Uma investigação da divisão de Operações de Inteligência de Fusão e Estratégicas (ou IFSO, na sigla em inglês) da Polícia de Déli, que durou cinco meses, alegadamente revelou que o Hamas estava por trás de um hack a carteiras de criptomoedas, segundo o jornal Times of India.
De acordo com o artigo, o roubo das criptomoedas equivale a US$ 536 mil a preços atuais.
Alegadamente, os fundos haviam sido enviados por meio de diversas carteiras privadas antes de chegar às Brigadas de al-Qassam, a unidade miliar do Hamas.
Antes arrecadados em 2019 por um empresário na área residencial de Paschim Vihar, em Déli, a vítima perdeu o acesso à sua carteira, que continua bitcoin (BTC), ether (ETH) e bitcoin cash (BCH).
Os detalhes da carteira foram carregados na dark net (uma seção da internet que não é acessível por mecanismos tradicionais de pesquisa) que já está acostumada com finanças ilícitas e relacionadas a criptomoedas.
“A carteira confiscada pertencia a Mohammad Naseer Ibrahim Abdulla”, disse a IFSO no artigo. “Outra carteira, de onde as criptomoedas haviam sido transferidas, pertenciam a Ahmed QH Safi, de Rmallah, na Palestina.”
O jornal também noticiou que parte das criptomoedas roubadas foi transferida para um site britânico de apostas e um site de pornografia infantil.
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Hamas e criptomoedas
Essa não é a primeira vez que Hamas utilizou criptomoedas para financiar sua atividade.
O grupo, considerado como uma organização terrorista pelos EUA, Reino Unido e outros governos, recorreu ao mercado de criptomoedas para evitar sanções internacionais.
Isso é bastante evidente durante épocas de conflito renovado com Israel. Segundo um funcionário sênior do Hamas em junho de 2021 (época em que houve um conflito armado com Israel), o grupo teve um aumento nas doações em bitcoin.
“Sem dúvidas houve um aumento [nas doações em bitcoin]. Parte do dinheiro é utilizada para fins militares para defender os direitos básicos dos palestinos”, afirmou.
Em 2019, as Brigadas de al-Qassam do Hamas estavam pedindo publicamente por doações em bitcoin.
O grupo, de acordo com o Departamento de Justiça dos EUA (ou DOJ), “se vangloriou que doações em bitcoin eram irrastreáveis e seriam usadas para causas violentas”.
*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.