O Comitê de Energia e Comércio da Câmara dos EUA anunciou uma audiência sobre o consumo de energia da indústria de criptomoedas.
A audiência, intitulada “Cleaning Up Cryptocurrency: The Energy Impacts of Blockchains” (ou “Limpando as Criptomoedas: os Impactos de Energia dos Blockchains”), acontecerá no próximo dia 20.
“Em poucos anos, criptomoedas tiveram uma ascensão meteórica de popularidade. É hora de entender e abordar os fortes impactos energéticos e ambientais que têm sobre nossas comunidades e nosso planeta”, afirmaram Frank Pallone, presidente do comitê, e Diana DeGette, presidente de Controle e Investigações.
Ambos acrescentaram que um foco dessa audiência será em blockchains proof of work (ou PoW), como o Bitcoin e Ethereum, e como tais criptomoedas podem migrar para alternativas mais limpas.
“Aguardamos para examinar a crescente pegada energética da mineração cripto e como blockchains proof of work, em particular, podem migrar para alternativas mais limpas e soluções de energia renovável.”
Criptomoedas e o meio ambiente
O impacto ambiental de blockchains PoW é bem-documentado.
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Blockchains PoW exigem computadores poderosos para realizar complexos cálculos matemáticos 24 horas por dia para garantir a segurança da rede. Essa atividade computacional exige muita energia.
De acordo com a Universidade de Cambridge, a rede Bitcoin consome aproximadamente 120 terawatts/hora (ou TWh) de energia por ano, um número superior ao consumo de muitos países ao redor do mundo.
Caso apenas 39% da rede Bitcoin seja movida por energia renovável, segundo os dados de Cambridge, esse nível de consumo energético amplamente se traduz a milhões de toneladas de carvão queimado ou o consumo médio anual de eletricidade por milhões de casas.
O bitcoin são é a única criptomoeda baseada em PoW a consumir muita energia. De acordo com o site Digiconomist, que rastreia as consequências não intencionais da tecnologia, a rede Ethereum consome cerca de 106 TWh por ano.
No entanto, existem alternativas para essa abordagem, como algoritmos de consenso proof of stake (ou PoS).
A segurança de criptomoedas desenvolvidas em blockchains PoS é garantida ao fazer com que validadores bloqueiem suas próprias criptomoedas em vez de terem computadores que consomem muita energia para realizar cálculos.
Blockchains PoS são amplamente considerados mais amigáveis ao meio ambiente. Alex de Vries, fundador do Digiconomist, recentemente disse ao Decrypt que “se mais empresas se importarem, as alternativas podem se tornar mais amplamente usadas”.
*Traduzido e editado por Daniela Pereira do Nascimento com autorização do Decrypt.co.