Imagem da matéria: "Bitcoin salvou minha família": o relato de um venezuelano que sobrevive graças à criptomoeda
(Foto: Shutterstock)

O economista Carlos Hernández, morador da cidade de Guayana, na Venezuela, descreveu em um artigo as dificuldades diárias de quem possui apenas Bitcoin para comprar comida. Explicou também como a criptomoeda tem mantido sua família num país cuja inflação foi de 1.700.000% em 2018.

“Na terça-feira fui comprar leite. Com a crônica escassez de alimentos na Venezuela, esse recado já é muito complicado, mas há uma camada extra de dificuldade para mim: não tenho bolívares, a moeda oficial da Venezuela”, disse Hernández em um artigo publicado no sábado (23) no New York Times.

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O economista diz que toda sua economia está bitcoin, pois manter bolívares na Venezuela, segundo ele, é “suicídio financeiro”. Tentar comprar alguma coisa com qualquer outra moeda convencional, como o dólar por exemplo, também é muito difícil, diz.

No entanto, ele considera a plataforma Local Bitcoins como a chave para que os detentores de criptomoedas possam sobreviver, ao mesmo tempo em que pondera o segundo lugar da Venezuela no ranking mundial em volume de negociações.

Hernández queria comprar um leite apenas. Se quisesse comprar algo de maior valor ele não pode converter uma quantidade alta de bitcoin de uma só vez — isso porque o governo ainda não monitora as transações de criptomoedas, mas de bolívares sim.

Ele afirma que uma movimentação de qualquer valor de cerca de US$ 50 ou mais, automaticamente congela a conta bancária até que o correntista vá explicar a origem do dinheiro.

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Bitcoin acende a esperança

“Eu cuido das despesas da minha casa sozinho. Meu pai é funcionário público e ganha cerca de US$ 6 por mês. Minha mãe é do lar e não tem renda. As criptomoedas ajudaram meu irmão Juan, 28, a escapar da Venezuela no verão passado”, desabafou Hernández.

Ele conta que o irmão praticamente pagava para trabalhar devido ao insignificante salário que recebia — ele tinha despesas extras com artigos de papelaria e táxis.

Começou, então, a prestar serviços de design gráfico e traduções online. Juntou suas primeiras criptomoedas e deixou o país.

“Comprou o que precisava para a viagem à Colômbia: roupas, uma mochila, um smartphone… Ele até ganhou um pouco de peso, uma anomalia por aqui ultimamente”.

Na fronteira, Juan ainda se safou do hábito de soldados venezuelanos em ficar com parte das economias dos viajantes — ele só tinha seu smartphone e a chave privada da carteira de bitcoin memorizada.

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Juan viajaria para Colômbia, arranjaria um emprego e mandaria bitcoins para a família. No entanto, depois de três meses só gastando e sem conseguir trabalho, Hernandez o trouxe de volta transferindo bitcoins para seu retorno.

Briga com a inflação

Naquela terça-feira, Hernández, depois de trocar bitcoins por bolívares, cerca de US$ 5, saiu para comprar o leite e não encontrou o produto em nenhuma das 20 lojas em que passou.

Em uma delas tinha queijo, foi a saída, já que ele não poderia levar mais tempo pois aqueles bolívares poderiam perder o valor a qualquer momento.


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