O comércio de criptomoedas na Venezuela recebeu um grande impulso.
A Binance, a maior bolsa de criptomoedas do mundo em volume, avançou hoje com sua expansão na América Latina, permitindo que seus usuários comprem e vendam criptomoedas com bolívares, a moeda nacional da Venezuela.
O anúncio apareceu há poucas horas na conta espanhola da Binance no Twitter. E apesar de pouco tempo no ar, já existem pessoas usando a plataforma.
A jogada de Binance faz muito sentido. No LocalBitcoins por exemplo, uma plataforma de compra e venda P2P de criptomoedas, a Venezuela tem o maior volume nas Américas, superando até os Estados Unidos. Os venezuelanos negociam pouco mais de 500 BTC por semana, de acordo com dados da Coin.Dance.
Enquanto a Venezuela ainda está longe de ser um mercado forte, as condições políticas e sociais do país geraram uma crescente comunidade interessada em criptomoedas. Em particular, desenvolvedores e defensores do Bitcoin, Bitcoin Cash, Nano e Dash usaram a Venezuela como um importante campo de testes para a adoção de criptomoedas.
No entanto, as criptomoedas ainda não chegaram perto de suprimir a fome dos venezuelanos por dólar, que alimenta a economia informal dentro do país cheio de inflação há anos.
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E esse desejo por dólares já é visível na plataforma de negociação P2P da Binance.
Logo após ativar o recurso, as duas primeiras ofertas que apareceram na bolsa foram ofertas para comprar stablecoins atreladas ao dólar. Os usuários “Rafim” e “Frandel” inauguraram o trading de bolívar com dois anúncios para comprar o Tether (USDT) por 127.719 e 128.500 bolivares, respectivamente. Esses preços se assemelham aos do mercado tradicional, que é muito restrito e essencialmente fechado para cidadãos comuns devido ao controle da moeda estrangeira.
À primeira vista, pode parecer que os usuários da Binance estejam seguindo a tendência mundial de migrar para stablecoins para escapar da volatilidade atual no mercado cripto. Recentemente, transações em stablecoins fizeram com que o Ethereum movesse o mesmo valor monetário que o Bitcoin.
Mas, na Venezuela, isso provavelmente não tem quase nada a ver com dapps, DeFi ou outros projetos. Por enquanto, os comerciantes de criptomoedas na Venezuela parecem estar procurando a mesma coisa que os cidadãos do país com problemas econômicos têm procurado há anos: estabilidade diante de uma moeda fiduciária nacional que foi desvalorizada a uma taxa astronômica.
*Traduzido e republicado com autorização da Decrypt Media