Após nova alta esta semana, a VeChain (VET) acumula incríveis 92% de valorização no mês, algo inimaginável para uma moeda que estava há seis meses amargando queda atrás de queda.
A máxima histórica de 157 satoshis foi registrada em abril de 2019.
A única notícia concreta que tivemos ocorreu em 5 de novembro, quando foi anunciado num congresso na China o projeto Foodgates para rastreabilidade de alimentos na blockchain, liderado pela Vechain em conjunto com os parceiros DNV GL (Agência Certificadora Independente – Noruega) e Group ASI (Logística e Distribuição – Global).
Na semana seguinte, em 13 de novembro, a Associação de Rastreabilidade de Chá (isso, aquele de beber) anunciou o lançamento de uma plataforma utilizando a tecnologia VeChain. Duas províncias da China apoiaram a iniciativa.
Os produtos vão ter códigos QR ou chips NFC com identificação e terão seus dados submetidos ao Blockchain VeChainThor por dispositivos IoT.
Como esta notícia “fraca” se tornou “vendável” pro pump? Participação de governos em ambos os casos. Os projetos de rastreabilidade foram apoiados pelos governos da França e China. O Presidente da França Macron participou inclusive da cerimônia de abertura do China International Import Expo 2019.
Desta forma, deu pra emplacar alguns headlines de “Governo Chinês faz parceria com VeChain”, e o resto é história. Não acredita em mim? O fundador da VeChain Sunny Lu declarou em 14 de novembro, no BlockShow Asia 2019, que o valor dos tokens são ligados única e exclusivamente a especulação, e não ao valor que podem trazer a sociedade.
A listagem na Binance USA anunciada em 6 de novembro pode ter ajudado, é verdade, mas recentemente NEO, WAVES, IOTA e ATOM foram incluídas na plataforma e nada similar ocorreu.
Uma análise importante a ser feita é comparar a performance da VeChain com demais moedas chinesas. Após o discurso do presidente Xi favorável ao desenvolvimento do ecossistema blockchain na China houve um pump muito forte de tais moedas. Podemos notar que VeChain atingiu outro patamar, refutando a teoria do “pump chinês”.
Vale ressaltar que o ICO da VeChain contou com investimento de Venture Capitals (fundos de investimento) importantes na Ásia, dentre eles destacam-se: Hash Capital (incubadora de projetos blockchain), Draper Dragon (apoiado por Tim Draper) e Fenbushi Capital (atuam desde 2015 e contam com Vitalik de advisor).
Detalhe curioso #1: foram obrigados a devolver o dinheiro do ICO aos investidores chineses, resultando num burn de 13,3% das moedas em circulação;
Detalhe curioso #2: VeChain nasceu como uma modificação da Ethereum, mas utiliza masternodes pra validar as transações;
Detalhe curioso #3: fundador Sunny Lu foi CTO da Louis Vuitton China por 5 anos e meio antes de iniciar a VeChain.
Sobre o autor
Marcel Pechman atuou como trader por 18 anos nos bancos UBS, Deutsche e Safra. Desde maio de 2017, faz arbitragem e trading de criptomoedas, além de ser cofundador do site de análise de criptos RadarBTC.