O Ministério da Justiça identificou Marcelo Valle Silveira Mello como um dos autores das ameaças ao deputado federal Jean Wyllys. Segundo a nota publicada pelo órgão neste sábado (26), Mello se servia da identidade de Emerson Setim para fazer ameaças ao parlamentar.
Mello é o criador da polêmica criptomoeda ‘Bolsocoin’ em homenagem a Jair Bolsonaro.
A nota diz que as investigações seguem em andamento e que ao longo de 2017 e 2018 foram instaurados diversos inquéritos pela Polícia Federal para apurar ofensas e ameaças contra Wyllys.
Diz, ainda, que “o Ministério da Justiça e Segurança Pública repudia a conduta dos que se servem do anonimato da internet para covardemente ameaçar qualquer pessoa e em especial por preconceitos odiosos”.
Atitude de Jean Wyllys
O texto é finalizado com um lamento pela atitude de Jean Wyllys deixar o Brasil, mas não concorda de que isso foi por conta de omissão das autoridades constituídas, o que não é verdade.
Na semana passada, o deputado havia anunciado que não iria assumir seu novo mandato devido a ameaças e que iria morar fora do Brasil.
Condenado a 41 anos de prisão
Antes da notícia de que Mello era um dos autores das ameaças sofridas pelo deputado, em 19 de dezembro do ano passado ele já havia sido condenado à 41 anos, seis meses e 20 dias de prisão por diversos crimes cometidos na internet. Dentre eles, racismo, terrorismo e a incitação para cometimento de crimes.
Além da pena restritiva de liberdade, Mello deve pagar R$ 1 milhão a título de indenização pelos danos que teria cometido a outrem e ainda foi condenado ao pagamento de 678 dias-multa (no valor de um décimo do salário mínimo vigente em dezembro de 2016).
A decisão foi proferida pelo juiz federal Marcos Josegrei da Silva, da 14ª Vara da Justiça Federal de Curitiba. O criminoso está preso desde maio de 2018 e não poderá recorrer em liberdade, uma vez que o seu pedido de Habeas Corpus foi negado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ).
A Bolsocoin
Marcelo Mello é um homem polêmico. Sua inclinação neonazista e uma visão voltada para uma política de direita inflexível fez com que ele criasse uma criptomoeda para dar a poio as suas causas ligadas ao ódio as minorias.
A Bolsocoin foi resultado disso. A moeda criptografada foi criada no final do ano passado e o seu nome era na época uma homenagem ao então candidato à presidência da República Jair Bolsonaro. Um post no Bitcoin Talk no ano passado apresentou o projeto à comunidade de criptomoedas, que a rejeitou rapidamente.
A Bolsocoin era um fork do Litecoin. Segundo o site Metrópoles, era utilizada não como investimento, mas como meio de troca por cometimento de crimes como chantagem a partir da ameaça de divulgar dados pessoais, por meio da prática conhecida como doxing e da prática de Swatting, a qual consiste numa espécie de trote às forças de segurança.
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