A empresa de análise blockchain Chainalysis publicou nesta terça-feira (12) a nova edição do seu índice de adoção global de criptomoedas com uma notícia negativa para o mercado cripto nacional: o Brasil recuou duas posições no ranking de adoção, caindo do 7º para o 9º lugar.
A queda do Brasil no ranking indica que a adoção está acontecendo de forma mais acelerada em outros países, conforme explicou ao Portal do Bitcoin Kim Grauer, Diretora de Pesquisa da Chainalysis.
“Quando um país perde posições no Index, não significa que a adoção de criptomoedas diminuiu, mas que a adoção observada em outros países cresceu mais rapidamente”, diz ela.
No entanto, “o Brasil presente no top 10 do Index demonstra um nível alto de adoção — por sinal, o país saltou da 113ª posição no ranking de P2P exchange trade volume em 2022 para a 15ª colocação neste ano. O crescimento acelerado em outros mercados citado acima se refere, principalmente, à ascensão de Nigéria (salto da 11ª para 2ª colocação no ranking) e Indonésia (20ª para 7ª colocação no ranking) ao top 10”, completa.
O retrocesso do Brasil no ranking acompanha o da região da América Latina como um todo em 2023. Colômbia e Equador saíram do Top 20 de países com a maior adoção cripto, que passa a contar agora com apenas dois países latino-americanos além do Brasil — Argentina na 15ª posição e México na 16ª.
De toda forma, a Chainalysis afirma que não há como amenizar a situação: a adoção de criptomoedas em todo o mundo está em queda, como mostra o gráfico abaixo que soma as pontuações do índice dos 154 países para cada trimestre desde 2020.
“Embora tenha havido uma recuperação acentuada desde a crise do final de 2022, na época em que a FTX implodiu, a adoção popular ainda está bem longe de seus máximos históricos. Mas isso não é verdade em todos os lugares. Mais especificamente, há um segmento crucial de países onde a adopção popular registou uma recuperação muito mais forte do que em qualquer outro lugar: os países de rendimento médio-baixo (RMB)”, diz um trecho do relatório.
Esse levantamento da Chainalysis combina dados on-chain e do mundo real para medir quais países estão liderando a adoção de criptomoedas de base. Ou seja, não se trata de quais países têm os maiores volumes brutos de transações, mas sim aqueles em que as pessoas comuns mais usam criptomoedas.
“A nossa metodologia é composta por cinco sub-índices. Cada um desses sub-índices é baseado no uso de diferentes tipos de serviços de criptomoedas pelos países. […] Para calcular os nossos sub-índices, estimamos os volumes de transações de países para diferentes tipos de serviços de criptomoedas e protocolos com base nos padrões de tráfego na web dos sites desses serviços e protocolos”, explica a empresa.
Confira abaixo o Top 20 países do índice de adoção global de criptomoedas da Chainalysis:
País | Ranking geral |
Índia | 1 |
Nigéria | 2 |
Vietnã | 3 |
Estados Unidos | 4 |
Ucrânia | 5 |
Filipinas | 6 |
Indonésia | 7 |
Paquistão | 8 |
Brasil | 9 |
Tailândia | 10 |
China | 11 |
Turquia | 12 |
Rússia | 13 |
Reino Unido | 14 |
Argentina | 15 |
México | 16 |
Bangladesh | 17 |
Japão | 18 |
Canadá | 19 |
Marrocos | 20 |
Índia lidera adoção de criptomoedas
Ao longo do ano, a adoção cripto ganhou mais força na região da Ásia Central e Meridional e Oceania, que domina o topo do índice com seis dos dez países com a maior adoção, incluindo Índia (1º), Vietnã (3º), Filipinas (6º), Indonésia (7º), Paquistão (8º) e Tailândia (10º).
A Índia foi o grande destaque do levantamento. “A Índia lidera o mundo na adoção popular, mas talvez de forma ainda mais impressionante, tornou-se o segundo maior mercado cripto do mundo em volume bruto de transações estimado, superando várias nações mais ricas”, aponta o estudo.
A Chainalysis afirma que diferentes fatores impulsionam a adoção em diferentes países da região da Ásia e Oceania, resultando em diferentes taxas de uso para diferentes tipos de serviços de criptomoedas.
Embora o uso de exchanges centralizadas representem a maioria do tráfego na web em todos os países da região — como é o caso em todo o mundo — há grandes diferenças de uso nos países nos outros campos. Filipinas, por exemplo, têm uma parcela significativa do tráfego na web relacionado jogos cripto e apostas, enquanto países como Paquistão e Vietnã registram uma atividade maior em exchanges P2P (peer-to-peer), usados com frequência em países com controles de capitais mais rígidos.
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