Os desenvolvedores dos protocolos de finanças descentralizadas (DeFi) Cover e Ruler, anunciaram no sábado (4) que irão parar de trabalhar nos projetos.
“A escolha de fazer isso não foi fácil e é uma decisão final que a equipe restante tomou após os desenvolvedores principais deixaram os projetos repentinamente”, escreveu no seu blog o community manager conhecido por ‘Ted’, sinalizando que a equipe já vinha se desmanchando com o tempo.
Ambos os protocolos possuem suas próprias criptomoedas, COVER e RULER, cujos preços desabaram quando a notícia veio à tona. Ruler foi o que mais sentiu o impacto, indo de US$ 10,69 para US$ 1,37 na madrugada de sábado para domingo, uma desvalorização de 87% segundo o CoinMarketCap.
Na manhã desta segunda (6), o ativo continua recuando mais 50% no dia, sendo negociado a US$ 0,67. A queda da Cover no final de semana foi mais contida, mas mesmo assim o ativo perdeu 23% do seu preço, indo de US$ 269 para uma mínima de US$ 207. Apesar da breve recuperação nas horas seguintes, a moeda continua em queda de 5% nesta segunda, valendo US$ 213.
Os usuários foram aconselhados a retirar quaisquer fundos que tinham em ambos os protocolos o mais rápido possível, “já que não podemos mais manter a IU e o resgate via etherscan é complicado”, escreveu Ted.
Ele não explicou na sua mensagem que motivou os desenvolvedores a abandonar o projeto, se limitando a dizer que novos esclarecimentos sobre o caso serão feitos no futuro.
“Eu gostaria de dizer pessoalmente que fiquei extremamente desapontado ao saber que a equipe de desenvolvimento estava saindo, especialmente devido ao tempo que passamos juntos construindo os protocolos e seguindo a visão que eles tinham”, declarou.
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A equipe restante informou que os fundos do Tesouro serão distribuídos de forma igualitária aos detentores de tokens Ruler e Cover. “Este é efetivamente um pagamento de credor, não continuaremos com o token RULER & COVER. Os fundadores, incluindo eu, não participarão disso”, esclareceu Ted.
A queda da Cover
Cover foi um projeto lançado no ano passado para servir como uma espécie de seguro para investidores do meio DeFi. Os usuários podiam bloquear Cover e usar o fundo como garantia caso fossem vítimas de alguma exploração.
Em fevereiro, a moeda bateu uma máxima histórica de US$ 1,681, um preço 87% inferior à sua atual cotação. O projeto que até então se mostrava promissor, foi perdendo credibilidade após ser vítima de um ataque hacker que permitiu ao invasor gerar 40 quintilhões de tokens Cover.
O hacker transformou parte dos tokens em outras criptomoedas e sacou cerca de US$ 4 milhões em Ethereum, DAI e wBTC. No final, ele devolveu os fundos para o protocolo, conforme mostrou o Coindesk.
Outro evento em que a Cover saiu prejudicada aconteceu em março deste ano, quando a Yearn Finance desistiu dos planos de fusão com o projeto através de uma parceria firmada em novembro do ano passado.
Naquela ocasião, o fundador da Yearn, Andre Cronje, não explicou o que motivou o desligamento mas escreveu em um tweet agora deletado que achava todo o caso “muito triste”. “Tive grande consideração, confiança e fé na equipe da Cover. Lição aprendida. Não vou confiar neles novamente”, declarou.