O preço do Bitcoin recuou na tarde de quarta-feira (10) depois que o banco central dos EUA reduziu sua taxa básica de juros em 0,25%, enquanto o regulador afirmou que retomaria a compra de títulos do Tesouro.
O Bitcoin era negociado em torno de US$ 92 mil após a decisão do Fed, queda de 1,4% nas últimas 24 horas, enquanto o Ethereum havia subido 0,6% no mesmo período, sendo negociado pouco acima de US$ 3.300.
O cenário ficou negativo para as duas maiores criptomoedas na manhã desta quinta-feira (11). As quedas do Bitcoin se expandiram para 2,9%, retornando para o patamar de US$ 90.302. Em reias, o BTC é cotado a R$ 494.242, segundo dados do Portal do Bitcoin.
Já o Ethereum, que era um dos poucos ativos em alta ontem, também mudou de direção e agora acumula perdas de 4,3% nas últimas 24 horas, cotado a US$ 3.195, de acordo com o CoinGecko.
Por que as criptomoedas estão caindo?
A queda das criptomoedas após o corte de juros do Fed, uma decisão que, em tese, favoreceria ativos de risco, pode ser explicada por dois fatores.
O primeiro é que o mercado já havia precificado o movimento: na terça-feira, os preços estavam em alta e o Bitcoin chegou a encostar em US$ 94 mil, refletindo o clássico “compre no boato, venda no fato”.
O segundo motivo foi o tom conservador do Fed. No comunicado pós-reunião, a instituição evitou sinalizar novos cortes no próximo ano, afirmando apenas que “avaliaria cuidadosamente os dados recebidos, as perspectivas em evolução e o balanço de riscos”.
E vale notar que a decisão do Fed não foi unânime: dois membros do Comitê Federal de Mercado Aberto (FOMC) votaram por manter os juros inalterados, e outro defendeu um corte ainda maior.
O FOMC afirmou que retomará a compra de títulos do Tesouro de curto prazo.
“O Comitê julga que os saldos de reservas caíram para níveis amplos e iniciará compras de títulos do Tesouro de curto prazo conforme necessário para manter um suprimento adequado de reservas de forma contínua”, disse o FOMC em seu comunicado.
Dúvidas sobre cortes de juros no futuro
Nas projeções econômicas e de juros atualizadas, as autoridades mantiveram a previsão de dois cortes. No entanto, houve menos consenso, com um membro projetando até seis cortes de 0,25% no próximo ano.
“Não é surpreendente que o banco central dos EUA não tenha se comprometido a reduzir os custos de empréstimo nos próximos meses, considerando sua ‘preocupação com o enfraquecimento do mercado de trabalho e a inflação ainda persistente’”, afirmou o CIO do Sygnum Bank, Fabian Dori, em nota enviada ao Decrypt.
Como o relatório do índice de preços ao consumidor de novembro foi adiado para 18 de dezembro e os dados de contratação do último mês ainda não foram divulgados, a decisão desta quarta-feira foi tomada sem algumas informações governamentais devido à paralisação que terminou no mês passado.
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Enquanto isso, o Relatório Nacional de Emprego da ADP indicou na semana passada que os empregadores eliminaram 32 mil vagas no mês passado. A criação de empregos na segunda metade de 2025 tem sido fraca, acrescentou o relatório, com novembro marcando um mês particularmente fraco para a manufatura.
O desafio do Fed
O banco central está essencialmente andando na corda bamba: cortar juros rápido demais pode aumentar pressões inflacionárias decorrentes de tarifas, enquanto ajustar os juros devagar demais pode prolongar a deterioração do mercado de trabalho e contribuir para uma recessão.
Ainda assim, o último corte do Fed era amplamente esperado. Antes da reunião, traders precificavam uma chance de 89% de que o Fed cortaria os juros em um quarto de ponto percentual pela terceira reunião consecutiva, segundo o CME FedWatch.
A decisão de quarta-feira veio enquanto o presidente Donald Trump analisa o próximo presidente do Banco Central dos EUA. O diretor do Conselho Econômico Nacional, Kevin Hassett, é amplamente visto como o favorito, mas as entrevistas com candidatos estão apenas começando, segundo o Yahoo Finance.
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Em entrevista ao Politico divulgada na terça-feira, o presidente sinalizou que a disposição do candidato de cortar juros imediatamente servia como um teste decisivo. Após adotar cautela ao reduzir os custos de empréstimo, o mandato do presidente do Fed, Jerome Powell, expirará em maio.
“Um presidente do Fed decididamente pró-cripto poderia acelerar a integração da blockchain no sistema bancário”, escreveram analistas do banco de investimento Compass Point em nota recente, destacando o relatório de 168 páginas do Conselho Econômico Nacional sob a liderança de Hassett sobre regulação de ativos digitais.
Trump pressionou Powell a cortar juros durante a maior parte de seu segundo mandato, mas o banco central só realizou o primeiro corte do ano em setembro, após concluir, um ano antes, que controlar a inflação poderia ser mais difícil devido a mudanças no comércio e na imigração. Outro corte veio em outubro.
Na terça-feira, Trump reiterou sua frustração com Powell, chamando-o de “péssimo chefe do Fed”, enquanto fazia um discurso sobre a economia na Pensilvânia. Ele também questionou a legitimidade dos indicados do ex-presidente Joe Biden, sugerindo que eles também poderiam ser demitidos.
* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.
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