Crime cibernético
Foto: Shutterstock

Autoridades em Hong Kong estão processando um ex-gerente sênior da corretora de criptomoedas Huobi, acusando-o de lucrar, de forma ilícita, US$ 5 milhões ao negociar secretamente em sua empresa.

Segundo um artigo do Financial Times publicado nesta quarta-feira (22), o caso foca em negociações supostamente realizadas em fevereiro e março de 2020 por Chen Boliang, ex-gerente sênior do departamento de clientes institucionais da Huobi.

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Chen foi preso em maio de 2020 e acusado de acessar os sistemas internos da Huobi com “intenções criminosas ou desonestas”.

Um processo enviado à Huobi alega que Chen criou uma conta de varejo em nome de seu pai, usando seu poder para aprovar uma linha de crédito de US$ 20 milhões na plataforma de negociação.

O esquema ilícito supostamente não acabou aí, pois Chen negociou com uma conta corporativa que ele controlava, gerando um lucro de cerca de US$ 5 milhões na forma de USDT, a maior stablecoin da indústria.

“O vínculo empregatício do sr. Boliang Chen com a Huobi Global foi rescindido em maio de 2020. Não temos mais comentários relacionados às acusações contra o sr. Boliang Chen e acreditamos na administração da justiça pela Região Administrativa Especial de HK [Hong Kong]”, afirmou a Huobi Global em um comunicado.

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O ex-funcionário da empresa, que foi solto após pagar uma fiança de US$ 25 mil, enfrenta um total de seis acusações de ter acessado os sistemas computacionais da empresa e uma acusação relacionada aos proventos do crime.

O caso ainda está passível de uma investigação preliminar pelo magistrado de Hong Kong na próxima semana, que irá decidir se existem provas suficientes para que o caso avance para o tribunal.

A Huobi, que foi forçada a sair da China em meio a uma repressão à indústria cripto em 2021, está registrada nas ilhas Seychelles e opera com o nome Huobi Global. Com um volume negociado de mais de US$ 1,34 bilhão nas últimas 24 horas, é a quarta maior corretora de criptomoedas do mundo, atrás apenas da Binance, FTX e Coinbase.

Uso de informações privilegiadas assola o setor cripto

Essa não foi a primeira vez que funcionários de uma grande empresa cripto são acusados de ilegalmente usar os sistemas internos ou informações privilegiadas para gerar lucros.

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Em setembro de 2021, o grande mercado de tokens não fungíveis (ou NFTs, na sigla em inglês) OpenSea demitiu Nate Chastain, seu ex-líder de produtos, que havia lucrado com a negociação de NFTs com base em informações comerciais e confidenciais da empresa.

Em seguida, Chastain foi preso e acusado pelo Departamento de Justiça dos EUA (ou DOJ) por fraude eletrônica e lavagem de dinheiro.

Outro exemplo aconteceu este ano, quando a empresa de pagamentos digitais Block (anteriormente conhecida como Square) acusou um ex-funcionário de roubar mais de oito milhões de nomes e números de conta de clientes do produto Cash App Invest.

*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

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