Com cerca de um ano — ou menos — para o lançamento do Drex, o debate sobre o real digital tem ganhado força e, durante um evento em São Paulo na segunda-feira (26), Gabriel Queiroz, gerente de inovação da Elo, disse que as pessoas podem se arrepender de não entrarem agora nesse projeto, assim como muitas se arrependem de não terem comprado Bitcoin (BTC) no passado.
Segundo informações do site Exame, ele destacou que o Drex é um “momento único” para o sistema financeiro brasileiro e, ao compará-lo com o Bitcoin, disse que a moeda digital pode levar a um arrependimento em quem não entrar no projeto logo nesse início.
“Da mesma forma que muitos gostariam de comprar um bitcoin lá atrás quando valia dezenas de dólares, hoje estamos participando de um projeto que pode mudar a estrutura financeira do país. Não sei se em termos de lucro como o bitcoin, mas vai democratizar as oportunidades de acesso ao sistema financeiro”, disse o executivo durante o evento “Drex & Beyond”, organizado pela Microsoft e a Hamsa.
Vale lembrar que o Drex não é uma criptomoeda como as que conhecemos, caso do Bitcoin ou Ethereum (ETH), mas sim uma representação digital do real que já circula fisicamente no país. Com isso, o ativo representa uma Moeda Digital de Banco Central (CBDC).
Por essa diferença, o real digital não será uma moeda focada em investimento. Portanto, a ideia não será comprar o ativo para esperar sua valorização e vender na sequência, já que ele simplesmente seguirá o valo do real. Enquanto isso, o BTC, dada suas características de limite de oferta e outros pontos, tem seu preço variável, servindo também como um instrumento de reserva de valor e investimento em especulação.
“A dica é acompanhar o que está acontecendo o tempo todo. Estamos passando por um momento muito único da história do sistema financeiro brasileiro”, ressaltou Queiroz em sua fala.
Ele ainda focou nas possibilidade de novos modelos de negócios que o Drex pode criar para as empresas com atuação no país. “O Drex nasceu para fomentar a criação de novos modelos de negócio e temos vislumbrado várias oportunidades dentro da Elo”, afirmou apontando que a empresa tem olhado até para projetos de fora de seu foco, que é de arranjo de pagamentos.
“Discutimos muito no ano passado a possibilidade de criar carteiras digitais descentralizadas. Sempre vai ter espaço para discutir novos modelos de negócio, principalmente quando somos uma empresa de tecnologia que sempre vai tentar facilitar operações e processos de pagamentos no Brasil e no mundo”, completou ele.
Drex
Previsto para ser lançado entre o fim de 2024 e início de 2025, o Drex foi anunciado oficialmente pelo BC em agosto de 2023 como a futura moeda digital brasileira. O ativo não será uma criptomoeda, mas sim a representação digital do real.
Segundo o BC, cada letra do real digital equivale a uma característica da ferramenta. O “D” representa a palavra digital, o “R” é de real, o “E” de eletrônica, enquanto o “X” passa a ideia de modernidade e de conexão, além de repetir a última letra do Pix, sistema de transferência instantânea criado em 2020.
O BC escolheu a plataforma Hyperledger Besu para fazer os testes com ativos de diversos tipos e naturezas. Essa plataforma tem baixos custos de licença e de royalties de tecnologia porque opera com código aberto (open source).
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