Bolsonaro chama especialista em blockchain para fazer auditoria nas urnas eletrônicas

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(Foto: Divulgação)

O engenheiro de blockchain e perito em informática Paulo Fagundes, indicado pelo partido do presidenciável Jair Bolsonaro para acompanhar a auditoria de urnas eletrônicas realizada pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) classificou o equipamento de votação como frágil.

De acordo com a reportagem da Folha de São Paulo desta quinta-feira (25), Fagundes, que assinou o relatório final da auditoria, assim como um perito da Polícia Federal, um indicado pelo PDT e outros oito técnicos da Justiça Eleitoral, fez algumas observações em relação à fiscalização.

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Segundo ele, apesar de não ter aparecido nenhum indício de fraude no decorrer do processo, faltou acesso ao código-fonte, que gera todos os programas rodados na urna no dia da votação.

“Faltou transparência, porque eu não sei o que é gerado dentro da urna”, disse o perito do partido de Bolsonaro à Folha.

Dito isto, e considerando a vasta experiência do perito, uma deliberação de Rosa Weber, ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o liberou, então, a ter acesso ao código-fonte do sistema após o pedido da corregedoria do TRE-PR.

Fagundes agora aguarda a autorização do TSE para seguir até Brasília e analisar o código-fonte. Esse arquivo, segundo a Folha, já é disponibilizado aos partidos e entidades civis até seis meses antes da eleição, e depois fica guardado num cofre da entidade.

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No último dia 19, oito urnas eletrônicas que computaram votos no 1º turno das eleições em 07 de outubro passaram por uma auditoria que teve acompanhamento de partidos políticos, OAB e Polícia Federal.

Na ocasião, o TRE-PR julgou improcedente a reclamação de fraude, observando que as urnas estavam em perfeitas condições de uso e funcionamento.

No Twitter a instituição publicou:

“A auditoria, realizada no último dia 19, no Fórum Eleitoral de Curitiba, em atendimento a requerimento feito pelo Partido Social Liberal (PSL), não encontrou nenhum indício de fraude nas urnas eletrônicas”.

De acordo com a Folha, outros quatro estados também levaram urnas para análises e também indicaram que não houve qualquer problema no sistema dos equipamentos. A ação deu-se após relatos de eleitores que alegavam não terem conseguido votar para presidente.

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Nenhum dos problemas relatados ocorreu durante as auditorias, exceto em uma urna em São Paulo que mostrou um problema no teclado, problema este corrigido logo no início da votação, relatou o site.

Fagundes, que entregou seu laudo à Justiça nesta quarta-feira (24), disse que, apesar de as urnas terem se comportado de maneira escorreita, ou seja, correta, a conclusão sobre possível ocorrência de fraude não é possível sem o acesso ao código-fonte.

“[A auditoria] foi para inglês ver”, disse o perito à Folha.

Para o engenheiro de blockchain convocado por Bolsonaro, os procedimentos se centraram no funcionamento do hardware e não no software, diz o site.

Após a avaliação de Fagundes, o advogado do PSL (partido de Bolsonaro) do Paraná, Gustavo Kfouri, autor do pedido de inspeção das urnas, fez um elogio ao laudo enviado à Justiça Eleitoral. Ele disse que a demanda do partido foi plenamente atendida, conforme o tweet do TRE-PR

Perícia em São Paulo

O especialista em segurança de dados, o engenheiro e programador Amílcar Brunazo Filho também contestou uma auditoria realizada em São Paulo. Ele foi um dos que acompanharam a vistoria, mas de forma independente. Segundo o perito, há inconsistências, diz o jornal paulista.

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Ele disse que não houve cópia da memória das urnas no início do procedimento, nem acesso ao registro (‘log’, em inglês) de tudo o que acontece durante a atividade da urna.

“Eles dizem que não encontraram nenhum problema nas urnas, mas nem procuraram o problema”, disse Brunazo Filho ao site.

De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP) o procedimento realizado foi técnico, aberto ao público e à imprensa, e que seguiu passos determinados em resolução do TSE, diz a Folha.

Blockchain nas eleições

A Blockchain atraiu três candidatos à presidência para receber doações de campanha. Marina Silva (Rede), Guilherme Boulos (PSOL) e Ciro Gomes (PDT) utilizaram a plataforma Voto Legal (que funciona pela Blockchain da Decred) como aliada na arrecadação de doações para suas campanhas.

Na plataforma — homologada pelo TSE, e portanto, de acordo com a Lei Eleitoral — todas as transações realizadas são registradas em uma rede pública de blockchain, garantindo a autenticidade.

As operações podem ser verificadas de qualquer lugar e a qualquer momento para comprovar a lisura do processo de captação de recursos.


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