidson Acácio dos Santos, o Faraó dos Bitcoins, fundador da GAS Consultoria preso desde agosto do ano passado. Trata-se da quarta etapa da Operação Kryptos, que desta vez investiga a expansão de crimes financeiros com criptomoedas para os EUA. 

O Tornado Cash registrou queda dos depósitos e aumento dos saques desde que o serviço de “mixing” de criptomoedas foi sancionado pelo Tesouro dos EUA. Apenas US$ 6 milhões foram depositados no protocolo desde o anúncio da proibição, uma queda de 78,5% frente à semana anterior, de acordo com dados da The Block Research. Ao mesmo tempo, US$ 62 milhões foram sacados do serviço, encolhendo em 15% o volume mantido nos endereços.  

O impacto das sanções continua a se espalhar. A corretora descentralizada dydX, por exemplo, começou a bloquear contas associadas ao Tornado, que ajuda a apagar o rastro de transações com criptomoedas. 

Metaverso, Games e NFTs 

O metaverso estará totalmente disponível em um prazo de cinco a 10 dez anos, prevê Duda Bastos, diretora de negócios da Meta. Em entrevista ao Valor, a executiva citou questões como  limitação tecnológica, estágio inicial de desenvolvimento das aplicações e preocupações com a segurança digital como barreiras a serem superadas. 

Os rivais Real Madrid e Barcelona se uniram para registrar a marca de uma série de itens envolvendo a tecnologia, como criptomoedas, tokens não fungíveis e o metaverso, de acordo com a Exame. A solicitação conjunta foi registrada em 5 de agosto e divulgada pelo advogado especializado em marcas do metaverso Mike Kondoudis na quinta-feira (11). 

Em comemoração ao aniversário de 41 anos do SBT em 19 de agosto, a emissora de TV de Silvio Santos decidiu organizar uma exposição de NFTs e um leilão de 280 itens que retratam momentos históricos do canal. Os NFTs ficarão disponíveis para visualização e venda até 16 de novembro deste ano. 

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