A Algorand (ALGO) teve um pump de 40% no início da tarde e no momento encontra-se em alta de 30%. A moeda é listada com liquidez na Binance, Coinbase Pro, Huobi, Gate.io e OkEx.
Detalhe: foi incluída até na Binance EUA mês passado.
Qual motivo pra alta?
Os desenvolvedores anunciaram sete dias atrás o lançamento da versão 2.0, possibilitando a execução de smart contracts (contratos digitais), que ao contrário da Ethereum utiliza linguagem de programação própria, não Turning-complete, mais limitada porém com menos superfície para ataques.
Além disto, este upgrade permite a tokenização de ativos, transferências “atômicas” (condicionais) e transações em batch (agregadas). Esta nova e aguardada plataforam entrou em produção (MainNet) na manhã de ontem, dia 27 de novembro
Que diabos é Algorand?
O projeto baseou-se desde o início no Proof of Stake (POS), exigindo dois terços dos 1.000 validadores sorteados para atingir consenso. Alegam processar 1.000 transações por segundo, sem risco de ataques 51%.
Parece uma solução simples, afinal, segundo o discurso deles, um atacante teria que adquirir uma grande quantidade de moedas e portanto não seria economicamente rentável. Esquecem que um atacante pode alugar estas moedas e o custo disto usualmente é baixo. Se fosse tão fácil, Vitalik já teria implementado esta solução na Ethereum.
Quando rolou o ICO?
Acredite se quiser, levantaram US$ 62 milhões com investidores em outubro de 2018, ou seja, mais de oito meses após o crash do mercado.
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Contando com um professor do MIT como garoto-propaganda, o projeto já contava desde o início com investimentos de US$ 4 milhões da Pillar (Venture Capital de 2016 fundada por 17 CEOs de empresas) e Union Square Ventures (tradicional Venture Capital com US$ 1 bi+)
É bastante dinheiro, não?
Calma, pra piorar a situação, venderam no ICO um total 25 milhões de tokens por US$ 2,40 cada pouco mais de 5 meses atrás. Vai somando: 4 + 62 + 60 = US$ 126 milhões, aproximadamente R$ 500 milhões.
Mas não para por aí!
Desde a oferta haviam deixado claro que a fundação receberia sem custo até 600 milhões de tokens por ano, além dos 2,5 bilhões impressos no ICO.
Uma espécie de Ripple 2.0, criando tokens do nada e desovando nos trouxas. Resultado? Mesmo após o forte rally, segue em queda de 88% desde o ICO, apenas 5 meses e meio atrás.
O que mais está por trás deste pump?
Há uma expectativa da fundação de em breve se desfazer de seus tokens e/ou cancelar as vendas programadas.
Repare nas quantidades absurdas: 25 milhões no ICO vs 2,5 bilhões doados pra fundação. Scam total, pior que Ripple. Fuja!
Sobre o autor
Marcel Pechman atuou como trader por 18 anos nos bancos UBS, Deutsche e Safra. Desde maio de 2017, faz arbitragem e trading de criptomoedas, além de ser cofundador do site de análise de criptos RadarBTC.