As plataformas DeFi (finanças descentralizadas) permitem de fato ao detentor de criptomoedas ganhar juros passivos. No entanto, o novo modelo de negócio pode ser perigoso para o investidor médio, segundo especialistas em finanças da Harvard e da Terraform Labs. Um artigo sobre o tema foi publicado no site da revista Harvard Business Review na terça-feira (23).
Intitulado ‘O que acontece quando as criptomoedas ganham juros?’, o artigo disserta sobre a possibilidade do investidor aumentar sua renda com empréstimos de suas criptomoedas. Por exemplo, a modalidade chamada ‘Yield Farming’, ou mineração de liquidez, gera recompensas para os holders.
A ideia de fazer dinheiro com dinheiro é antiga. Segundo os autores Marco Di Maggio, Nicholas Platias, Wenyao Sha e Nicolas Andreoulis, sua forma descentralizada nasceu tardiamente, considerando que as criptomoedas surgiram há mais de 12 anos. A premissa das DeFis é simples: ganhar com criptos em hold.
Contudo, citando vastas oportunidades de renda passiva no novo mercado, os autores acreditam que a DeFi ainda é um local muito mais perigoso para manter dinheiro por conta de riscos ainda não bem compreendidos pelo investidor médio. Isso, se comparado com a transparência do mercado tradicional.
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“No rastro das taxas de juros próximas a zero em quase todas as grandes economias, o DeFi tornou os criptos uma escolha atraente para o capital que busca lucro”, diz o texto.
Fator risco-retorno em DeFi
Para os especialistas em finanças, o fator risco-retorno em DeFi lança luz ao porquê de taxas de juros tentadoras: “Todos os protocolos DeFi correm o risco de bugs de software e/ou cópias fraudulentas que podem, na pior hipótese, drenar a liquidez completamente”. Além disso, acrescenta o texto, “obviamente não há seguro FDIC”. No Brasil, esse seguro é chamado de Fundo Garantidor de Créditos (FGC).
Os autores endossam a ideia de finanças descentralizadas e acreditam que muitos dos protocolos DeFi hoje podem ter o potencial de se tornarem grandes e ousados o suficiente para rivalizar com o mercado tradicional, “enquanto permanecem fiéis às suas raízes descentralizadas”.
“A medida que seu público se expande e instituições acostumadas a navegar pelos perigos de um setor altamente regulamentado se juntam, esperamos que o DeFi inaugure a tão esperada era em que cada família tenha criptomoedas trabalhando para ela. Afinal, se o dinheiro nunca dorme, por que deveriam os criptos?”.
