O preço do Bitcoin finalmente alcançou a marca de US$ 100 mil na noite de quarta-feira (4) após semanas de oscilação. No Brasil, o BTC superou pela primeira vez na história o nível de R$ 600 mil, estabelecendo um novo recorde de preço de R$ 626 mil e levando a comunidade cripto brasileira à comemoração.
Vale lembrar que no início do ano a maior moeda digital estava sendo negociada por pouco mais de US$ 44 mil. Desde então, ela subiu mais de 120%, quebrando repetidamente seu recorde de preço ao longo de novembro, assim como em reais, com cerca de 200% de valorização no mesmo período.
A recuperação fenomenal foi estimulada pela vitória de Donald Trump nos EUA e pela adoção institucional do ativo em vários países — e a possibilidade de o próprio governo americano passar a adotar a maior criptomoeda do mundo como reserva de valor. Já no Brasil, um dos países mais receptivos ao novo setor financeiro, o cenário cripto se destaca por sua regulação avançada.
Segundo analista da Foxbit, Beto Fernandes, o gatilho que faltava para o Bitcoin superar os US$ 100 mil finalmente chegou na tarde passada, quando Donald Trump escolheu Paul Atkins como novo presidente da Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (SEC).
“Os US$ 100 mil são um marco importante para o Bitcoin até pela característica psicológica que este tipo de valor oferece para o ativo. Mas, como a gente vinha comentando, este avanço era uma questão de quando e não de se iria acontecer. O gatilho que faltava para os US$ 100 mil veio ontem, quando Trump anunciou Paul Atkins como novo presidente da SEC”, explica.
2025 será o melhor de todos para o Bitcoin
Ao comentar o marco do Bitcoin, André Franco, head de research do Mercado Bitcoin (MB), lembrou que essa meta já era falada desde 2017, quando o Bitcoin subiu de US$ 800 para US$ 20 mil ao longo daquele ano.
“Bitcoin a US$ 100 mil é um marco interessante para o mercado, uma espera bem longa — sempre bom lembrar que desde 2017 se falava desse marco — e uma expectativa ainda de que exista bastante espaço para subir. Talvez, não olhando de maneira mais prática o preço em si, que acaba sendo uma forma de trazer um pouco até de euforia do mercado, mas muito mais vendo o histórico do Bitcoin”, afirmou.
Ele recorda que, historicamente, o Bitcoin costuma ter três anos muito bons seguido por um ano muito ruim: “2022 ruim; 2023 bom; 2024 bom; 2025, o melhor de todos. Então é esperada uma alta ainda mais forte do que tivemos este ano — e provavelmente a gente deve ver o Bitcoin passar dos US$ 150 mil no ano que vem”.
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“É só o começo”
Para João Canhada, fundador da Foxbit, esse marco é uma prova do amadurecimento do ativo e da confiança que tantas pessoas construíram ao longo dos anos. Segundo ele, mais do que preço, o Bitcoin simboliza liberdade e descentralização, o que “só está começando”.
“O futuro da economia está sendo escrito agora”, disse Canhada. “Ver o Bitcoin chegar a US$ 100 mil é emocionante. […] Era difícil imaginar que ele sairia de fóruns de entusiastas tão rapidamente para ser reconhecido globalmente como uma reserva de valor e uma solução financeira inovadora”.
Já Bárbara Espir, Country Manager da Bitso no Brasil, analisa que o ano de 2024 marca um momento decisivo para o Bitcoin e a indústria cripto. “Ao ultrapassar agora a marca histórica de US$ 100 mil, o BTC não apenas rompeu barreiras emocionais e resistências de preço, mas também reafirmou seu status como um dos ativos mais relevantes do mercado financeiro”, disse.
“O recente marco do Bitcoin ao ultrapassar os US$ 100.000 o posiciona como um concorrente direto do ouro como reserva de valor. Essa conquista remete a momentos chave do ouro, como a consolidação de seu papel estratégico após a aprovação de seu primeiro ETF em 2004 ou sua valorização durante a crise de 2008”, comentou Pedro Gutiérrez, Diretor Latam da CoinEx.
Embora ainda existam incertezas macroeconômicas e geopolíticas, que podem levar a mais volatilidade no curto prazo, os fundamentos do Bitcoin estão se tornando mais evidentes para um público mais amplo, o que, segundo Guilherme Sacamone, Country Manager da OKX Brasil, “pode tornar o acesso ao Bitcoin cada vez mais democratizado”.
Mais alta pela frente?
Para Fernando Pereira, analista da Bitget, mesmo que o Bitcoin tenha atingido esse importante nível, ainda pode ir além: “O Bitcoin atingindo US$ 100.000 marca um marco importante, destacando sua crescente adoção e valor percebido. Analistas agora voltam o foco para os próximos possíveis níveis de resistência, mirando alvos de US$ 150 mil e até mesmo US$ 200 mil. A reação do mercado sugere que ainda pode haver espaço para crescimento”.
Samir Kerbage, CIO da Hashdex, também concorda que atingir a marca de US$ 100 mil não é o desfecho da trajetória de alta da maior criptomoeda do mundo.
“O Bitcoin atingiu a marca histórica de US$100.000, refletindo anos de inovação e resiliência de inúmeros indivíduos dentro de seu ecossistema. Este é um capítulo notável na trajetória do Bitcoin, mas certamente não é o desfecho. Estamos ainda nos estágios iniciais de sua adoção e acreditamos que o melhor está por vir”, conclui.
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