Elon Musk anunciou na quarta-feira (28) que está deixando seu cargo no Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), agência da administração Trump que ajudou a lançar com o objetivo de combater o desperdício federal.
“Com o fim do meu período como Funcionário Especial do Governo, gostaria de agradecer ao presidente Donald Trump pela oportunidade de reduzir gastos desnecessários”, publicou Musk no X. “A missão da DOGE só se fortalecerá com o tempo, tornando-se um estilo de vida em todo o governo.”
A saída já era amplamente esperada. Como Funcionário Especial do Governo, Musk estava limitado a 130 dias de trabalho por ano — limite que ele deveria atingir em 30 de maio. Sua saída deixa a agência — inicialmente co-liderada por ele e pelo bilionário Vivek Ramaswamy, que saiu em janeiro — sem nenhuma de suas figuras públicas originais.
A DOGE, batizada em parte como uma referência a criptomoeda favorita de Musk, Dogecoin, foi criada para enfrentar o que ele chamava de ameaça “existencial” da dívida nacional. A equipe afirma ter economizado US$ 175 bilhões por meio de cortes no governo, embora esse número tenha sido amplamente contestado.
O envolvimento de Musk no governo acompanhou sua guinada mais ampla em direção ao ativismo político, o que frequentemente gerou críticas. Sua liderança na DOGE coincidiu com uma série de escândalos e confrontos partidários, incluindo processos judiciais e críticas públicas de figuras como a senadora Elizabeth Warren, que chamou a iniciativa de “um palco para corrupção”.
Os esforços da DOGE também foram prejudicados pelos recentes gastos elevados do governo Trump, com Musk afirmando que um novo projeto de lei de gastos “compromete” a missão da agência.
Colocando limites
As consequências do envolvimento de Musk com a Casa Branca afetaram duramente suas empresas. A Tesla, por exemplo, viu suas vendas despencarem, enfrentou insatisfação entre funcionários e teve sua imagem pública danificada.
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Líderes de fundos de pensão pediram recentemente ao conselho da empresa que limitasse as atividades paralelas de Musk e exigisse maior foco na companhia de veículos elétricos.
Boatos em abril sobre sua saída da DOGE fizeram as ações de suas empresas dispararem.
“A DOGE está virando bode expiatório de tudo”, disse Musk ao The Washington Post ontem. “As pessoas estavam queimando Teslas. Por que fariam isso? Isso não é nada legal.”
Esta semana, no entanto, marcou novos desenvolvimentos em suas empresas. O lançamento do Starship Flight 9 pela SpaceX, ocorrido ontem, fez o foguete chegar ao espaço antes de se desintegrar — ainda assim, a nave percorreu uma distância maior do que nas duas tentativas anteriores da empresa.
Também nesta semana, a Neuralink arrecadou US$ 600 milhões com uma avaliação de US$ 9 bilhões. Ao mesmo tempo, a X revelou o “X Money”, uma carteira digital em versão beta de acesso muito restrito, vinculada à plataforma e parte de uma estratégia de longo prazo para criar um superaplicativo.
Embora Musk tenha indicado, em uma teleconferência de resultados da Tesla em abril, que pretende reduzir seu envolvimento com política e dedicar mais atenção aos negócios, ele ainda não abandonou totalmente o cenário político.
Ele sinalizou que manterá vínculos com a administração Trump, com um pequeno escritório na Casa Branca e o compromisso de trabalhar “um ou dois dias por semana” no governo.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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