Imagem da matéria: Livres da prisão, líderes Unick Forex não estão usando tornozeleira eletrônica
Fernando Lusvarghi, à direita, era diretor jurídico da Unick e dono da SA Capital (Foto: Youtube/Reprodução)

Após deixarem a prisão, seis líderes da Unick Forex não estão mais usando tornozeleira eletrônica. A informação é da Justiça Federal do Rio Grande do Sul, onde corre em sigilo o processo que investiga as movimentações financeiras feitas pela empresa. 

Foram beneficiados o presidente da Unick, Leidimar Bernardo Lopes; o diretor de marketing Danter Navar da Silva; o trader Marcos da Silva Kronhardt; o diretor-jurídico Fernando Marques Lusvarghi; e o advogado Fernando Baum Salomon, conhecido como líder oculto da Unick; além de Paulo Sérgio Kroeff, integrante da empresa.

Publicidade

O grupo de líderes da Unick Forex foi preso em outubro de 2019 na Operação Lamanai da Polícia Federal. O Portal do Bitcoin teve acesso a duas decisões da Justiça Federal do RS. 

Na primeira, de 25 de março deste ano, a juíza federal Karine da Silva Cordeiro autorizou Danter, Kronhardt e Kroeff a retirarem o equipamento. Para liberar a remoção do equipamento, a magistrada considerou que a situação de Danter e Kronhardt “é diversa, porque ainda menos gravosa”, e que o STJ deferiu liminar que pedia a liberdade provisória para os dois. 

“Observo que Danter Navar da Silva e Marcos da Silva Kronhardt haviam sido soltos e se encontram em prisão domiciliar fiscalizada mediante monitoramento eletrônico”, diz na sentença.

No entanto, com o restabelecimento das condições da liberdade provisória (à exceção da fiança), tal controle já não se faz mais necessário.

Publicidade

“Desse modo, deve ser cessado o monitoramento telefônico, procedimento a ser certificado pelo Diretor de Secretaria, ficando os próprios réus autorizados a retirar a tornozeleira eletrônica, cortando a cinta com estilete”, afirmou a juíza.

Nesta decisão, a magistrada manteve a tornozeleira para o presidente da Unick e para Lusvarghi e Salomon — apesar desses dois últimos terem “participação menos intensa nos crimes denunciados”.

“Mantenho o monitoramento eletrônico, único meio idôneo para a fiscalização da condição referida”, salientou a juíza.

Sem tornozeleiras

Entretanto, em 11 de maio, a juíza reconsiderou a decisão a pedido da defesa de Salomon e também liberou-o de usar o equipamento. No pedido, o advogado de Salomon frisou que a tornozeleira “continua a emitir sinais sonoros e vibratórios de forma intervalada, tornando insuportável ao monitorado a convivência com as supostas falhas”. Mesmo assim, ele continuava utilizando o aparelho. 

Houve troca na defesa de Salomon, que voltou a reclamar da tornozeleira.

Falhas no equipamento

O defensor salientou ainda que seu cliente permaneceu em prisão domiciliar por quase sete meses “sem que tenha causado risco à aplicação da lei penal, dificuldade à instrução processual ou mesmo se envolvido em qualquer ilicitude”. 

Publicidade

Ao analisar o pedido, a juíza federal reconheceu as falhas nos equipamentos “que não foram sanadas com a ampliação do raio de monitoramento”, o que iria exigir a troca da tornozeleira “porquanto não tem se mostrado idôneo para a fiscalização da medida de recolhimento domiciliar noturno”, salientou a magistrada. 

Porém, a alternativa não foi aplicada devido à pandemia do coronavírus. Na decisão, a juíza federal observou que a troca do aparelho “revela-se inconveniente no momento” em razão das medidas de prevenção ao contágio e à transmissão da doença impostas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). 

Para retirar a necessidade de recolhimento domiciliar noturno (das 20h às 6h), o que exigiria o uso da tornozeleira, a magistrada levou em conta três aspectos. O primeiro deles foi os problemas no equipamento, em seguida o cumprimento das medidas restritivas e a revogação da prisão domiciliar de Salomon. Os outros dois réus – Leidimar e Lusvarghi — foram beneficiados de rebote. 

“Por medida de isonomia, estendo os efeitos da decisão aos corréus na mesma situação. Assim, revogo a medida de recolhimento domiciliar noturno de Leidimar Bernardo Lopes e Fernando Marques Lusvarghi, mantendo as demais medidas cautelares impostas. Os réus ficam autorizados a cortar a cinta das tornozeleiras eletrônicas, devendo ser intimados para entregar os aparelhos na sede da Justiça Federal tão logo seja restabelecido o atendimento externo”, considerou Karine. 

Modelo de tornozeleira eletrônica

Gestante liberada desde o início

A advogada Caren Cristiani Greff de Oliveira — sétima acusada no processo da Unick — era a única que não estava utilizando a tornozeleira, conforme a Justiça Federal.

Publicidade

Na época da operação, a investigada estava em fase final de gestação e, por isso, a juíza federal Karine da Silva Cordeiro entendeu que a prisão domiciliar ou o uso de tornozeleira “não se mostram adequados, ao menos por ora, diante da presumível necessidade de atendimento médico de Caren e de seu filho”. 

Suposto sumiço de diretor da Unick

No final de junho deste ano, o diretor de marketing da Unick não foi localizado no endereço informado à Justiça e não atendeu a ligações telefônicas. Na época, havia a suspeita de tentativa de fuga.

O oficial de Justiça informou em 19 de junho que tentou intimá-lo, mas sem sucesso. “As tentativas de contato com o destinatário Danter Navar da Silva restaram negativas, em dias e horários diferentes”, observou o oficial de justiça Adão Ferreira da Silva. Apenas em 24 de junho, Danter entrou em contato com a Justiça Federal para informar que tinha um novo advogado.  

Para a juíza federal a situação ocorreu devido à mudança da defesa. 
“A ação penal é pública, sendo que os réus se comprometeram a se dar por intimados, por meio de seus defensores, independentemente de intimação pessoal, o que restou prejudicado pela demora na constituição de novo procurador, já que houve renúncia daquele que vinha atuando em 05/05/2020.

Em que pese essa demora na regularização da representação processual, não se evidenciou má-fé do réu nem que se furtara à persecução criminal, evadindo-se da intimação”.

VOCÊ PODE GOSTAR
Imagem da matéria: EUA não têm autoridade para processar trades DeFi, diz advogado do hacker da Mango Markets

EUA não têm autoridade para processar trades DeFi, diz advogado do hacker da Mango Markets

Avraham Eisenberg é o trader cripto acusado de drenar mais de US$ 100 milhões da plataforma de negociação Mango Markets
moedas diversas caindo do céu

Binance lista duas criptomoedas que vão distribuir milhões em airdrop

As listagens de Ethena (ENA) e Wormhole (W) ocorrem entre hoje e amanhã; veja detalhes
moeda de bitcoin à frente da bandeira de hong kong

Por que os ETFs de Bitcoin e Ethereum em Hong Kong são importantes para o mercado

Aprovação dos ETFs de Bitcoin e Ethereum podem abrir espaço para investidores da China e dar uma vantagem competitiva de Hong Kong sobre os EUA
Senado, Congresso, Câmara dos Deputados, Brasília, Parlamento

Segregação patrimonial no mercado cripto será tema de audiência pública na Câmara

Na justificativa para a audiência, o deputado Aureo Ribeiro disse que práticas adotadas por algumas exchanges despertam “graves preocupações”