A 6ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro concedeu na quinta-feira (21) uma habeas corpus solicitado pela defesa do empresário Rodrigo dos Reis, fundador da RR Consultoria, preso há duas semanas pela Polícia Federal (PF).
Reis, que ficou conhecido como “Coach do Bitcoin”, é investigado por causar um prejuízo de R$ 260 milhões em cerca de 10 mil vítimas atrás de seu golpe com criptomoedas.
A Justiça do Rio reconheceu os problemas de saúde de Rodrigo dos Reis, apresentados pela defesa, incluindo o diagnóstico de doença de Crohn, que exige tratamento com medicamentos complexos. Além disso, foi destacado que ele necessita de uma alimentação específica e uma dieta balanceada.
O Coach do Bitcoin agora cumprirá prisão domiciliar mediante o uso de tornozeleira eletrônica e proibição de deixar o país, informou o G1.
Segundo a publicação, o advogado de defesa Rafael Faria reiterou que Reis é réu primário, possui bons antecedentes e sempre colaborou com as investigações. Ele teria afirmado também que seu cliente permanece à disposição para esclarecimentos e que confia na apuração justa dos fatos.
Já os bens do coach que haviam sido bloqueados na operação da PF, permanecem indisponíveis.
Prisão do Coach do Bitcoin
Em 7 de novembro, a Operação Profeta da PF cumpriu um mandado de prisão preventiva e 10 mandados de busca e apreensão, nos municípios do Rio de Janeiro, Barueri, Guarulhos, Cajamar e Salto. Também foi determinado o sequestro de bens e valores no montante de R$ 262.799.248,97. A operação foi batizada de “Profeta” porque Reis usava a religião para atrair seguidores e investidores.
O objetivo da operação foi desarticular uma organização criminosa suspeita de fraudes contra o Sistema Financeiro Nacional. O grupo é acusado de desviar recursos de investimentos em criptomoedas e de deixar de pagar os clientes devido a uma suposta prática de pirâmide financeira.
O Coach do Bitcoin usava a RR Consultoria para captar recursos para a corretora Bitcluster. Só na última empresa, segundo a investigação, a corretora recebeu R$ 16 milhões. Em nota, a PF explicou que as investigações foram iniciadas após o recebimento de denúncias das vítimas relatando que os investigados se apropriaram dos valores aplicados na RR Consultoria.
Os investigados articularam uma complexa estrutura empresarial para captar investidores e, em seguida, se apropriar dos recursos aplicados e remetê-los para o exterior sem o conhecimento das vítimas. Os valores foram enviados ao exterior por meio de exchanges, disse a polícia.
Os crimes investigados incluem diversos delitos contra o Sistema Financeiro Nacional, como apropriação indevida de valores, negociação de títulos ou valores mobiliários sem registro prévio e sem autorização da autoridade competente, fazer operar instituição financeira sem a devida autorização e evasão de divisas.
Além disso, estão envolvidos crimes de exercer a atividade de administrador de carteira no mercado de valores mobiliários sem a devida autorização, organização criminosa transnacional e lavagem de dinheiro por meio de ativo virtual.
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