Imagem da matéria: Empresa de Cabo Frio alega "bloqueios arbitrários" como motivo para suspensão de pagamentos
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A Oregon Enterprise, empresa de Cabo Frio que surgiu no rastro da GAS Consultoria e parou de pagar seus clientes há cerca de um mês, disse que não está conseguindo honrar os compromissos por estar sofrendo “bloqueios arbitrários”.

Segundo reportagem do jornal O Globo publicada na quinta-feira (18), a empresa enviou um comunicado aos seus clientes informando que, por conta de “bloqueios arbitrários nas corretoras”, não conseguirá continuar fazendo os pagamentos acordados nos contratos.

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A empresa já não paga seus clientes desde o início de outubro. O portal RLagos publicou uma reportagem apresentando relatos de consumidores lesados no dia 12 de outubro. No dia seguinte, a empresa enviou uma nota para o veículo confirmando os atrasos, mas dizendo que tudo voltaria ao normal.

No comunicado publicado na quinta (18), pelo O Globo, a empresa diz que irá devolver todo o dinheiro e até explica os detalhes da operação: serão sete parcelas de 15% do valor investido, indo de dezembro deste ano a junho de 2022, dando um retorno de 105% do dinheiro aplicado.

“Agradecemos a confiança e a compreensão de todos diante das dificuldades que não somente nós da Oregon, mas todo o ramo está enfrentando”, diz a empresa em seu comunicado.

A Oregon Enterprise foi criada por Pedro Lui, ex-assessor de um vereador de Cabo Frio, e Samuel dos Santos Neves. Foi fundada no dia 2 de setembro de 2019 com um capital social de R$ 850 mil.

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Em abril, os donos da Oregon Enterprises se tornaram alvos de uma investigação da Polícia Civil de Cabo Frio que suspeitava que o grupo aplicava golpes de pirâmide financeira. 

Naquela época, viralizou na internet um vídeo de Samuel Neves, um dos donos da Oregon Enterprises, em que ele se vangloria por captar mais de R$ 2 milhões em contratos em um único dia:

Queda da Nova Egito

A região de Cabo Frio passou a ser conhecida como “Nova Egito”, após Glaidson Acácio dos Santos ter fundado a GAS Consultoria prometendo retornos de 10% ao mês, que seriam obtidos por meio de investimentos em criptomoedas.

O sucesso da empreitada do “Faraó do Bitcoin” fez explodir uma febre de empresas na região que captam dinheiro prometendo retornos fixos todo mês com base no investimento em cripto.

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Com a prisão de Glaidson, uma a uma as pirâmides do Novo Egito vêm caindo.

Spartacus Consultoria: o negócio, que está em nome do capitão da PM Diogo Souza da Silveira e de mais dois sócios, promete promete 14% de rendimentos, supostamente oriundos de trades de criptomoedas, de acordo com uma reportagem d’O Globo. Parou de pagar no início de outubro.

Eagle Eyes: criada por Jonas Gomes da Silva, conhecido como “Pastor do Bitcoin”, que alega que ter sido traído por uma sócia que teria liquidado todo o dinheiro dos investidores. A empresa captava clientes com a promessa de rendimento de até 30% ao mês no capital investido, gerado através do suposto investimento em ativos digitais.

Decolar Investimento: prometia altos rendimentos através do investimento em bitcoin, anunciou no dia 8 de outubro que iria encerrar suas atividades, deixando de pagar o dinheiro prometido aos clientes. De acordo com o portal local RLagos, diversos clientes acusaram a empresa de aplicar um golpe e agora exigem a devolução do dinheiro investido. Um deles disse que investiu R$ 100 mil após a Decolar Investimento prometer um lucro de 20% por mês sobre o aporte.

FCL Investimentos: empresa de Armação dos Búzios (RJ) que também prometia lucros de 15% sobre o valor aportado, informou os clientes no dia 13 de outubro que não iria mais conseguir pagar os rendimentos após ter quatro contas bancárias bloqueadas. No comunicado compartilhado no RLagos, um dos dos donos da empresa, Fábio Cruz, diz que “devido a força maior tivemos que paralisar a rentabilidade de todos nossos clientes”, mas prometeu devolver o dinheiro de todos no futuro:

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