Imagem da matéria: Criptomoedas e a "Guerra de Tarifas": entenda o porquê do mercado ser tão afetado
(Imagem: Shutterstock)

O mercado financeiro mundial prendeu a respiração nesta semana, quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a imposição de fortes tarifas comerciais contra seus três principais parceiros econômicos: China, Canadá e México. Logo após o anúncio, as bolsas de valores caíram e as criptomoedas também.

O episódio mostra que o setor cripto está ainda fortemente vinculado a estes aspectos macroeconômicos. Exemplo disso é a volatilidade que vem se seguindo ao jogo de poder: as criptomoedas se recuperaram quando EUA e México anunciaram um acordo que adiou as tarifas; e voltou a cair quando a China disse que iria retaliar com taxas aos produtos norte-americanos. 

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Uma das explicações do motivo pelo qual o setor cripto é tão abalado em uma guerra comercial entre grandes potências é a inflação interna dos Estados Unidos. A lógica é simples: os comerciantes vão comprar mais caro do exterior e irão vender mais caro para os clientes dos EUA. 

“O jeito de controlar a inflação por meio da economia é aumentando a taxa básica de juros e isso torna os investimentos de risco menos atraentes, pois o investidor opta por retornos maiores em renda fixa”, aponta Rony Szuster, analista do Mercado Bitcoin (MB).

O especialista aponta que o cenário de um aprofundamento da guerra comercial é muito negativo para ativos de alto risco e que “podemos naturalmente esperar mais quedas fortes caso o cenário piore, e recuperações caso o cenário melhore”. 

Fabrício Silva, COO da AllIntra, também ressalta que em um cenário de incerteza os investidores tendem a migrar para ativos mais conservadores, o que prejudica as criptomoedas. Mas o executivo aponta que existe um componente específico do setor cripto. 

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A China, sendo um dos principais pólos de mineração de criptoativos, tem sua instabilidade econômica refletida nos preços dos ativos digitais”, afirma Silva.

Apetite por criptomoedas reduzido

Rafaela Romano, analista macro da Ripio, observa que existe também um elemento que envolve o fortalecimento do Dólar Index (DXY), o que tende a levar a um aumento nas taxas de juros. “Isso historicamente reduz o apetite por ativos de risco, incluindo criptomoedas.”

Mas a especialista lembra que o cenário é mais complexo do que parece. “Durante o primeiro mandato de Trump, também houve uma guerra tarifária, mas a inflação não subiu como esperado — na verdade, ela recuou. Isso mostra que a inflação é influenciada por uma série de fatores, não apenas por tarifas.”

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