Adriano Babiretzki-divulgação-capa
Empresário Adriano Babiretzki posa para foto (Divulgação)

As pessoas extraem minerais do solo há séculos, desde quando ainda não havia técnicas, máquinas ou ferramentas avançadas para encontrar ouro, prata ou diamante. Com o passar dos tempos, surgiram então novas tecnologias que permitem aos mineradores um trabalho mais efetivo nos dias de trabalho no garimpo legal – também graças ao Estatuto do Garimpeiro, instituído no Brasil em 2008.

E são inúmeros os dias dentro de minas e rios que o paranaense Adriano Babiretzki, 53, morador de Vilhena, em Rondônia, passa ao longo de seus quase 40 anos de profissão em sua paixão, o garimpo. Atualmente, o empresário exporta vários produtos para a Suíça através de sua companhia, que comercializa diamante lapidado, joias, pedras lapidadas semipreciosas e detectores de metais.

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Várias atividades de Adriano podem ser vistas em seu canal no YouTube. Vídeos intitulados “Como saber se tem ouro na sua região”, por exemplo, costumam gerar milhões de visualizações. O empresário, ao seu modo, preza em oferecer conteúdo educacional aos seus seguidores. Conforme analisou a reportagem, é comum Adriano ser tratado como “professor” em suas lives.

“O meu canal incentiva as pessoas a procurarem os meios legais para trabalhar. As lives que eu faço eu sempre digo, ‘procurem o meio-ambiente, procurem a AMN (Agência Nacional de Mineração)’”

Para quem nunca viu o funcionamento de um garimpo, um vídeo recente postado por Adriano mostra todos os detalhes da atividade.

Adriano também tem outra paixão, que é a música, conforme revelou em entrevista ao Portal do Bitcoin. Ele também conversou sobre os muitos desafios de sua trajetória profissional no garimpo.

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Garimpo legal

Filho de um gaúcho com uma catarinense, Adriano diz que para garimpar legalmente no Brasil é preciso planejamento para assegurar a todos um bom trabalho e o lucro. Sendo assim, montar um acampamento, por exemplo, tem que ser feito dentro da legalidade, principalmente se o objetivo é mudar de lugar durante o processo.

Dentro das leis, o método que mais agrada o empresário na hora de partir para a mineração é realizar um contrato de sociedade com uma cooperativa e o dono do espaço – geralmente um fazendeiro – onde o trabalho será realizado. O contrato, segundo Adriano, serve para deixar claro que “ninguém é empregado de ninguém” durante o processo.

Mas antes de qualquer atividade, como sempre alerta em seus vídeos no YouTube, é necessário um relatório, feito junto com um geólogo, bem como permissão de lavra de uma cooperativa ou de uma empresa particular.

O dia no garimpo e a divisão do lucro 

Adriano conta que quando sai para o garimpo, procura regiões do Mato Grosso, como o município de Juína, por exemplo. Isso porque Rondônia, apesar de ser rica em diamante, exige uma Concessão de Lavra Garimpeira. Por isso, ele também compra, através de sua empresa, pedras preciosas do Espírito Santo para lapidar e exportar.

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Sobre o lucro, o empresário explicou:

“Vamos supor, eu entro com a minha máquina como investimento e o pessoal entra, também como investimento, com a mão de obra. Aí são 50% para os funcionários, que geralmente formam um grupo de cinco pessoas, e 50% para o proprietário da máquina. Desses, tem que tirar 22% para a cooperativa, que, por sua vez, repassa 10% para o dono da fazenda”.

Partindo para o operacional, o horário que a equipe de Adriano começa a trabalhar no garimpo é entre 5h e 6h, dependendo se o trabalho será feito a céu aberto ou em túnel. Antes de saírem, tomam apenas um cafezinho.

“Às 8h chega o café reforçado, com pão, leite, ovos, farinha, o que tiver lá”, descreve, acrescentando que por volta das 11h eles retornam devido ao sol forte. Eles então voltam ao garimpo entre 14h30 e 15h e ficam por lá até as 18h.

Os dias de garimpo também dependem do que foi negociado com os sócios. “Para fazer acerto de contas, geralmente [se garimpa] durante 20 dias, e você não pode passar nada para outra pessoa, simplesmente porque tudo o que sai dali é cadastrado na AMN”, explica.

Busca por sucesso na música o levou ao garimpo

Sobre a outra paixão de Adriano, a música, ele só não conseguiu levar o sonho adiante por falta de dinheiro durante os anos 80.

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Mas isso não significa que ele tenha aposentado sua guitarra: nas horas vagas, ele ainda toca que um bom e velho rock de garagem. Também diz que o destino é imprevisível. O cantor e compositor Cartola, um dos maiores nomes da música popular brasileira, conseguiu gravar seu primeiro disco apenas aos 65 anos, em 1974.

Mas Adriano tentou. E mesmo antes de conhecer o garimpo ele esteve no interior de São Paulo, na cidade de Bauru, para dar os primeiros passos. Procurar uma cidade desenvolvida, conseguir um trabalho e juntar dinheiro para investir na carreira musical era o foco do menino de apenas 14 anos.

Infelizmente o plano não deu certo. De posse apenas de seu registro de nascimento, Adriano não conseguiu um emprego formal e teve que se virar com bicos para juntar dinheiro e retornar para Maringá, no Paraná. Já com 15 anos, ele conseguiu por lá um emprego de carteira assinada em uma fábrica de óculos.

No entanto, não demorou muito para que desistisse do emprego, sem dar ‘baixa’ na carteira, para ir atrás do irmão mais velho, Arthur, que já rachava no sol de Porto Velho, em Rondônia, operando dragas no Rio Madeira.

Conseguiu uma carona para a terra do desbravador Marechal Cândido Rondon, onde encontrou, com dificuldade, o irmão, em meio a mais de 1.000 quilômetros quadrados de garimpo.

Lá, Adriano aprendeu a profissão, foi promovido a chefe, passou a tomar conta das dragas e tornou-se um “garimpeiro manso”, como são chamados, no linguajar dos garimpeiros, aqueles que dominam tudo.

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Adriano no ano de 1985 se refrescando ao lado de um amigo (Foto: Divulgação)

Adriano Pedras Preciosas

Adriano fundou a ‘Adriano Pedras Preciosas’ em 2012 para tocar seu projeto empresarial. Cinco anos depois, criou o canal homônimo no YouTube, que atualmente possui quase 1 milhão de inscritos.

Segundo afirmou a reportagem, ele foi o primeiro youtuber brasileiro do ramo de mineração a fechar contrato de publicidade e revenda com a exportadora de maquinário de mineração Minelab, empresa de origem australiana, mas com escritório nos EUA

Adriano chegou a vender R$ 14 milhões em produtos em um ano, com uma comissão de 4%. Fora isso, a rede social começou a lhe prover mais uma fonte de renda, chegando a receber cerca de R$ 40 mil em monetização em um mês.

Alvo de golpistas

As redes sociais ajudam no negócio mas também expõem empresas e pessoas. E Adriano também tem que lidar com vários tipos de contatos duvidosos.

Segundo ele conta, frequentemente recebe telefonemas ou emails de golpistas de vários países, que se passam por compradores e investidores. Mas seus anos de profissão falam mais alto e ele sabe exatamente quando se trata de fraudadores.

“Quando é golpista ou eles querem uma parceria ou comprar meia tonelada de ouro”, conclui.

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