Glaidson durante depoimento à CPI das Pirâmides
Glaidson durante depoimento à CPI das Pirâmides (Agência Brasil)

O deputado federal Aureo Ribeiro (SOL/RJ), presidente da CPI das Pirâmides Financeiras, pediu nesta segunda-feira (1) a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do empresário Glaidson Acácio dos Santos — conhecido como o Faraó do Bitcoin, e de sua esposa Mirelis Yoseline Diaz Zerpa, os criadores da GAS Consultoria. O pedido também abrange os sigilos corporativos da empresa.

O pedido do deputado foi feito em três requerimentos: CPIPIRAM 112, 113 e 114. A tendência é que os pedidos sejam votados pelos demais deputados que integram a comissão já nesta quarta-feira (2).

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Aureo, que preside a à CPI das Pirâmides, em andamento no Congresso, pediu também os dados das partes mencionadas junto a corretoras de criptomoedas. Glaidson e Mirelis são acusados de crimes financeiros através da GAS Consultoria, empresa que oferecia rendimentos acima dos praticados no mercado, e que veio a ser investigada pela Polícia Federal.

Conforme descreve a ementa registrada, o deputado “Requer a quebra do sigilo bancário, fiscal, telefônico e de dados junto a corretoras de criptoativos, do senhor Glaidson Acácio dos Santos, proprietário da empresa GAS Consultoria e Tecnologia”.

Como explica a Agência Câmara de Notícias, as comissões parlamentares de inquérito (CPIs) têm poderes de investigação semelhantes às autoridades judiciais, e fornecem ao Parlamento uma forma de exercer sua atividade fiscalizadora na prática.

Uma CPI não processa nem julga os suspeitos, apenas investiga seus possíveis delitos. Porém, no âmbito dessas investigações, a comissão tem uma série de poderes, entre eles justamente a quebra dos sigilos.

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Faraó do Bitcoin depõe na CPI

Os pedidos de Aureo Ribeiro estão alinhados à audiência da CPI das Pirâmide no último dia 12, que foi marcada por tensões durante o depoimento de Glaidson, que encarou os parlamentares por videoconferência direto do presídio federal de Catanduvas, no Paraná, onde está preso. Glaidson responde a 13 ações penais.

Na ocasião, Glaidson foi inquerido sobre as atividades na GAS Consultoria, assim como os processos que responde sobre supostas ordens para assassinatos e na existência de empresas no exterior em seu nome e no de sua esposa, Mirelis Zerpa.

Em certos momentos, o “Faraó” protagonizou uma série de bate-bocas com alguns deputados, como ocorreu com deputado Zé Haroldo Cathedral (PSD/RR), que tachou Glaidson de “um dos maiores bandidos da história do sistema financeira nacional” e de “uma espécie de Bernie Madoff tupiniquim” — uma referência ao criador da maior pirâmide financeira da histṕoria, que levou o nome de Madoff.

A lista de credores da GAS Consultoria, ou seja, de pessoas que perderam seus investimentos, supera 89 mil nomes, de acordo com um edital de convocação do Tribunal da Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ) publicado em junho deste ano.

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Além do roubo do dinheiro de milhares de investidores brasileiros pela pirâmide financeira da GAS, o Faraó também é acusado de ser líder de uma organização que monitorava e assassinava rivais no mercado de criptomoedas, como mostram áudios obtidos pelas autoridades.

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