O filósofo esloveno Slavoj Zizek, um dos principais intelectuais da esquerda na atualidade, falou sobre Bitcoin e NFT em um artigo publicado pelo portal RT, veículo de comunicação do governo russo.
Zizek afirma que a criptomoeda é alvo de um paradoxo: nasce para descentralizar, mas a sua prática fomenta a centralização.
Em seu texto, o filósofo afirma que quer evitar os dois extremos: nem louvar o Bitcoin e os NFTs como algo que dá uma nova liberdade, mas também não olhar apenas como a “última loucura especulativa do capitalismo”.
A contradição que Zizek vê é que a exigência de força computacional bruta para viabilizar o Bitcoin acabou por formar uma elite, os 1% do ecossistema, que em sua visão dominam e manipulam o sistema.
“A potencial ideia progressista do Bitcoin como uma ideia global e independente de aparatos estatais se concretiza de uma forma que mina as suas próprias premissas”, diz.
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Professor nas Universidade de Liubliana (Eslovênia) e Nova York, Zizek vai um pouco mais fundo ao usar ferramentas do mundo acadêmico:
“A chave hegeliana aqui é que, embora o Bitcoin e o NFT apareçam como anomalias do funcionamento normal do dinheiro e commodities, os dois efetivamente atualizam uma potencialidade que já está contida na própria noção de commodity e dinheiro”.
Dominância das pools
Zizek não entra em detalhes, mas parece falar sobre o fato de que as cinco maiores pools de mineração de Bitcoin são responsáveis por mais de 70% do hashrate empregado na rede.
Por ordem de tamanho, esses grupos são: Foundry USA, AntPool, F2Pool, Poolin e Binance Pool, segundo dados do site BTC.com.