Falência da FTX espalha medo e vendas de cold wallets como Ledger e Trezor disparam

Carteiras físicas como Trezor e Ledger estão entre as mais conhecidas para autocustódia de bitcoin, ethereum e outras criptomoedas
Moedas de bitcoin em cima de um teclado-ao lado uma cold wallet

Foto: Shutterstock

As exchanges descentralizadas (DEXs) de criptomoedas não são as únicas empresas que estão indo bem após o colapso da FTX na semana passada. Os fabricantes de carteiras físicas (cold wallets) Ledger e Trezor relataram um grande aumento nas vendas no período, quando os consumidores correram para soluções de autocustódia para proteger seus ativos.

As carteiras de criptomoedas físicas, também conhecidas como carteiras hardware, mantêm as chaves privadas dos usuários armazenadas offline com segurança. Ao contrário das carteiras de software, elas são principalmente imunes a ataques online, embora não sejam totalmente impenetráveis ​​e já tenham sido alvo de ataques de phishing.

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Ainda assim, em um setor não regulamentado, onde credores e exchanges centralizadas com finanças obscuras podem reter os fundos das pessoas sem aviso prévio ou manuseá-los incorretamente, muitos veem dispositivos como Ledger e Trezor como uma alternativa melhor de manter seus ativos.

E os números de vendas da semana passada sugerem isso.

Busca por Trezor e Ledger aumenta

O CEO Pascal Gauthier confirmou o aumento com relatórios recentes mostrados ao Decrypt de que a empresa teve um forte aumento nas vendas. 

“A semana passada foi a semana de vendas mais alta da história da Ledger. Domingo foi nosso maior dia de vendas de todos os tempos. Até segunda-feira, quando batemos nosso recorde novamente”, disse Pascal por e-mail.

Ele acrescentou:

“A mensagem é clara: as pessoas estão percebendo que devemos voltar à descentralização e à autocustódia. ‘Não são suas chaves, não são suas moedas’. Um ditado tão antigo quanto a própria criptomoeda, mas nunca foi tão relevante”.

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A Decrypt também enviou um e-mail ao principal concorrente da Ledger, a Trezor, que relatou um aumento semelhante na demanda. 

O analista de Bitcoin, Joseph Tetek, da Trezor, disse que o fabricante de carteiras “de fato viu um aumento exponencial nas vendas desde 7 de novembro”.

“Embora congratulemos com o aumento do interesse em soluções de autoarmazenamento, não estamos felizes que o atual aumento na demanda seja resultado de uma enorme perda de fundos no FTX”, acrescentou.

Ascensão das DEXs

Outra solução de autocustódia que está em alta desde a semana passada são as exchanges descentralizadas, conhecida pela sigla DEX. 

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As DEXs representaram US$ 31 bilhões em negociações de criptomoedas na última semana, de acordo com estatísticas da Dune

A febre começou na terça-feira, no mesmo dia em que a Binance anunciou que havia assinado um acordo não vinculativo para resgatar a FTX por um valor não revelado. 

Muitas exchanges registraram uma duplicação nos volumes de negociação nas 24 horas seguintes ao anúncio, incluindo a DEX mais popular, Uniswap, que viu mais que o triplo do volume.

Apenas um dia antes, o volume de negócios havia sido de quase US$ 1,3 bilhão — um dia mais ou menos médio na Uniswap no último mês. No entanto, após as notícias do resgate, os volumes aumentaram para pouco mais de US$ 4,2 bilhões. 

Se há um lado positivo imediato para a queda da FTX, é que a indústria cripto não está mais confiando cegamente em custodiantes centralizados.

Termos como “segurança” e “autocustódia” estão vindo à tona agora.

*Traduzido pelo Portal do Bitcoin com autorização do Decrypt.