Imagem da matéria: Base revolta traders ao promover token que desabou 92% em poucas horas
(Imagem: X/Base)

A Base, rede de segunda camada da Coinbase, publicou um conteúdo que foi automaticamente transformado em um token negociável por meio da Zora, um protocolo social on-chain, desencadeando uma febre de negociações antes que o ativo colapsasse rapidamente.

O token “Base is for everyone” teve origem na conta oficial da Base no X. A Base afirmou que havia “cunhado” o token na Zora às 15h12 (horário de Nova York) de quarta-feira (16).

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Apesar de uma advertência na página do token na Zora deixar claro que ele não era um token oficial da Base, traders elevaram sua avaliação de mercado para US$ 13 milhões antes de cair para apenas US$ 1 milhão três horas depois — uma queda de 92%.

O ativo se recuperou parcialmente, registrando alta de 20% na última hora, sendo negociado a US$ 0,007, segundo dados do DEXScreener.

No início passada, a Base publicou uma resposta.

“A Base está postando na Zora porque acreditamos que todos deveriam trazer seu conteúdo para a blockchain e usar as ferramentas que tornam isso possível”, afirmou a conta da Base no X. “Se queremos um futuro on-chain, temos que estar dispostos a experimentar em público. É isso que estamos fazendo.”

A Zora, por sua vez, ecoou o sentimento com uma declaração mais concisa: “estude a Zora”.

A postagem da Zora foi um retuíte de um usuário pseudônimo chamado Larp von Trier (um trocadilho com o nome do cineasta dinamarquês). O usuário resumiu a situação com uma frase provocativa: “os manlets da Solana não tinham ideia de como a Zora funciona e se deram mal”.

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Mas evidências coletadas por Hantao Yuan, cofundador da plataforma quest-to-earn Moku — apoiada por nomes como a Sky Mavis, a Andreessen Horowitz e outros — mostram um cenário diferente.

Os três maiores detentores “tinham 47% da oferta”, observou Hantao.

Cerca de 2.500 holders, que eram “potencialmente novos usuários da Base”, teriam sido vítimas de um rug pull, segundo Hantao.

Em outra postagem, Hantao alegou que havia “vários bots de volume” operando no gráfico, destacando que uma das três maiores carteiras controlava 25,6% da oferta.

O incidente ocorreu por meio de uma funcionalidade da Zora que transforma publicações sociais em tokens ERC-20. A Base recebeu automaticamente 10 milhões de tokens (1% da oferta) como criadora da postagem, embora a empresa tenha prometido nunca vender esses tokens.

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Um representante da Base confirmou ao Decrypt que a empresa não vendeu o token e que ele não é oficial de forma alguma. O representante apontou o aviso de isenção de responsabilidade publicado na página do token na Zora.

Um porta-voz da Zora reconheceu o pedido do Decrypt, mas não conseguiu fornecer comentários específicos até o momento da publicação.

Dados on-chain mostram que o token gerou quase US$ 28 milhões em volume de negociação e mais de US$ 60 mil em ganhos para a Base como criadora.

Content coin ≠ memecoin

Jesse Pollak, fundador e criador da Base, diferenciou as “content coins”, ou “moedas de conteúdo”, das tradicionais memecoins em uma série de postagens educativas.

Em resposta a uma thread no X, Pollak descreveu as content coins como representando “uma única peça de conteúdo”, com “valor singular” e “sem expectativas”, contrastando com as memecoins, que agregam conteúdo e carregam grandes expectativas.

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“Se você está se perguntando para onde estamos indo, recomendo fortemente esta leitura”, postou Pollak três horas após a publicação da Base sobre o token que desabou, referindo-se a um ensaio de Jacob Horne, cofundador da Zora.

O ensaio argumenta que a internet vive uma tensão entre o desejo de que a informação seja livre e o custo de produzi-la, com modelos de negócios como paywalls e assinaturas restringindo o acesso à criação de valor.

Horne propõe que as criptomoedas, especificamente as content coins, podem resolver esse problema ao criar mercados abertos que recompensem criadores, distribuidores e consumidores, mantendo a informação acessível de forma gratuita.

“As moedas desbloqueiam uma internet livre e valiosa — onde a informação pode ser acessada e compartilhada livremente, enquanto o valor dessa informação chega às mãos de todos que ajudam a criá-la, distribuí-la e consumi-la”, escreveu Horne.

* Traduzido e editado com autorização do Decrypt.

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