A diretora geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Cristine Lagarde, tem abordado as criptomoedas em seu blog. Na semana passada, no texto “Uma abordagem imparcial para os criptoativos”, Lagarde destacou alguns de seus benefícios.
O primeiro deles é a execução de transações financeiras rápidas e fáceis. E se as moedas emitidas por entes privados seguem arriscadas e instáveis, pode surgir uma demanda que os bancos centrais forneçam formas de dinheiro digital.
“Uma ideia que iremos explorar no próximo Global Financial Stability Report”, disse.
A tecnologia subjacente dos criptoativos (chamada DLT, em inglês) é outro ponto que merece destaque. “Poderia ajudar os mercados financeiros a funcionar com mais eficiência”, disse. Lagarde destacou também outros uso promissores para a DLT: o armazenamento seguro de registros e a proteção de direitos de propriedade.
Gana é um exemplo. No país africano , onde são comuns as disputas por terras, a plataforma Bitland, baseada na DLT, registra as vendas de terra com segurança e reduz o número de conflitos.
“Na minha opinião, a revolução fintech não eliminará a necessidade de intermediários confiáveis, como corretoras e bancos. Contudo, há esperança de que aplicações descentralizadas estimuladas pelos criptoativos resultem em uma diversificação do cenário financeiro, com mais equilíbrio entre prestadores de serviços centralizados e descentralizados, e um ecossistema financeiro mais eficiente e talvez mais robusto para resistir a ameaças”, escreveu Lagarde.
A diretora do FMI defende uma abordagem imparcial. “Antes que os criptoativos consigam transformar a atividade financeira de forma significativa e duradoura, precisam conquistar a confiança e o apoio dos consumidores e das autoridades”.
“Um primeiro passo importante será chegar a um consenso dentro da comunidade regulatória mundial sobre o papel que os criptoativos devem desempenhar. Como esses ativos ultrapassam as fronteiras, a cooperação internacional será essencial”, defendeu.
Lagarde não aponta apenas os pontos positivos dos criptoativos. No mês passado, também em seu blog, abordou o lado obscuro do mercado, inclusive seu uso para lavagem de dinheiro e terrorismo.
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