O Bitcoin (BTC) abre a segunda-feira (7) em queda de 6,6% nas últimas 24 horas, sendo negociado nesta manhã a US$ 77.185, segundo dados do CoinGecko. Em reais, a criptomoeda é cotada a aproximadamente R$ 455.727, de acordo com dados do Portal do Bitcoin.
Por volta das 4h da manhã, o Bitcoin intensificava ainda mais as quedas e atingia US$ 74,6 mil, o seu menor preço registrado desde novembro de 2024.
No fim de semana, a criptomoeda já indicava que mais quedas estavam por vir ao romper o suporte dos US$ 80 mil no domingo (6), refletindo a apreensão generalizada do mercado financeiro diante da abertura dos mercados tradicionais nesta segunda-feira e da reação ao tarifaço imposto pelos Estados Unidos ao restante do mundo.
No setor mais amplo das criptomoedas, as liquidações dispararam para aproximadamente US$ 892 milhões, incluindo mais de US$ 300 milhões em posições long e short de Bitcoin, segundo dados da CoinGlass.
“Não apenas o Bitcoin caiu abaixo de US$ 80.000, mas o ouro também caiu abaixo de US$ 3.000”, disse Marco Lim, diretor-gerente da Solowin Holdings e sócio fundador da MaiCapital, ao Decrypt. “Se o par USD/JPY romper para baixo, provavelmente veremos uma reversão ainda maior dos carry trades.”
Em outras palavras, os investidores podem começar a retirar capital de ativos de maior rendimento, acelerando o fluxo de aversão ao risco nos mercados globais.
Mercado de ações em forte queda
Os futuros das ações nos EUA despencaram na noite de domingo, aumentando os temores de uma abertura desordenada dos mercados e alimentando especulações sobre uma possível liquidação no estilo da “Segunda-feira Negra”, com o sentimento afundando tanto em ações quanto em criptomoedas.
Às 22h no horário de Nova York, os futuros do S&P 500 caíam 5,98%, enquanto os da Nasdaq 100 recuavam 6,2%. Os futuros do Dow Jones registravam queda de 5,5%. Os movimentos vieram após semanas de tensões comerciais crescentes e incertezas macroeconômicas, levando os investidores a abandonarem ativos de risco em todas as classes.
Jim Cramer, apresentador do programa Mad Money da CNBC, fez referência ao paralelo histórico em uma postagem no sábado, escrevendo: “Surpreso que não conseguimos nem um rali de cobertura vendida, caso o presidente Trump perceba que uma Segunda-feira Negra talvez não embeleze um legado.”
Os mercados asiáticos refletiram o aprofundamento do sentimento de aversão ao risco, com o índice Nikkei 225 do Japão caindo até 8,9% no início das negociações. Em Taiwan, o índice Taiex despencou quase 10% após um feriado de dois dias, acionando os circuit breakers de ações importantes como TSMC e Foxconn.
As autoridades também impuseram uma proibição temporária de vendas a descoberto para tentar estabilizar o mercado.
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Enquanto isso, os futuros do índice de volatilidade ($VIX) ultrapassaram o pico registrado em agosto de 2024.
A Kobeissi Letter, uma newsletter macroeconômica amplamente seguida, afirmou em uma publicação no X no domingo que a movimentação do mercado “perdeu sua natureza ordenada” e agora entrava em uma fase movida pelo medo.
“Até os portos seguros estão sendo despejados”, escreveu, ao destacar que os futuros do ouro chegaram a cair brevemente abaixo de US$ 3.000 por onça. A empresa afirmou que o sentimento estava se aproximando dos níveis vistos pela última vez em março de 2020.
Investidores de varejo venderam US$ 1,5 bilhão em ações em uma janela de apenas 2 horas e meia na sexta-feira — o maior fluxo de saída intradiário já registrado.
O capital institucional também continuou a sair das ações dos EUA em ritmo acelerado, com março de 2025 marcando a saída mais intensa em anos.
A pesquisa mais recente da AAII mostrou que 61,9% dos investidores estavam pessimistas — o terceiro maior índice já registrado. O sentimento otimista estava em apenas 21,8%.
Além do Bitcoin, o mercado cripto mais amplo também acompanhou a tendência. O Bitcoin caiu abaixo de US$ 80.000 na noite de domingo, enquanto o Ethereum recuou para menos de US$ 1.800. A capitalização global do mercado cripto caiu 10%, chegando a US$ 2,57 trilhões, segundo dados do CoinGecko.
A Kobeissi alertou que a liquidação está provavelmente próxima da “capitulação”, mas observou que qualquer recuperação seria tática, não fundamental.
“Mesmo os piores mercados de baixa apresentam ralis de alívio”, destacou.
Agora, os mercados aguardam a abertura dos EUA nesta segunda-feira e novos dados sobre a inflação, que devem ser divulgados ainda nesta semana, para o próximo catalisador de direção.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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