“Carioca cai em qualquer conto, do jogo do bicho ao bitcoin”, diz Gregório Duvivier

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Gregório Duvivier apresentando o programa Greg News, da HBO Brasil. Reprodução/YouTube

“Carioca cai em qualquer conto, do jogo do bicho ao bitcoin”, disse o humorista e ator Gregório Duvivier, em um artigo publicado pela Folha na terça-feira (08). Ele fez comentários sobre corrupção, golpes, e segundo sua teoria, da ingenuidade dos moradores do Rio de Janeiro “por trás da fama autogerada de malandragem”.

No artigo, intitulado “Não há brasileiro mais inocente que o carioca”, o ator atribuiu a onda de crimes financeiros local à inocência dos próprios moradores. Porém, ele também nasceu na ‘cidade maravilhosa’.

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Apesar das críticas, quem não conhece o trabalho de Duvivier na televisão e lê um texto como este, pode se esquecer de ele faz humor de qualquer assunto relevante. Principalmente daqueles que ocupam as capas de jornais.

“Não há brasileiro mais inocente que o carioca”, escreveu, chamando a atenção para os atuais crimes de corrupção no Rio, e também para diversos golpes, como os de pirâmide financeira com Bitcoin, e até mesmo da atuação de religiosos na chamada ‘teologia da prosperidade’.

Em relação ao Bitcoin, o comediante se referiu aos vários casos de esquema de pirâmide que ocorreram nos últimos anos no Brasil. Dentre eles, podem ser considerados os da Unick Forex e da Telexfree, por exemplo.

Contudo, não foi a criptomoeda a fraude nesses negócios, mas a lábia dos golpistas em cima dela prometendo lucros exorbitantes.

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Esperteza vem de fora

Segundo Duvivier, a esperteza para tais crimes no Rio de Janeiro vem de líderes de fora do Estado. Para contextualizar, ele citou dois paulistas:

O governador afastado do Rio, Wilson Witzel, investigado por corrupção, e seu vice, Cláudio Castro, ambos do PSC; “Queiroz é de BH”, disse. “Os operadores nem sempre são daqui”.

“Por trás da fama autogerada de malandragem, o carioca é o otário do Brasil. Soa duro, eu sei. Mas enquanto nativo da Guanabara, posso garantir: não há ninguém mais ingênuo no país — quiçá no planeta”, prosseguiu.

“Carioca já se sentiu gaúcho”

Hoje, disse o escritor, o morador do Rio paga mais caro pelas coisas  — “da pipoca ao aluguel” — porque no passado “o carioca já se comportou como se fosse basco ou gaúcho”. 

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Ele citou “basco” em referência ao ‘País Basco’, região na Espanha onde há um movimento em favor de sua independência de Madri; e “gaúcho”, provavelmente de um movimento semelhante que ocorreu no Brasil em 2017 chamado ‘O Sul é meu país’.

Na sua interpretação, alguém convenceu os cariocas de que a zona sul era uma ‘Europa’: “Por isso o preço londrino do metro quadrado”.

Carioca votou numa cadeira vazia

O ator também aproveitou para criticar o eleitor carioca por votar para prefeito em uma ‘cadeira vazia’. No caso, Marcelo Crivella. O representante da capital carioca faltou em uma sabatina na Globo quando era candidato.

O comentário sobre a performance do eleitor carioca diante da eleição do presidente Jair Bolsonaro não ficou de fora. Também escreveu sobre a acusação das rachadinhas que envolve sua família.