“Cartão de crédito vai deixar de existir”, diz presidente do BC em evento sobre criptoativos

Roberto Campos Neto falou também sobre tokenização, stablecoins, NFTs e Metaverso, além de criticar a concentração do mercado de criptomoedas
Presidente do Banco Central Roberto Campos Neto falando diante de um microfone

Roberto Campos Neto, presidente do BC (Foto: Wikipédia)

O presidente do Banco Central do Brasil (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira (12) em um evento online sobre criptoativos que acredita que os cartões de crédito deixarão de existir em breve por conta do crescimento do sistema financeiro aberto, conhecido como ‘open finance’, que tende a ser cada vez mais robusto. 

“Esse sistema consolidado elimina a necessidade de ter cartão de crédito. Eu acho que o cartão de crédito vai deixar de existir em algum momento em breve”, disse Campos Neto, durante sua participação, onde falou sobre a Inovação no Sistema Financeiro Nacional. Antes, ele explicou como idealiza o sistema financeiro futuro, com várias modalidades de transação financeira em um só aplicativo, o que ele descreveu como “sistema integrador”.

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“Eu acho que em algum momento você vai pegar o seu celular, abrir, e vai ter um integrador que vai montar toda a sua vida financeira virtual e física no mesmo lugar”, disse ele, citando transações de Pix, criptoativos, de dinheiro físico e virtual, cada um com a sua carteira no mesmo aplicativo.

PIX e criptomoedas

Campos Neto falou também sobre o PIX e sua extensão. Para ele, o sistema de transferência de dinheiro “está tendo um incrível sucesso”, como seu volume subindo bastante e batendo “recordes atrás de recordes”, como ocorreu no último dia 5 quando ocorreram “90 milhões de negócios”. Ele também afirmou que o sistema já conta com 478 milhões de chaves registradas.

Sobre a regulamentação das criptomoedas, Campos Neto comentou: 

“Eu acho que a gente vai acabar indo por um caminho um pouco diferente dos outros países… Eu tenho a sensação que primeiro vai ser difícil; segundo, vai escapar para o mundo não regulado — quanto mais você forçar mais difícil vai ser de o regulador ver o que está acontecendo. E o pior ponto é afastar o mundo descentralizado. Eu acho que a gente tem que estar no outro jogo”

O presidente também falou sobre gestão de ativos, tokenização, stablecoins, NFTs e Metaverso, e disse que o que preocupa é a falta de segurança na gestão de criptoativos e “a parte do algoritmo ser transparente”. Sobre a gestão de ativos, ele disse: “Hoje a gente tem 80% dos criptoativos custodiados em mais ou menos quatro empresas”, disse ele, ressaltando que essas empresas – as corretoras – “são sujeitas a invasões”.

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Veja abaixo vídeo com o evento “O Futuro da Regulamentação dos Criptoativos no Brasil” na íntegra.

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