Imagem da matéria: Como será o Twitter  após a aquisição de Elon Musk? | Opinião
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No dia 28 de outubro, o homem mais rico do mundo, Elon Musk, concluiu a aquisição do gigante das redes sociais Twitter por US$ 44 bilhões após várias idas e vindas.

Depois da aquisição, Musk demitiu o ex-CEO do Twitter, Parag Agrawal, o CFO Ned Segal, e outros executivos. Ele também mudou sua bio na rede social para “Chief Twit” e revelou que assumiria o cargo de CEO da empresa.

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A aquisição do Twitter demonstra a ambição de Musk de fazer grandes mudanças no setor das redes sociais em meio a um ano ruim para outras empresas como a Meta (conhecida antes como Facebook) e o Snapchat.

O Twitter é o meio de comunicação mais importante no círculo cripto, com a corretora de criptomoedas Binance se envolvendo na aquisição. O próprio Elon Musk também sempre prestou muita atenção ao Bitcoin e Dogecoin, então a direção futura das mudanças do Twitter deve ser uma referência para o marketing de mídias sociais cripto, Web3 e SocialFi. 

Neste artigo, descobriremos a direção geral dessa reforma do Twitter com base em alguns dos comentários anteriores de Musk.

1. Construção de uma praça pública de discussão

Em primeiro lugar, a plataforma deve incentivar o diálogo e acomodar diferentes vozes. Semelhante às redes sociais centralizadas nesta fase, os utilizadores das redes sociais Web3 podem participar criando uma conta (endereço de carteira), e todos podem expressar as suas opiniões, o que deve tornar a plataforma aquilo que Habermas chamou de “esfera pública”.

Como um fórum público para a opinião pública, diferentes usuários podem oferecer opiniões críticas. O incentivo da plataforma à liberdade de expressão é uma condição importante para estes comportamentos, ao invés de poder interpretar arbitrariamente as regras comunitárias e proibir contas. 

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Em segundo lugar, a plataforma deve permanecer neutra e não se tornar um instrumento para a política ou o capital. Como Musk disse em seu tweet aos “caros anunciantes do Twitter”, há um grande perigo de que as redes sociais se dividam em câmaras de eco de extrema direita e extrema esquerda, e gerem mais ódio e dividam a sociedade.

No passado, as redes sociais se baseavam nas opiniões e interesses dos usuários com o objetivo de aumentar seu tempo de retenção na plataforma, mas isso causou um estreitamento dos horizontes dos usuários ao mesmo tempo que contribuiu para uma polarização dos grupos.

Um exemplo disso foi visto em 2017, quando o Facebook e a Cambridge Analytica usaram algoritmos e bases de dados para fraudar as eleições nos EUA; e recentemente, quando o Monaco Planet bloqueou o uso da língua chinesa para eliminar trabalhadores comuns, causando confronto entre as comunidades de mandarim e de línguas estrangeiras.

Os projetos de redes sociais da Web3 devem manter a neutralidade das plataformas. A premissa da neutralidade é delegar a governança à comunidade e permitir que a comunidade monitore se a plataforma ou o gerente (proprietário do projeto) está agindo de maneira inadequada em virtude de ser o gerente/fundador.

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A comunidade tem igualmente o direito de escolher o gestor da plataforma e de fazer com que ele reforce as suas próprias responsabilidades de gestão.

2. Uma plataforma para filtrar notícias falsas e divulgar a verdade

O baixo limiar e o anonimato das redes sociais, juntamente com a grande base de editores de informação e a ideia de que a lei não deve ser responsabilizada pela ação das massas, contribuíram para o crescimento brutal do compartilhamento de informações falsas.

As plataformas de redes sociais promovem e ampliam a disseminação dessas informações com base em dados quantitativos, como cliques e leituras, o que também contribui para a disseminação delas.

O tempo todo, independentemente da Web2 ou Web3, as notícias falsas são o problema dessas plataformas, sendo que o mecanismo imperfeito de auditoria é um dos principais causadores desses problemas. Outra falha é uma aproximação muito rígida da inteligência artificial que filtra postagens, além do fato de usuários “inteligentes” sempre poderem contornar as auditorias com harmonics, pinyin, etc., ou seja, a energia da auditoria manual é limitada.

Além disso, na fonte da governança, os projetos descentralizados são resistentes à censura, como a publicação de mensagens criadas no Mirror sem antes verificar a sua autenticidade.

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Atualmente, o método ideal pode ser a “solução pós-fato”, na qual uma comunidade DAO, proprietária da plataforma, forma um grupo especial na comunidade para revisar uma postagem, assim os usuários encontram os fatos e os relatam e, de acordo com o relatório, toma uma decisão de remover ou não o conteúdo.

Se a comunidade toma uma decisão de excluir uma publicação, a pontuação de reputação do endereço pode ser diminuída. No caso dessas informações falsas que não são relatadas continuarem a ser populares, a plataforma pode utilizar o modelo “algoritmo + manual” para verificar a autenticidade do conteúdo.

Para o acompanhamento dos rumores, a DAO pode selecionar um grupo de usuários individuais ou institucionais altamente respeitados na área para publicar conteúdos a fim de dissipar esses rumores e fixar esses conteúdos no topo do tópico para evitar uma maior expansão dos boatos.

3. Alargar o âmbito dos serviços, não só a rede social visual

Elon Musk disse em uma entrevista que, se comprasse o Twitter, iria copiar o modelo do Wechat, que não se restringe apenas a ser uma rede social, mas também oferecer todo um escopo de serviços, como filmes e jogos, entre outros.

Atualmente, muitos projetos de redes sociais da Web3 simplesmente copiam o modelo de redes sociais já existente, e, em seguida, adicionam um sistema de incentivo, como Ler para Ganhar, Escrever para Ganhar ou Comentar para Ganhar, resultando em projetos on-chain que são tokenizados por projetos off-chain.

Embora o modelo “X para Ganhar” possa ajudar esses projetos a aumentar o número de usuários no curto prazo, ele não é atrativo para os usuários no longo prazo, especialmente quando o token perde valor, o que pode levar ao medo, incerteza e dúvidas (FUD) por parte da comunidade.

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O principal objetivo dos usuários de dApps sociais não são as relações financeiras, mas sim a manutenção das relações sociais.

A inovação funcional é um fator-chave para atrair e reter novos usuários no longo prazo. Embora adicionar serviços de cinema e televisão possa ser difícil devido aos custos operacionais limitados do projeto, a distribuição de NFTs baseada em projetos de redes sociais da Web3 e a parte da circulação de fotos de perfil dos artistas, podem cobrir parte do custo.

Além disso, funcionando como uma portaria da comunidade, os NFTs também estão criando tráfego de domínio privado para usuários específicos, de modo que funções como transmissão ao vivo, vídeos curtos ou a criação de “tráfego de domínio privado” semelhante a momentos do Wechat também podem estar presentes de uma forma mais descentralizada.

Os projetos de redes sociais da Web3 devem pensar em voltar ao valor social, ou seja, se a dApp social é inovadora e interessante o suficiente para atrair usuários para retê-los e trazer os antigos usuários para as novas plataformas, resolvendo os pontos problemáticos das redes sociais da Web2, em vez de como copiar o modelo bem-sucedido de outros e, em seguida, adicionar certos benefícios econômicos simbólicos para fazer os usuários permanecerem.

4. Os usuários reais são os principais usuários

Como o Twitter, os projetos de redes sociais da Web3 atualmente têm muitos bots ou contas falsas, devido ao baixo custo atual de criação de endereços de carteira e scripts de “cientistas”, caçadores de oportunidades, festas de airdrops, etc., gerando muito conteúdo sem sentido, inundando a seção de comentários.

O Monaco Planet, por exemplo, tem visto uma série de contas falsas que escrevem para obter benefícios econômicos, gerando uma grande quantidade de informações redundantes inválidas e problemas pelo site todo.

Por um lado, o combate as contas falsas pode aumentar o limiar de acesso. Por exemplo, os usuários podem desbloquear várias funções apenas quando eles se conectam via autenticação de passaporte do Gitcoin para uma autenticação múltipla. Os projetos aumentam as recompensas airdrop ou “X para Ganhar” para usuários reais ou reduzem o peso das recompensas a usuários sem identidade.

Por outro lado, o proprietário do projeto deve evitar uma caça às bruxas e reduzir o entusiasmo daqueles caçadores de oportunidades, reduzindo ao mesmo tempo a poluição do projeto por contas falsas.

5.  Prestar atenção ao efeito celebridade para liderar o fluxo de bens

De acordo com a CoinMarketCap, a criptomoeda meme Dogecoin, que está altamente correlacionada com Musk, subiu acentuadamente por dois dias consecutivos de negociação após a conclusão da aquisição do Twitter, subindo para US$ 0,1494.

Embora o Twitter anteriormente apoiasse os usuários a recompensar os criadores de conteúdo com BTC e ETH, e houvesse rumores de que a DOGE se juntaria a esse programa de recompensas do Twitter no futuro, a enorme ascensão da DOGE deve estar relacionada ao próprio efeito de celebridade de Musk.

Um exemplo interessante disso são os NFT da coleção de primeira linha Bored Ape Yacht Club (BAYC), com endosso de celebridades como Curry, Bieber, Madonna e Neymar, que não só geraram mais tráfego para a plataforma OpenSea, mas também fizeram com que um número grande de projetos NFT de alta qualidade entrassem no OpenSea para ganhar a atenção do mercado, o que gerou um ciclo virtuoso para a plataforma.

Os projetos de redes sociais da Web3 devem seguir o exemplo das redes sociais como o Twitter e o INS, ou seja, prestar atenção ao efeito de drenagem das estrelas na plataforma e encontrar porta-vozes da marca que correspondam ao posicionamento do projeto.

Além de permitir que as celebridades permaneçam no projeto, também podemos tentar incubar formadores de opinião da própria plataforma.

Por exemplo, Ghozali Everyday, um jovem da Indonésia, lançou na OpenSea uma coleção de NFTs formada por seus próprios selfies, que se tornou popular e atraiu outras pessoas para tentar criar algo na plataforma.

O sucesso desses formadores de opinião nativos, assim por dizer, convenceu as pessoas comuns de que algo pode ser feito no mundo Web3 e atraiu outros usuários para participar em projetos SocialFi/NFT.

Sobre o autor

Artigo escrito por Colin Wu, jornalista do Wu Blockchain e referência quando o assunto é a cobertura do mercado chinês de criptomoedas. Por meio de um blog e de um perfil no Twitter, Wu cobre diariamente os bastidores da conflituosa relação entre a China e o bitcoin, além do mercado cripto em geral.

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização de Wu Blockchain

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