Bonequinho em cima de uma pilha de moedas douradas de bitcoin fazendo alusão ao processo de mineração
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Nova York está um passo mais próximo de se tornar o primeiro estado a banir a mineração de criptomoedas que depende de fontes de energia baseadas em carbono. Os legisladores do estado deram apoio a um projeto de lei que impede novos participantes de instalarem operações de mineração e suspende renovações para licenças de operação já existentes.

Aprovada pela Assembleia do Estado de Nova York em abril, o Projeto de Lei S6486D do Senado também recebeu aprovação do Senado com 36 votos a favor e 27 contra em uma votação na manhã desta sexta-feira (3).

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Agora, o projeto de lei avança para que a governadora Kathy Hochul o assine ou vete.

O projeto de lei pede por uma moratória de dois anos para operações de mineração de criptomoedas com combustíveis fósseis, que usam o sistema proof of work (ou PoW, na sigla em inglês) – como o bitcoin -, um método que consome muita energia para verificar transações na blockchain.

O texto também limita o consumo atual de energia elétrica de operações de mineração existentes.

Porém, o projeto não suspende operações que utilizam energias renováveis nem impede o uso de alternativas a PoW que consomem menos energia, como proof of stake (ou PoS), usada por muitas outras criptomoedas na verificação de transações.

O algoritmo PoW é a base das duas maiores criptomoedas do mercado: bitcoin (BTC) e ether (ETH).

No entanto, a previsão é que a rede Ethereum migre para um mecanismo de consenso PoS no terceiro trimestre deste ano.

Preocupações sobre o impacto ambiental da mineração 

Parte do debate em torno do projeto de lei está focada no suposto impacto negativo da mineração de bitcoin ao meio ambiente.

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De acordo com o Índice de Consumo de Eletricidade do Bitcoin (ou CBECI) da Universidade de Cambridge, se a rede Bitcoin fosse um país, seria o 32º maior consumidor de energia elétrica — entre a Argentina e os Países Baixos.

“Existe um crescente número de operações de mineração de criptomoedas em Nova York que estão minerando criptomoedas que utilizam o algoritmo de consenso proof of work, como bitcoin e ether”, segundo o projeto de lei.

“Algumas empresas de mineração de criptomoedas adquiriram usinas desativadas de combustíveis fósseis e começaram a operar a uma taxa bem mais alta do que essas usinas operavam anteriormente. Basicamente, essas empresas estão operando como um centro de geração de energia elétrica que utiliza combustíveis fósseis.”

Além disso, o projeto de lei exige a criação de uma “declaração genérica de impacto ambiental” para a mineração PoW, que fará com que legisladores do estado de Nova York “determinem se o crescimento de empresas de mineração com autenticação via proof of work que operam seus próprios centros de geração de energia elétrica e produzem energia pela queima de combustíveis fósseis é incompatível com nossos objetivos de emissão de gás estufa estabelecidos pela lei”.

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Oposição

Porém, o projeto de lei enfrenta oposição de representantes da indústria cripto, que temem que, caso aprovada, possa prejudicar a economia do estado nova-iorquino.

“Este é um retrocesso significativo para o estado e irá reprimir seu futuro como um líder de tecnologia e de serviços financeiros globais”, afirmou Perianne Boring, fundadora e presidente da Câmara de Comércio Digital, em entrevista à CNBC.

Greenidge Generation Holdings Inc., um grupo de mineração de bitcoin com sede em Nova York, também respondeu à recente moratória, afirmando que “a legislação não irá se aplicar às operações da Greenidge”. Atualmente, a empresa possui as operações necessárias e enviou uma solicitação de renovação antes da aprovação da legislação mais recente.

Ainda assim, a empresa causou a ira de muitos ambientalistas e ativistas do clima porque suas operações podem ameaçar os agressivos objetivos climáticos do estado.

Um aspecto ainda mais importante, segundo Boring, é que a aprovação do projeto de lei como legislação “irá eliminar empregos fundamentais e ainda privar o acesso financeiro a muitas das populações sub-bancarizadas que moram no ‘Empire State’”.

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*Traduzido por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.

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