bandeira do brasil com moedas de bitcoin
Shutterstock

A importação de criptomoedas mais que dobrou no intervalo de um ano, chegando a US$ 2,938 bilhões (R$ 14,8 bi) entre janeiro e fevereiro de 2024, segundo dados divulgados pelo Banco Central.

Este valor representa um salto de 110% nas importações de ativos digitais, que no primeiro bimestre de 2023 havia ficado em US$ 1,396 bilhão. Na comparação dos meses, fevereiro deste ano teve um resultado de US$ 1,342 bilhão, contra US$ 607 milhões um ano atrás, uma alta de 121%.

Publicidade

A importação dos criptoativos reflete o fluxo de ativos digitais entre um não residente (vendedor) para um residente (comprador) no Brasil, e as transações comerciais são medidas pela autoridade monetária por meio de contratos de câmbio.

Segundo a metodologia do BC, essa classificação do balanço de pagamentos não inclui stablecoins e moedas digitais emitidas por bancos centrais, as CBDCs.

O ano de 2023 já foi de recorde de importações no Brasil, com uma marca de US$ 12,3 bilhões em criptoativos, valor que já era 64% superior ao de 2022, quando ficou em US$ 7,5 bilhões.

Já os dados de exportação foram bem inferiores, mas também tiveram um aumento significativo. No primeiro bimestre deste ano foram exportados US$ 146 milhões em criptoativos, uma alta de 386% sobre os US$ 30 milhões de um ano antes.

Ao jornal Folha de São Paulo, o chefe do departamento de Estatísticas do BC, Fernando Rocha, afirmou que um estudo com base nas informações que estão no campo livre do contrato de câmbio verificou haver uma predominância de Bitcoin nas operações, embora não haja uma definição precisa do tipo de moeda encontrada.

Publicidade

“Como bitcoin não tem peg [mecanismo de atrelamento] com nenhum outro ativo, as razões [de crescimento] podem ser ou especulativas ou para investimentos. Quando a gente olha preços do bitcoin, está tendo uma recuperação recente, isso pode ser uma razão para esses investimentos”, disse.

O diretor de Novos Negócios do MB (Mercado Bitcoin), Fabrício Tota, observou ao jornal que as corretoras de criptomoedas do Brasil também viram um aumento significativo do volume negociado em reais:

“Esse mercado fica muito atrativo porque existe espaço para arbitragem e normalmente existe um prêmio. O preço do bitcoin em reais é um pouquinho mais caro do que em dólares, mesmo convertendo pelo dólar comercial. Porque precisa fazer uma operação de câmbio, vai pagar IOF, spread do câmbio. É um mercado que existe continuamente esse fluxo acontecendo.”

VOCÊ PODE GOSTAR
moeda de bitcoin em cima de nota de 50 rublos

Rússia recorre a Bitcoin, Ethereum e USDT para contornar sanções no comércio de petróleo, diz Reuters

A agência apurou que a Rússia está usando dezenas de milhões de dólares por mês em criptomoedas para facilitar parte de suas exportações de petróleo para China e Índia
moedas empilhadas em sequência criam um gráfico de mercado financeiro

Fundos globais de criptomoedas quebram sequência negativa com entradas de US$ 644 milhões

O entusiasmo renovado no mercado de criptomoedas impulsionou os fundos ETFs a romperem a pior sequência de retiradas semanais
Liliana Elizabeth Alcaraz Recalde e juan Carlos Reyes García assinam memorando de entendimento cripto Ela Salvador E Paraguai

El Salvador e Paraguai firmam acordo para regular mercado de criptomoedas

Memorando de Entendimento visa estabelecer cooperação entre os governos para troca de informações e supervisão de provedores de serviços de ativos digitais
Imagem da matéria: ETFs de criptomoedas perdem um recorde de US$ 6,4 Bilhões em cinco semanas

ETFs de criptomoedas perdem um recorde de US$ 6,4 Bilhões em cinco semanas

Os produtos negociados em bolsa que detêm Bitcoin, Ethereum e Solana agora enfrentam seu pior período de retiradas já registrado