Imagem da matéria: Exchange de criptomoedas eXch será encerrada após ligações com o Grupo Lazarus e hack da Bybit
Foto: Shutterstock

A exchange de criptomoedas eXch encerrará suas operações em 1º de maio, após ser ligada ao hack de US$ 1,4 bilhão da Bybit e a uma “operação transatlântica ativa”, informou a equipe na quinta-feira (17).

A eXch é uma exchange de criptomoedas focada em privacidade, conhecida por operar sem os típicos requisitos de KYC (know-your-customer, ou “conheça seu cliente”). O encerramento ocorre em meio a crescentes acusações de que a eXch foi cúmplice no hack de US$ 1,4 bilhão da Bybit em fevereiro, supostamente facilitando a lavagem de dinheiro pelo grupo de hackers Lazarus, da Coreia do Norte.

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A exchange citou uma “operação transatlântica ativa” que estaria mirando sua infraestrutura e possivelmente buscando acusações de lavagem de dinheiro e terrorismo contra sua equipe, segundo um comunicado feito em 17 de abril.

O CEO da eXch, Johann Roberts, disse ao Decrypt que a decisão de encerrar as atividades foi motivada por um “denunciante verificado do Departamento de Justiça (DOJ)” que forneceu “dados reais suficientes”.

“Não vemos sentido em operar em um ambiente hostil onde somos alvo de SIGINT simplesmente porque algumas pessoas interpretam mal nossos objetivos”, escreveu a eXch no anúncio.

SIGINT aqui se refere a inteligência de sinais, um método de coleta de informações usado por agências de segurança.

A eXch continuará fornecendo acesso via API para parceiros até 1º de maio. Depois disso, uma nova equipe de gestão determinará os próximos passos da empresa.

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Jogo de Culpa

Em fevereiro, o FBI ligou o notório Grupo Lazarus, da Coreia do Norte, ao incidente com a Bybit.

Dias após o hack, o CEO da eXch, Johann Roberts, respondeu às perguntas do Decrypt sobre acusações feitas por grupos como Elliptic, ZachXBT e outros investigadores, que culparam a plataforma por processar os fundos, mesmo após pedidos da Bybit para bloquear as transações.

Na época, investigadores on-chain notaram um “aumento anormal” no volume de Ethereum na plataforma logo após o roubo.

A eXch inicialmente negou essas acusações: “Não estamos lavando dinheiro para o Lazarus/DPRK”, afirmou.

A exchange alegou que isso ocorreu por causa de dados desatualizados de seu provedor terceirizado de triagem AML (anti-lavagem de dinheiro), que demorou cerca de 12 horas para atualizar as informações sobre os endereços hackeados.

Posteriormente, em um comunicado por e-mail ao Decrypt, a eXch reconheceu que processou uma “parte extremamente pequena” do lote de Ethereum (aproximadamente 90.000 ETH), lavados por meio de “múltiplos serviços centralizados e descentralizados”, de um total de 401.346 ETH roubados da Bybit.

A eXch argumentou na época que a recusa em cooperar com a Bybit se devia a “ataques diretos” que a Bybit teria feito à reputação da eXch no passado.

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A Bybit não respondeu imediatamente ao pedido de comentário do Decrypt.

A eXch também alegou que a Elliptic se recusou a aceitá-la como cliente por ser uma exchange sem KYC, operando para “preservar a privacidade” de seus usuários.

Tal situação “reflete não apenas nossos desafios, mas também problemas mais amplos da indústria, particularmente as políticas elitistas de certas empresas como a Elliptic”, disse Roberts ao Decrypt na época.

A Elliptic também não respondeu imediatamente às perguntas do Decrypt sobre o assunto.

Em sua “despedida”, a eXch criticou as práticas AML de outras exchanges, chamando-as de “políticas sem sentido”, e argumentou que os mecanismos de triagem podem ser “facilmente burlados”.

* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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