Imagem da matéria: Jogos play-to-earn em blockchain — qual deles escolher?
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A indústria dos jogos eletrônicos incorporou na pós-modernidade digital vastas proporções do mercado de entretenimento. Segundo matéria da Forbes, só em 2020, o crescimento foi de 23,1%. Esse valor foi inusitadamente alto, impulsionado pela pandemia e pela consequente alta demanda por entretenimento e jogos virtuais, atreladas ao lançamento de novos consoles de jogos.

Em 2021, o valor de mercado dessa indústria atingiu a marca de US$ 176 bilhões. De 2019 para cá, o crescimento médio tem sido de 7,2% ao ano. As projeções são de que o valor ultrapasse os US$ 200 bilhões até 2023.

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Nos últimos tempos, um segmento inédito dessa indústria vem ganhando um destaque adicional: os jogos em blockchain. A novidade está na distribuição de capital: ao invés de todo o dinheiro fluir em direção aos desenvolvedores e distribuidores de jogos, os próprios jogadores podem gerar renda ao ganhar e negociar criptomoedas e NFTs dentro da plataforma.

Essa nova categoria ganhou o apelido de play-to-earn, ou “jogue para ganhar [dinheiro]”. O sucesso e o crescimento do gênero têm sido tão grandes que a categoria já ultrapassou o âmbito dos dApps e desenvolvedores independentes: a distribuidora de games Ubisoft já informou que irá incorporar NFTs em seus próximos lançamentos.

Trazemos, neste artigo, informações para que você possa entender melhor o que são jogos em blockchain, como funciona o play-to-earn e quais jogos escolher para começar.

O que são jogos play-to-earn?

Jogos play-to-earn, também chamados de GameFi, compõem um gênero de jogos que rodam dentro de blockchains. Ao serem programados pelos desenvolvedores de dApps (aplicativos descentralizados), esses jogos se tornam aplicativos públicos, independentes e autogeridos.

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Eles tornam possível um alto nível de interação social in-game entre os jogadores, além de trazerem uma vantagem-chave: os mercados de NFTs.

Em jogos de gêneros diversos, como MMOs, RPGs, simuladores, etc, os jogadores colecionam e/ou produzem itens, os quais a blockchain pode tornar únicos e transferíveis através da caracterização como NFTs. Itens, skins e outros objetos únicos podem ser negociados pela moeda interna do próprio jogo — no caso, uma criptomoeda — ou em mercados secundários.

Diferentemente dos jogos tradicionais, a própria moeda in-game também tem valor do lado de fora, podendo ser negociada normalmente dentro das corretoras de cripto ou usada em staking, farming, fornecimento de liquidez, etc.

Principais jogos

Existem, atualmente, centenas de jogos play-to-earn no mercado, e um número ainda maior deverá aparecer nos próximos anos. Diferentes jogos com diferentes estilos de gameplay estão disponíveis, trazendo possibilidades de ganhos reais.

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Geralmente, começar uma nova aventura demandará um investimento inicial, não só financeiro, mas também de tempo, para que você domine a dinâmica do jogo e possa fazer crescer seu patrimônio virtual. Listamos abaixo alguns dos jogos mais populares do momento: 

Axie Infinity

Esse jogo pertence ao gênero de criação, reprodução e coleção de criaturas, no melhor estilo Pokémon. Nesse jogo, você pode batalhar com outros jogadores usando seus bichos de estimação, os “Axies”. Você também pode criar e personalizar seu avatar, realizar missões diárias e outras atividades in-game.

Cada Axie é um NFT, de modo que eles podem ser trocados entre jogadores ou vendidos. O jogo está hospedado na blockchain Ethereum, e tem como base as criptomoedas Smooth Love Potions (SLP) e o AXS.

Elas podem ser usadas para aumentar os atributos dos mascotes, para comprar ou criar novos mascotes ou serem cambiadas por moedas fiduciárias. No momento, Axie Infinity tem a terceira maior capitalização de mercado entre os jogos, US$ 2,9 bilhões. 

The Sandbox

Esse é um jogo que havia sido inicialmente lançado para plataformas mobile, em 2012, mas foi redefinido como um jogo do tipo metaverso descentralizado em blockchain, em 2021. A capitalização de mercado já é a segunda maior entre os jogos, US$ 3,4 bilhões.

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Sandbox se baseia no conceito de um mundo virtual 3D, no qual jogadores existem como avatares. Eles podem executar missões, atividades e desafios para ganhar recompensas na forma de NFTs e da cripto SAND. A proposta principal, porém, é de que os jogadores se tornem criadores, monetizando e negociando suas criações dentro do ambiente virtual.

O Sandbox funciona como uma ferramenta para a criação de outros jogos, hospedados dentro do metaverso, ou até mesmo de ambientes sociais e eventos. Um caso notório é o da participação do rapper Snoop Dogg

Decentraland

O maior jogo em capitalização de mercado, com US$ 4,8 bilhões, é o Decentraland. Ele também é do tipo metaverso, sendo um espaço para a aquisição de terrenos, ativos, imóveis digitais e itens na rede Ethereum.

As negociações são feitas através da cripto MANA, que também dá direitos de governança na estrutura DAO, e das NFTs de propriedade LAND. A plataforma possibilita interações sociais em realidade aumentada, eventos, publicidades, exposições, criação de jogos interativos e experiências em geral.

Outros jogos

Existem mais de 400 jogos online em blockchain no momento e encontrar o jogo ideal para cada pessoa vai requerer um pouco de pesquisa. A escolha pode ser feita, por exemplo, com base na prioridade do jogador: investimento em cripto, investimento em NFTs, criação de conteúdo e/ou gênero/mecânica de jogabilidade do volume.

Sites como DappRadar e CoinMarketCap podem ser boas referências para consulta.

Sobre o autor

Fares Alkudmani é formado em Administração pela Universidade Tishreen, na Síria, com MBA pela Edinburgh Business School, da Escócia. Naturalizado Brasileiro. Atua como Business Development Manager Brasil na Kucoin.

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