China pode estar revertendo sua postura anticripto, diz Chainalysis

“O governo chinês está revertendo o curso sobre ativos digitais, ou pelo menos se tornando mais aberto a iniciativas cripto”, escreveu a empresa
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A China poderia estar contemplando um retorno das criptomoedas no país à medida que um dos vizinhos próximos adota uma postura mais acolhedora em relação à blockchain em geral.

Em um relatório recém-publicado, a empresa de análise de dados blockchain Chainalysis descobriu que o recente volume de criptoativos transferido para Hong Kong rivalizou com o transferido para a China continental no ano passado, apesar de hospedar apenas 0,5% da sua população. 

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“Hong Kong é um mercado de criptomoedas extremamente ativo por volume bruto de transações, com uma estimativa de US$ 64 bilhões em criptomoedas recebidas entre julho de 2022 e junho de 2023”, escreveu a Chainalysis em um trecho de seu relatório “Geografia das criptomoedas 2023”. Em comparação, a China recebeu US$ 86,4 bilhões em transações no mesmo período. 

Hong Kong de olho na Web3

Enquanto a China promulgou uma série de proibições sobre todo o setor cripto em 2021, Hong Kong está ativamente promovendo o desenvolvimento da Web3. A região adotou uma estrutura política que submete serviços similares de criptoativos e TradFi aos mesmos padrões regulatórios em junho e forneceu sua primeira licença de exchange cripto de varejo à HashKey em agosto.

A tendência “pode sinalizar que o governo chinês está revertendo o curso sobre ativos digitais, ou pelo menos se tornando mais aberto a iniciativas cripto”, escreveu a Chainalysis. 

Até agora, a maior parte da atividade na região continua a ser “over the counter” (OTC) — um ambiente privado concebido para que grandes transferências institucionais não afetem o mercado. 

Por outro lado, a China tinha uma participação maior no volume de “varejo” (transferências abaixo de US$ 10 mil em valor) do que Hong Kong, ostentando números de 8,5% e 4%. A China também teve uma parcela muito maior de transferências de tamanho “profissional” (entre US$ 10 mil e US$ 1 milhão) em 34,8%, contra Hong Kong em 25,1%. 

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Curiosamente, a grande maioria da atividade cripto na China (73,5%) ainda decorre de exchanges centralizadas, enquanto a maior parte de Hong Kong (68,3%) está ligada ao DeFi

Em uma declaração para o Decrypt, a chefe de política da APAC da Chainalysis, Chengyi Ong, explicou que a abordagem da China para proibir todas as transações cripto — apesar de ter desacelerado a atividade — em última análise, não funcionou.

“A atividade de ativos digitais continua substancial, o que sugere que as proibições foram ineficazes ou aplicadas vagamente”, explicou ela. “Em vez de proibições de base ampla, estruturas regulatórias claras protegeriam melhor os usuários finais, permitindo que eles se envolvessem com ativos digitais de maneira mais segura.”

A Ásia Oriental representou 8,8% da atividade global de criptoativos durante o período analisado.

*Traduzido por Gustavo Martins com autorização do Decrypt.