A notícia da volta do Bitcoin (BTC) ao patamar dos US$ 100 mil quase foi ofuscada por um outro fenômeno: o Ethereum (ETH) começou uma decolagem de foguete nesta sexta-feira (9). A segunda maior criptomoeda do mercado chegou a bater 20% de alta no período de 24 horas e agora tem valorização de 25% em sete dias.
Se a volatilidade do mercado cripto pode ser misteriosa em muitos momentos, desta vez a alta do Ethereum parece ter três razões claras: “Atualização Pectra bem sucedida, a expectativa quanto ao lançamento dos ETFs de ETH com staking nos Estados Unidos e o fato de que Ethereum estava precificado muito abaixo na relação com Bitcoin, em uma queda de três anos nesse índice”, aponta Rony Szuster, head de crypto research do MB.
Pectra habilitou a abstração de contas no Ethereum, com o objetivo de melhorar a experiência do usuário na rede, a escalabilidade e a flexibilidade do staking. Agora, por exemplo, carteiras dos usuários podem se comportar como contratos inteligentes, e o limite de staking permitido na rede saltou de 32 ETH para 2.048 ETH.
O upgrade, que é o maior a chegar ao Ethereum em três anos, foi classificado por desenvolvedores como a “atualização mais ambiciosa” que a rede já implementou.
Sobre ETFs de Ethereum com staking, o analista da Bloomberg, James Seyffart, disse que existe uma possibilidade de o produto ser aprovado pela Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC) até o final do mês de maio.
Já a relação de preço entre Ethereum e Bitcoin viu uma melhora significativa nos últimos dias. O índice, que bateu uma máxima de 0,087 no dia 6 de dezembro de 2021 e caiu até 0,018, já subiu para 0,022 nesta sexta-feira (9). Veja abaixo a relação de preço entre as duas principais criptomoedas ao longo dos anos.
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Fundamentos técnicos e movimento especulativo
Para Beto Fernandes, analista da Foxbit, a alta do Ethereum reflete tanto fatores externos quanto técnicos. “A melhora no sentimento do investidor e sinais de flexibilização tarifária contribuíram, num contexto em que ativos de risco e até o dólar tiveram desempenho positivo”, explica.
Ele também destaca a atualização Pectra como peça-chave: “A mudança nas carteiras de validadores, agora com limite de 2.048 ETH por node, pode ter incentivado compras maiores e melhor organização dos pools de staking”. Segundo Fernandes, o salto especulativo foi alimentado por liquidações em posições vendidas, após o open interest saltar de US$ 9 bilhões para US$ 13 bilhões em um dia.
Já Guilherme Prado, country manager da Bitget no Brasil, reforça que o ETH tem se destacado em meio ao otimismo generalizado do mercado. “O BTC virou porto seguro, enquanto o ETH passou a ser visto como oportunidade de retorno maior, especialmente com o rompimento da resistência dos US$ 2.000”, afirma.
Segundo ele, a Pectra trouxe avanços técnicos importantes para a rede Ethereum, ampliando sua eficiência e atratividade. “O volume negociado em ETH disparou, sinalizando entrada forte de capital novo, tanto institucional quanto de varejo”, conclui.
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