Imagem da matéria: Brasil está na “linha de frente” da inovação do mercado cripto, diz presidente da ABFintechs
Diego Perez, presidente ABFitechs, no evento Fintouch 2024 (Foto: Divulgação)

O evento Fintouch, organizado pela associação ABFintechs, reuniu as principais fintechs do Brasil em São Paulo para uma tarde de debates, onde criptomoedas e tecnologias emergentes do universo cripto foram temas recorrentes de discussão no palco, inclusive abordados por importantes reguladores do mercado brasileiro.

O diretor de Regulação do Banco Central, Otávio Damaso ressaltou que a tokenização tem potencial de “transformar o sistema financeiro do Brasil”, destacando seu impacto em diversas áreas, como a redefinição do papel dos intermediários, a automatização de negócios e transações, além de promover a interoperabilidade em um mercado cada vez mais competitivo.

Publicidade

A declaração do regulador evidencia como os temas originados no mercado cripto estão deixando de ser limitados a um nicho, passando a ocupar o centro das discussões no cenário financeiro.

Conforme destacado pelo presidente da ABFintechs, Diego Perez, em entrevista ao Portal do Bitcoin, a tendência é que os ativos digitais continuem a ganhar destaque, impulsionando inovações e moldando o futuro das finanças no Brasil.

 “O futuro nos leva para o universo cripto, onde as operações serão desintermediadas, os custos serão reduzidos e a tecnologia substituirá intermediários que já não têm razão de existir”, disse Perez.

Ele afirmou que a missão da associação de fintechs é auxiliar o mercado cripto a manter seu protagonismo nas discussões, além de engajar reguladores, como o Banco Central e a CVM, a dialogarem com especialistas do setor para desenvolver regulamentações que fomentem a inovação, garantindo um ambiente competitivo e seguro, tanto para as empresas quanto para os investidores.

Publicidade

Quando questionado sobre o aumento da presença de empresas de criptomoedas no evento, Perez destacou que o setor cripto está em evidência devido à sua relevância para a agenda regulatória brasileira. 

“O mercado cripto faz parte da agenda do Banco Central e da CVM. Temos soluções baseadas em tokenização de ativos, e não podíamos deixar de discutir isso”, afirmou. Ele acrescentou que, este ano, o evento Fintouch abriu um espaço maior para o setor cripto, com um bloco de programação dedicado ao tema, dado o interesse crescente de seus associados.

Perez explicou que a ABFintechs tem atuado com o setor de criptomoedas desde a sua fundação em 2016, e que nos últimos dois anos o tema ganhou ainda mais relevância, principalmente após a aprovação de um projeto de lei e a delegação ao Banco Central da função de regular o mercado cripto. 

O executivo explicou que a associação mantém uma comunicação ativa com reguladores por meio de comissões e grupos de trabalho organizados dentro da entidade. “Nós escutamos nossos associados e levamos as preocupações ao regulador, mas também ouvimos o regulador quando eles nos procuram para validar ideias ou discutir novas regulações”, explicou Perez.

Publicidade

Ele ressaltou que a comissão de tokenização de ativos, que engloba criptoativos, é uma das mais ativas dentro da ABFintechs. “É a terceira comissão com mais atividade dentro da associação”, revelou.

Protagonismo do Brasil no cenário global de criptomoedas

Perez expressou orgulho com o avanço regulatório e legislativo do Brasil no setor de criptoativos. Segundo ele, o Brasil está na “fronteira do conhecimento” no que diz respeito à regulação no mundo. 

“O Brasil não é apenas uma referência na América Latina, é uma referência global. Digo isso com segurança porque visitei outros países, trabalhei no exterior, fui para os EUA e os avanços que conseguimos alcançar e aprimorar aqui no Brasil, no universo cripto, dificilmente são vistos nesses países. Estamos na linha de frente do desenvolvimento dessa tecnologia”, afirmou.

Outro tema abordado foi a concorrência entre empresas cripto baseadas no Brasil e aquelas que operam no país sem seguir as mesmas regras. Perez defendeu a importância de um “campo de jogo justo”, onde todas as empresas, independentemente de onde estão sediadas, sigam as mesmas regras. “Não podemos facilitar a vida de entidades não baseadas no Brasil pelo simples fato de estarem fora. Precisamos facilitar a vida das empresas locais para que possam competir de igual para igual”, argumentou.

Para Perez, a concorrência é saudável e necessária, mas é fundamental garantir que todas as empresas que atuam no mercado brasileiro, sigam as mesmas regras para proteger os consumidores e o mercado.

Publicidade
  • Com Staking de Solana, você pode ganhar até 4,45% ao ano* + a valorização do ativo no longo prazo. Tenha renda passiva em cripto e receba recompensas a cada 3 dias. Abra sua conta no MB e comece já! *Consulte condições.
VOCÊ PODE GOSTAR
Imagem da matéria: Trump abre cadastros para seu projeto de criptomoedas — mas não para todos

Trump abre cadastros para seu projeto de criptomoedas — mas não para todos

O World Liberty Financial abriu inscrições para investidores credenciados dos EUA que tenham pelo menos US$ 1 milhão
Imagem da matéria: "Regulação bem feita é aquela que ouve o mercado", diz executivo da CVM

“Regulação bem feita é aquela que ouve o mercado”, diz executivo da CVM

Pedro Castelar ressaltou em entrevista que parceria entre o setor público e privado é essencial para uma regulação eficaz do mercado cripto brasileiro
Imagem da matéria: Roberto Campos Neto participa de evento sobre ativos digitais promovido pelo MB

Roberto Campos Neto participa de evento sobre ativos digitais promovido pelo MB

Primeira edição do Digital Assets Conference Brazil pretende apresentar em primeira mão no Brasil os temas mais relevantes do segmento cripto aos principais players do mercado
Mão segurando um celular com o logo dourado da corretora Gemini

Gemini fecha as portas no Canadá, seguindo Binance e OKX

A saída da corretora fundada pelos gêmeos Winklevoss ocorre depois que o Canadá reforçou as regulamentações no setor cripto