Uma ex-funcionária da Binance no Reino Unido está processando a corretora, alegando que a empresa a demitiu como forma de represália por conta de uma denúncia de fraude que a trabalhadora fez contra um colega.
Segundo informações da Bloomberg, Amrita Srivastava é uma executiva de nível sênior que trabalhou na unidade Link da Binance. Trata-se de uma área que conecta corretores externos e clientes à plataforma da exchange. A ex-funcionária alega que um colega cobrou dinheiro por fora de um cliente para, supostamente, acelerar o processo de integração do usuário com a corretora.
A executiva afirma que ficou sabendo do ato de corrupção pelo cliente, que sequer sabia que estava lidando com um funcionário da Binance. Srivastava avisou formalmente seus superiores em abril de 2023 e foi demitida um mês depois.
Em sua defesa no processo, a Binance afirma que já sabia do caso e que uma investigação interna já estava em andamento. A demissão de Srivastava foi, segundo a empresa, pelo desempenho ruim que ela havia demonstrando no emprego.
Segundo a reportagem, o funcionário responsável pela fraude não trabalha mais na Binance.
Clima “caótico”, afirma executiva
Amrita Srivastava foi contratada em abril de 2022, após uma passagem pela Mastercard, onde trabalhou no setor de relacionamento com fintechs.
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A executiva afirma que no início sentiu que havia uma vontade da Binance de estar em regularidade com as questões de compliance, mas que com o tempo percebeu que o clima real era “caótico”.
Ela diz que “a pressão estava presente para que os negócios fossem entregues” e que a missão era recompor a receita perdida com a interrupção dos negócios com clientes do Irã — 25% da receita da unidade Link vinha de trades de iranianos.
A descoberta da fraude ocorreu quase por acaso. O cliente viajava com frequência ao Reino Unido e mantinha contato profissional com Srivastava. Num dos encontros ele disse que repassou dinheiro para um homem que se passava por um consultor externo, mas que era na verdade funcionário da Binance.
“Eu não estava disposta a olhar para o outro lado quando alguém havia enganado um cliente e ainda fazia parte da equipe – algumas coisas são simplesmente certas ou erradas, e pedir um suborno e enganar um cliente não é uma área cinzenta – é, definitivamente, errado”, disse Srivastava em seu depoimento.
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